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Genes responsáveis pela obesidade

Relatório de pesquisa: Genes responsáveis pela obesidade. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  30/10/2013  •  Relatório de pesquisa  •  3.835 Palavras (16 Páginas)  •  360 Visualizações

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Genes responsáveis pela obesidade

A obesidade está relacionada com uma série de fatores, que geralmente são atribuídos a aspectos comportamentais e psicológicos, porém, existe uma parcela da população que está sujeita a determinadas desregulações hormonais e metabólicas, e muitas destes defeitos podem ser genéticos. Veremos como defeitos em alguns genes conhecidos podem contribuir para o quadro de obesidade.

Existem alguns hormônios que estão diretamente ligados à sensação de fome e de saciedade, qualquer problema nos receptores destes hormônios pode causar sérias conseqüências no que se refere à quantidade e freqüência de consumo de alimentos. Citando dois, a Leptina (relacionada com a sensação de saciedade) e a Grelina (Sensação de fome). Ter uma dieta baixa em calorias e principalmente carboidratos por muito tempo pode desregular os níveis hormonais, como por exemplo, a produção de Leptina. Porém, pode acontecer de uma pessoa com uma dieta com quantidade significativa de carboidratos e de calorias, mesmo produzindo o hormônio responsável pela saciedade, não consiga sentir seu efeito, pois há um problema genético nos seus receptores.

Outro problema genético que pode influenciar no consumo de alimentos, é um problema genético no estômago, no hipotálamo ou até no pâncreas, que faz com que o corpo produza uma quantidade excessiva de Grelina, fazendo com que a pessoa sinta fome durante um tempo muito prolongado e consequentemente consuma mais comida.

Quais são efetivamente os genes envolvidos?

Abaixo segue uma tabela com alguns fatores que causam a obesidade, tanto genéticos quanto ambientais:

Tabela 1: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=1850&fase=imprime

http://www.abeso.org.br/pagina/121/etiologia+da+obesidade.shtml

Receptor da Melanocortina 4 (MC4R): A mutação no receptor da melanocortina 4 é uma das causas monogênicas mais conhecidas. Cerca de 6% de pessoas com obesidade grave têm uma mutação neste receptor. Melanocortina o nome dado a um grupo de hormônios, entre eles o ACTH, e desempenham diversas funções. Até agora se sabe que a melanocortina 4 é um hormônio estimulante e tem influência no comportamento alimentar, no na regulação do metabolismo, desejo sexual e disfunção erétil. 4

2.2) Controle da saciedade

O acúmulo de gordura e inevitável sobrepeso, são predominantemente resultado de uma dieta hipercalórica cujo gasto calórico é inferior à quantidade de calorias ingeridas. Esse processo é influenciado pelo estado mental, ambiente, sedentarismo, e fatores genéticos.

Pessoas que vivem sobre ansiedade e estresse podem desencadear hábitos alimentares errados que favoreçam o sobrepeso. As baixas temperaturas induzem o consumo de alimentos mais calóricos, visando uma reserva energética capaz de aumentar a camada de tecido adiposo para enfrentar melhor o frio. A falta de atividade física faz com que o aporte excessivo de calorias transforme-se em tecido adiposo. Os fatores genéticos participam de todos os processos descritos.

A manutenção do peso é realizada por meio dos genes capazes de controlar vias aferentes, como no caso da leptina, que atua na regulação do apetite e controle da massa corporal. Estudos apontam que alguns camundongos geneticamente obesos não possuem o gene para expressão da leptina e como consequência possuem maior acúmulo de gordura. Ao introduzir nesses camundongos sangue de um camundongo com leptina, o animal perdia peso demonstrando que seu cérebro respondia a este fator. A leptina é um hormônio peptídico formado por 167 aminoácidos, transcrito a partir do gene ob, que foi originalmente clonado em camundongos. A mutação desse gene, ou sua deficiência, acarreta obesidade severa e diabetes tipo II nesses animais.

A descoberta e o estudo sobre leptina foram feitos a partir de modelos experimentais de obesidade. Os camundongos pertencentes às cepas ob/ob e db/db estudados, eram três vezes mais pesados que as cepas selvagens.

É sabido que a maior sítio de produção da leptina é o tecido adiposo branco. Quando este hormônio chega ao sangue, ele alcança receptores cerebrais específicos que liberam o sinal de saciedade ao sistema nervoso central. Por intermédio de receptores que utilizam a via JAK/STAT de transdução de sinal, isto é, sequências ordenadas de reações químicas na célula, a leptina é capaz de modificar a expressão e atividade de peptídeos hipotalâmicos que regulam a fome e o metabolismo corporal.

Apesar de seu maior sítio de produção estar localizado no tecido adiposo branco, o estômago, placenta e tecido adiposo marrom também são responsáveis pela produção de leptina. A leptina não é secretada num fluxo constante, o que indica a existência de um mecanismo que coordena a produção nestas diferentes regiões onde a proteína é expressa. O momento de maior secreção em humanos ocorre à noite e o fator que está mais ligado à concentração de leptina no sangue é a massa total de tecido adiposo do organismo. O jejum, sedentarismo e o frio diminuem a expressão do gene leptina, enquanto a ingestão de alimentos após jejum e a insulina são fatores que estimulam a transcrição do gene e a produção de leptina.5

O hipotálamo concentra nas regiões ventro-basais receptores para leptina. Estas regiões estão diretamente ligadas à regulação do comportamento alimentar como demonstradas na figura abaixo.

Figura 1: André B. Negrão, Julio Licinio. Leptina: o Diálogo entre Adipócitos e Neurônios. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. Disponível em< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302000000300004&lang=pt> Acesso em : 24 de julho de 2013.

A mutação recessiva C105T no gene da leptina foi identificada em estudo feito com três adultos e uma criança que apresentaram obesidade mórbida durante a infância e histórico familiar de obesidade e morte precoce. Verificou-se que os níveis de leptina sérica eram consideravelmente abaixo do normal. Essa mutação consiste na substituição da base C → T no códon 105 do gene da leptina. Essa mutação específica conduz à síntese de uma proteína truncada que não é segregado para o meio.6

Estudos realizados pela Universidade Nacional da Austrália com pacientes obesos e sua relação com a leptina sugerem que exista um defeito na atividade deste hormônio e não a ausência da sua produção. Esses

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