Imagem Corporal

INTRODUÇÃO

Imagem corporal é a figuração que cada indivíduo tem de si mesmo, formada através dos sentidos com experiências vivenciadas no meio social onde cada indivíduo cria um referencial para seu corpo e para o corpo de seus próximos. O desenvolvimento da imagem corporal é paralelo ao desenvolvimento de identidade pessoal e afetiva. Com a influência do meio vivido e através da percepção que cada indivíduo cria de si mesmo, podem surgir distúrbios mentais, fisiológicos e sociais que interferem na qualidade de vida dos mesmos.

Quando se fala em qualidade de vida, deve-se levar em conta os níveis de saúde física, mental, social e espiritual de cada indivíduo. A atividade física pode ser uma aliada na construção desses níveis, pois um dos objetivos da atividade física é melhorar o condicionamento físico e a saúde dos praticantes, através da execução de exercícios físicos e atividades corporais.

CONCEITO DE IMAGEM CORPORAL

Imagem corporal é a maneira como vemos o nosso corpo, e como pensamos que os outros no veem, formada e estruturada na mente de cada indivíduo, ou seja, a maneira pela qual o corpo se apresenta para si próprio. É o conjunto de sensações construídas pelos sentidos (audição, visão, tato, paladar), vindos de experiências vivenciadas pelo individuo, onde se cria um referencial do seu corpo, para o seu corpo e para o outro, sobre o objeto elaborado.

O desenvolvimento da imagem corporal encontra paralelo no desenvolvimento da identidade do próprio corpo, tendo relações com os aspectos fisiológicos, afetivos e sociais. É um processo que ocorre durante toda a vida. A construção da identidade corporal é sempre um processo em construção. As primeiras experiências infantis são fundamentais no desenvolvimento da imagem corporal, mas as experiências e o explorar do corpo nunca param, podendo ser alterados em nosso intelecto de acordo com situações vivenciadas por exemplo.

1. Mudanças nos padrões corporais ao longo do tempo

O conceito de beleza e saúde corporal vem sofrendo muitas mudanças. No inicio do sec. XX a mulher desejada era mais farta de gordura em seus quadris, coxas, barrigas e mamas. Com o passar do tempo, inicia-se uma corrida incessante pelo corpo magro, atlético e formas mais definidas, essa busca faz com que corpo seja sinal de poder e aceitação social acarretando no crescimento da insatisfação com o próprio corpo.

Essa insatisfação ganha força com a mídia que impõe padrões de beleza praticamente inatingíveis, através de corpos perfeitos, práticas alimentares inadequadas, mulheres esqueléticas e homens musculosos. Esse bombardeio da mídia afeta principalmente as mulheres, pois essas são mais vulneráveis as pressões externas, sendo assim, apresentam um maior risco para o desenvolvimento de distúrbios relacionados à imagem corporal.

DISTÚRBIOS DE IMAGEM CORPORAL

A distorção da imagem corporal geralmente está presente nos transtornos alimentares e é um aspecto de difícil abordagem no tratamento. A grande obcessão pela magreza ou perfeccionismo ligado a autoimagem, surge da necessidade de ter controle absoluto sobre o seu corpo.

A necessidade de ter um “corpo perfeito” impede que a pessoa tenha noção de si mesmo e isso leva a uma batalha interna, que causa muita angústia e sofrimento. A distorção da imagem corporal não permite que se tenha uma percepção real de si. A busca por uma imagem corporal perfeita e inalcançável, produz graves distorções perceptivas que leva a uma permanente insatisfação que influencia nos distúrbios alimentares e comportamentais.

A distorção da imagem corporal engloba aspectos cognitivos (expectativa irreal de ter um modelo corporal específico), comportamentais (evita situações em que o corpo possa estar em evidência), perceptuais (superestima do tamanho do corpo).

Tais distorções podem gerar distúrbios como anorexia, bulimia, vigorexia e obesidade.

1. Anorexia

A anorexia é um transtorno alimentar caracterizado pelo medo que o indivíduo tem de ganhar peso. Esse medo pode provocar problemas psiquiátricos graves. A pessoa anoréxica se olha no espelho e se vê obesa, embora esteja extremamente magra.

A pessoa que possui essa doença limita severamente a quantidade de comida ingerida, comendo tão pouco quanto possível. Assim, o organismo fica carente de nutrientes, o que pode levar a diversos problemas de saúde.

O medo de engordar leva a pessoa a buscar várias estratégias para perder peso, como o uso de laxantes e diuréticos, jejuns, vômitos induzidos, dietas mirabolantes e exercícios físicos intensos.  

As pessoas que apresentam a anorexia raramente assumem que estão doentes, ficando a cargo dos familiares e amigos procurarem ajuda profissional. Alguns sinais que indicam anorexia são: perda de peso em um curto espaço de tempo; depressão, ansiedade e irritabilidade; exercícios físicos intensos e em excesso; isolamento da família e amigos; comer escondido; amenorreia (interrupção do ciclo menstrual); regressão de características femininas; obsessão pelo peso corporal; recusa em participar de refeições junto à família; pele extremamente seca; pular refeições; doenças frequentes; fadiga e sono excessivo.

A falta de nutrientes no organismo em virtude da falta da alimentação pode levar a várias complicações médicas, como:

→     Desnutrição;

→     Desidratação;

→     Hipotensão;

→     Anemia;

→     Redução de massa muscular;

→     Intolerância ao frio;

→     Osteoporose;

→     Em alguns casos, infertilidade.

Várias são as causas do aparecimento da anorexia, que pode ocorrer por fatores culturais, familiares, biológicos e psicológicos. Algumas pesquisas mostram que a maioria dos casos de anorexia está ligada ao conceito de moda atual, que determina a magreza absoluta como símbolo de beleza e elegância.

Observados os sintomas da anorexia, a pessoa deverá ser analisada por um profissional competente, geralmente um psiquiatra. Depois de diagnosticada a doença, o tratamento deverá ser iniciado por uma equipe multidisciplinar composta

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