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Ortotanasia - Redação

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Por:   •  14/2/2015  •  578 Palavras (3 Páginas)  •  1.243 Visualizações

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ORTOTANÁSIA

A interferência humana no momento da morte já é uma ideia antiga, no entanto, ganhou especial atenção após a intensa evolução biotecnológica, ocorrida na segunda metade do século XX. Graças aos avanços ocorridos ao longo desse período, hoje é possível prolongar de forma artificial a existência de um doente, mesmo que a medicina não lhe possa ofertar expectativas de cura ou de mais conforto durante esse final prolongado de vida.

Dentre os conceitos atualmente relacionados com a intervenção humana no final da vida, merecem destaque o da eutanásia, da distanásia e o da ortotanásia. O primeiro define-se como o ato de antecipar o óbito, forçando-o de alguma forma, já na segunda é feito exatamente o contrário, isto é, a vida é prolongada ao máximo com o uso de diferentes medicamentos e equipamentos, mesmo quando os conhecimentos médicos indicam não existir possibilidades de avanços, ou de cura do paciente; há um desnecessário prolongamento do processo de definhamento e do sofrimento do enfermo e da sua família.

Já no terceiro caso a morte acontece naturalmente, no devido momento. Em outras palavras, a ortotanásia é um meio termo entre as outras duas alternativas: a vida não é interrompida pelo médico, nem há tentativa de prolongá-la; a família do paciente - ou, quando possível, ele próprio - decide cessar o tratamento e esperar que o inevitável perecer aconteça.

Entretanto, o médico não abandona, simplesmente, o paciente. O bem-estar da pessoa passa a ser prioridade, através da promoção dos cuidados paliativos, que são realizados até o momento da morte. Eles são definidos pela Organização Mundial de Saúde como o controle da dor e de outros sintomas e o cuidado com problemas de ordem psicológica, social e espiritual, atingindo a melhor qualidade de vida possível e diminuindo o sofrimento do paciente e dos seus familiares.

Junto com o processo de industrialização surgiram medidas mais eficazes de higiene e de saúde pública; neste contexto foram criados os hospitais de maior porte, os quais aplicavam os mais recentes conhecimentos científicos atingidos nas pesquisas do campo medicinal. É então que os doentes passam a ser retirados do âmbito social e asilados em instituições que os distanciam do olhar alheio, transformando a morte em algo invisível e temido.

Devido ao menor poder de intervenção da ciência, o método restitui à morte seu status de naturalidade, perdido desde a Idade Média - na época, a ideia do fim da vida não incomodava as pessoas; o ruim não era morrer e sim não se preparar para ter merecimento à vida eterna. Em 1995, no documento “Evangelho da vida”, o Papa João Paulo II afirma: “A renúncia a meios extraordinários ou desproporcionados não equivale ao suicídio ou à eutanásia; exprime, antes, a aceitação da condição humana diante da morte”. Aliás, em 2005, após infecção do trato urinário, seguido de choque séptico, o Pontífice optou em suspender todas as intervenções alternativas para sua sobrevida e decidiu receber apenas medicações que aliviassem a sua dor, em sua residência particular, no Vaticano. Dessa forma, seu falecimento tornou-se o exemplo mais famoso de ortotanásia.

Em 2006, no Brasil, foi publicada a Resolução nº 1.805, pelo Conselho Federal de Medicina, visando à regulamentação

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