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Desafios Na Senescência: DST/AIDS Em Idosos Em Um Centro De Saúde Do Município De São Paulo

Artigo: Desafios Na Senescência: DST/AIDS Em Idosos Em Um Centro De Saúde Do Município De São Paulo. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  11/10/2013  •  1.821 Palavras (8 Páginas)  •  776 Visualizações

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Introdução:

O envelhecimento é um processo fisiológico natural que traz muita dificuldade e preconceitos e se manifesta pelo declínio das funções dos diversos órgãos, com progressiva diminuição da reserva funcional que compromete a manutenção do equilíbrio homeostático.

O envelhecimento atinge tanto os países desenvolvidos como os em desenvolvimento, sendo que o Brasil em 2025 será o sexto país no mundo com maior numero de idosos. Isso se deve a, vários motivos, como a diminuição da taxa de fecundidade, da mortalidade infantil, o aumento e avanços do conhecimento técnico científico na área da saúde.

Com a crescente demanda da população, foi promulgado o Estatuto do Idoso, definindo idoso como sendo todo indivíduo acima de 60 anos e visando garantir com base na lei, seus direitos e deveres na sociedade.

A expectativa de vida no Brasil, atualmente ultrapassa aos 80 anos, proporcionando a vitalidade e possibilidades socioculturais, tais como: o casamento, a partir de 60 anos, à volta à produtividade, visando ao sucesso profissional, à volta aos estudos, enfim, a oportunidade de ter novos sonhos e, assim, aproveitar com plenitude a aposentadoria, antes considerada uma sentença de morte lenta.

Esta mudança do perfil demográfico poderá ter impacto sobre o sistema de saúde brasileiro, exigindo uma adequação às condições de vida das pessoas idosas. A saúde e a qualidade de vida dos idosos, mais do que em outros grupos etários,sofrem a influencia de múltiplos fatores físicos, psicológicos, sociais e culturais, de tal forma que avaliar e promover a sua saúde significa considerar variáveis de distintos campos do saber, numa atuação interdisciplinar e multidimensional. A assistência deve prezar pela manutenção da qualidade de vida, considerando os processos de perdas próprias do envelhecimento e as possibilidades de prevenção, manutenção e reabilitação de seu estado de saúde.

A sexualidade é considerada um fator contribuinte para elevar a qualidade de vida do ser humano, pois, faz parte da natureza humana e obedece a uma necessidade fisiológica e funcional. Manifesta-se de forma diferente nas fases progressivas do desenvolvimento humano e sua expressão, determinada pela maturidade orgânica e mental. É um termo amplamente abrangente que engloba inúmeros fatores e dificilmente se encaixa em uma definição única e absoluta.

Nos dias atuais, fala-se muito sobre sexualidade, entretanto, sobre pratica sexual entre homens e mulheres no processo de envelhecimento pouco é discutido e, às vezes, até ignorado pelos profissionais de saúde que não os considera vulneráveis a infecção pelo HIV, pois acreditam que esses não sejam sexualmente ativos e muito menos que façam uso de drogas injetáveis. Além disso, atribuem alguns sintomas do HIV a outras morbidades da população idosa.

Assim, a visão distorcida da realidade em relação ao idoso é um dos fatores para o diagnóstico tardio do HIV. A sexualidade de ser humano foi, é e continua sendo palco de discussões, interpretações e visões multifacetadas. Na terceira idade, esta necessidade básica enfrenta muitos preconceitos socioculturais,construídos a partir de heranças da civilização,em que as suas normas e dogmas rígidos de comportamento discriminam o idoso.

Vivemos numa sociedade que supervaloriza a atividade sexual e os padrões de beleza associados à juventude. A velhice é geralmente tida como uma etapa de perdas e fragilidades, o que dá margem a vários mitos relacionados à sexualidade do idoso. Sabemos que a sexualidade ultrapassa aspectos físicos, envolvendo fatores que afetam a qualidade de vida, autoestima e relacionamentos conjugais, contudo, é importante salientar as alterações físicas esperadas durante o processo de envelhecimento.

É igualmente importante considerar que muitos idosos, em sua juventude, não tiveram oportunidade de receber educação sexual sadia. Sua educação pode ter sido repressiva, limitando a expressão natural da sexualidade ou favorecendo um tipo de relação sexual empobrecida pela moral rígida. As mulheres são as principais vítimas desse problema, porque essas pessoas, quando jovens tiveram uma educação mais rígida, mais repressora e foram criadas para serem esposas dedicadas . A mulher idosa, além das lentas mudanças da idade, experimenta a redução do hormônio sexual, o estrógeno, no momento da menopausa, passando por períodos de extremo desconforto.

No homem a principal alteração é a disfunção erétil, definida como impossibilidade persistente de conseguir e/ou manter uma ereção com rigidez adequada para relação sexual com satisfação de ambos os parceiros, tem relação direta com o avançar da idade, porém não deve ser imputado tão somente ao processo do envelhecimento.

A vida sexual na terceira idade foi impulsionada, em 1998, com a introdução no mercado de medicamentos para a disfunção erétil. Os inibidores de fosfodiesterase 5 melhoram a ereção em 70 a 85% dos casos.

A oferta de novos medicamentos que amenizam quadros de disfunção erétil têm proporcionado novas possibilidades aos idosos, com aumento de relações com mulheres mais jovens, inclusive profissionais do sexo, e ainda, podendo gerar maior numero de relações extraconjugais, através das quais o idoso pode se contaminar e também a sua parceira. Um estudo realizado por pesquisadores da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo com idosos portadores do vírus HIV atendidos no Instituto de Infectologia Emilio Ribas, concluiu que 75% das mulheres, todas com mais de 60 anos de idade, foram infectadas pelos maridos em relações sexuais.

Esse mesmo estudo mostra que essas drogas têm encorajado a população idosa a ter mais relações sexuais, muitas vezes desprotegidas, pois foi apontado que muitos idosos tem a percepção de que o preservativo serve como um contraceptivo, para prevenir a gestação, afora os relatos de insegurança quanto ao uso correto e a perda da sensibilidade na hora de relação.

Já outros medicamentos, como as terapias antirretrovirais, atuam com eficiência cada vez maior, propiciando um aumento na sobrevida de pessoas vivendo com HIV/AIDS, que tendem a envelhecer já estando infectadas, engrossando os índices nas faixas etárias aumentadas.

Diante deste quadro, é importante conhecer como está ocorrendo as DSTs,entre os idosos e qual a percepção deles frente aos agravos decorrentes desta situação.

A literatura ainda escassa a respeito nos permite entrever os muitos aspectos inerentes a essa população a serem contemplados em estudos que possam acrescer avanços importantes no atendimento aos idosos.

2 OBJETIVOS

2.1

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