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O Trabalho De Arte E A Arte Do Trabalho

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Por:   •  8/4/2014  •  3.229 Palavras (13 Páginas)  •  674 Visualizações

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Número extraordinario dedicado al IV Coloquio Internacional de Geocrítica (Actas del Coloquio)

O TRABALHO DE ARTE E A ARTE DO TRABALHO

Ronaldo Rosas Reis

Universidade Federal Fluminense, Brasil

Faculdade de Educação- Departamento Sociedade, Educação e Conhecimento

O trabalho de arte e a arte do trabalho (Resumo)

Dentre as muitas tarefas urgentes colocadas hoje para a escola está o desafio de serem superadas as visões reducionistas e preconcebidas sobre a arte, bem como a de conferir ao trabalho de arte um estatuto a altura da sua importância no mundo contemporâneo. A hipótese de que, em toda parte, existe um enorme descompasso entre a produção teórica e o acesso dos professores a essa produção é o ponto de partida da nossa comunicação que se propõe a abordar o trabalho de arte no contexto histórico dos embates que demarcam a passagem da modernidade para a pós-modernidade brasileira, com o objetivo de apreender as suas tensões com a finalidade de dimensioná-lo no ato educativo.

Palavras-chaves: arte, trabalho, educação, pós-modernismo, Brasil

The work of the art and the art of the work (Abstract)

Among many urgent task that the school has to face nowadays, there is the challenge to overcome the preconceived way students view art. Also important is to give the work of art a status according to its importance in present day world. Assuming that there is everywhere an immense gap between the academic written work and teachers that could profit it, we have chosen that particular issue as the starting point of our communication our approach is that of viewing the work of art in the historical context of the important debate that signals the passage from modernity to post modernity in Brazil That class of opinions gave birth to tension worthwhile studying and measuring in the educational act.

Key-word: word, art, aesthetic education

Dentre as muitas tarefas urgentes colocadas hoje para a escola está o desafio de serem superadas as visões reducionistas e preconcebidas sobre a arte, bem como a de conferir ao trabalho de arte um estatuto a altura da importância da lei que tornou obrigatório o ensino de arte nos diversos níveis da educação básica. Isso porque o caminho a ser percorrido a partir da promulgação da lei 9.394/96 estende-se para muito além do alcance da nossa vista, posta a necessidade de se recuperar décadas de um "enorme descompasso entre a produção teórica, [...], e o acesso dos professores a essa produção", conforme admitem os próprios autores do texto que fundamenta os Parâmetros Curriculares Nacionais da área Arte (Brasil, MEC/SEF, 1996). Portanto, se a promulgação da lei representa o coroamento de uma longa trajetória de lutas de pelo menos três gerações de professores em prol do reconhecimento oficial da arte como área de conhecimento e da sua obrigatoriedade nos diversos níveis da educação básica, cabe às novas gerações enfrentar o desafio de torná-la efetivamente um marco na educação brasileira.

É nessa linha de raciocínio que uma abordagem sobre o trabalho de arte no contexto histórico dos embates que demarcam a passagem da modernidade para a pós-modernidade se torna relevante, na medida em que traz como objetivo a proposta de apreender as suas tensões de modo a dimensioná-lo no ato educativo.

Restam poucas dúvidas sobre a importância decisiva da transformação das linguagens da arte moderna no processo de estetização da vida social desde a segunda década do século XX. Segundo o historiador Eric Hobsbawm, três coisas devem ser notadas a partir do aparecimento das vanguardas modernistas no ambiente cultural da época: a arte moderna tornou-se parte da cultura estabelecida; foi absorvida pela vida cotidiana e "tornou-se dramaticamente politizada" (1995, p.180-181).

Muito embora a arte moderna tenha despertado pouco interesse nas massas populares, cujo gosto pelo clássico seguiria sendo a sua principal referência estética da verdadeira arte, o que tornou possível a progressiva assimilação das novas linguagens artísticas pelo grande público foi a revolução silenciosa que ela provocaria mediante a espacialização dos estilos modernistas na vida cotidiana. Primeiramente através da arquitetura e do design de utensílios domésticos, e mais adiante através da moda e da publicidade. O cartaz e o rádio, e posteriormente a televisão, seriam os principais veículos de massificação das novas tendências estéticas surgidas primeiramente no seio dos movimentos artísticos de vanguarda e rapidamente adaptadas ao cotidiano. Talheres, louças, móveis, eletrodomésticos e eletrônicos, ferramentas, equipamentos urbanos, jornais, livros, roupas, enfim, qualquer objeto produzido industrialmente ou mesmo artesanalmente passou a trazer as marcas dos estilos modernistas.

Em torno dessas considerações é possível afirmar que, do ponto de vista histórico, a materialidade da arte moderna formou-se pelos níveis diversos de apropriações realizadas pelo meio social, determinantes para legitimar o trabalho de arte. Entretanto, é forçoso notar que no mundo capitalista o custo de tais apropriações está relacionado com a escala de produção de bens, e nesse sentido a exigência permanente do novo e da novidade levou a banalização da criatividade no trabalho de arte.

Ora, uma das principais tensões observadas atualmente no campo da arte diz respeito a imprecisão do conceito de criatividade e por conseguinte a dificuldade de se encontrar um consenso a respeito do sentido e do destino da arte na pós-modernidade.

Certamente que o trabalho de arte ocorre em grande parte na esfera da criatividade, seja esta definida como um "processo de busca de soluções interiores" (Zamboni, 1998, p.20), como um "transbordamento do inconsciente" (Bettelhein, 1988) ou ainda associada a imaginação e a nossa capacidade de imaginar coisas. Entretanto, ele não se esgota nessa esfera, mesmo porque diversos outros tipos de trabalho intelectual e manual dependem da criatividade e são atividades igualmente criativas.

A idéia de que o trabalho de arte ultrapassa os limites da esfera da criatividade não é nova no meio de arte. Já em 1914, em Paris, diante de uma hélice de avião exposta no primeiro Salão de Aeronáutica de que temos

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