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Trilha sensitiva no estudo do bioma caatinga

Por:   •  8/12/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.828 Palavras (8 Páginas)  •  247 Visualizações

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TRILHA SENSITIVA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO DO BIOMA CAATINGA

Gildomarcia Enedina dos Santos Ferraz¹

Lucicleide Ferreira da Silva¹

Michele Santana Matos¹

 Ivana Oliveira e Silva Ferreira²

        

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar a construção de trilhas sensitivas como estratégia de ensino do bioma caatinga, de modo a comprovar e fundamentar que aprendizagem através do estimulo aos sentidos é eficaz e significativa, ao mesmo tem que será possível resgatar valores referentes ao bioma caatinga, que o único bioma exclusivamente brasileiro e um dos menos protegidos pelo próprio país.

Palavras-chave: trilha sensitiva, caatinga, ensino-aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

A caatinga é o único bioma exclusivamente nacional do Brasil, sendo o mesmo desvalorizado, logo aparentemente parece apenas uma vegetação quente e seca, mas ao contrário do que se pensa à primeira vista, a cantiga é um bioma lindo e rico em diversidade em sua flora e fauna, que tem sido explorado de forma ilegal.

O Ministério do Meio Ambiente estima que a caatinga ocupe uma área referente à 11% do território brasileiro, são cerca de 844.453 quilômetros quadrados de pura biodiversidade que abriga inúmeras espécies de cactos, mamíferos, aves, repteis, anfíbios, peixes e abelhas... Sua área engloba todos os Estados da região nordeste e o norte de Minas Gerais, e sua biodiversidade sustenta diversas atividades econômicas  voltadas principalmente para os ramos farmacêutico, de cosméticos e alimentício.

Como já mencionado, apesar de toda esta riqueza a caatinga é desvalorizada e muitas das suas espécies já se encontram em risco de extinção, pela caça, desmatamento, enfim pela falta de politicas publicas que protejam este patrimônio, existem unidades de conservação de tal área, mas não o suficiente, pois há uma contradição, a caatinga é único bioma exclusivamente brasileiro, mas por outro lado é um dos biomas menos protegidos no país.

Diante da necessidade de conhecimento e valorização do mencionado bioma, este trabalho será desenvolvido, de modo a apresentar o estudo da caatinga através de um método significativo, a trilha sensitiva, que nada mais é que um espaço de aprendizagem por meio da percepção, do estimulo aos cinco sentidos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

        A caatinga enfrenta diversas dificuldades, além da exploração ilegal um fator natural também influência seu desenvolvimento, a seca:

“Na maior parte de sua extensão, o bioma Caatinga é caracterizado por um clima quente e semi-árido, fortemente sazonal, com menos de 1.000 mm de chuva por ano, distribuídos quase todos em um período de três a seis meses. (...)Apesar de suas condições severas, o bioma Caatinga apresenta uma surpreendente diversidade de ambientes, proporcionados por um mosaico de tipos de vegetação, em geral caducifólia, xerófila e, por vezes, espinhosa, variando com o mosaico de solos e a disponibilidade de água.” (VELOSO et.al, 2002)

        Apesar de toda biodiversidade o referente bioma chega as vezes ate a ser “esquecido” no que se refere à educação, e uma proposta de se trabalhar tal tema é a trilha sensitiva, que permite através dos estímulos aos sentidos o contato real com artefatos relacionados ao objeto de estudo. Fischer (2001, p. 57) afirma que, “para o ser humano, o rosto, a boca e as mãos são seus principais meios de explorar o ambiente e, por esse mesmo motivo, é grande a inervação nessas áreas”.

Além disso, Mool (1996) cita que tem-se como postulados básicos do construtivismo para a educação:

  • O conhecimento como produto da interação entre sujeito e objeto;
  • A inteligência como uma construção histórica, desenvolvida tanto geneticamente, quanto filogeneticamente;
  • A autonomia como um objeto do processo educativo, sendo assegurada pelo desenvolvimento da personalidade e pela aquisição de um instrumental lógico-racional;
  • A educação com o papel de provocar situações desequilibradoras para o aluno, de acordo com seu nível de desenvolvimento;
  • A escola como possibilitadora de situações de experimentação, investigação e descoberta para a construção do conhecimento;
  • A aprendizagem como assimilação/acomodação de objetos de conhecimento a estruturas mentais;
  • O professor enquanto planejador e problematizador de situações de investigação e descoberta;
  • O aluno como sujeito ativo que interage com os outros e com os objetos de conhecimento num processo permanente de estruturação/reestruturação de esquemas mentais;
  • A indissociabilidade dos aspectos intelectuais e afetivos no processo de aprender.

Na trilha sensitiva são montadas seções, compartimentos de aprendizagem de acordo com cada sentido, o que é de suma importância, pois os sentidos são de acordo com RUBANO & MOROZ (1996a, p. 296) “(...), essenciais na relação com o mundo. É por meio deles que percebemos, ou melhor, que temos ideias do mundo. Só podemos afirmar algo sobre aquilo que sentimos”.

A trilha sensitiva pode ser desenvolvida não somente no ambiente propriamente dito, não na área da caatinga, mas através da visualização de imagens referentes ao bioma, cheiros e sons característicos do mesmo e o contato tátil ou palatal do mesmo proporcionaram uma aprendizagem eficaz e significativa “o cérebro contém áreas especializadas em diversas atividades, como planejar movimentos, fazer julgamentos ou mapear o cenário visual”. (McCRONE, 2002, p. 14),

3. MATERIAIS E MÉTODOS

        A pesquisa de caráter teórico foi desenvolvida a partir da leitura de livros e artigos científicos, tendo como referência autores como Veloso, McCrone, Mool, Rubano etc. Já para o momento da prática, a pesquisa se deu incialmente através da observação de uma área de vegetação da caatinga onde foram coletadas amostras que serão utilizadas na trilha sensitiva.

        Foram registradas, com câmera fotográfica, algumas plantas nativas do bioma em questão tal como umbuzeiro, mandacaru, babosa, favela, umburanda, cravatá, xique-xique, palma, facheiro, catingueira, cansanção branco etc, além das fotos foram coletadas também algumas amostras que serão apresentadas na seção do tato tal como cabeça de frade, frutos como umbu, licuri, pinhão etc, para a seção do olfato serão apresentados alguns produtos cosméticos produzidos com plantas da caatinga, por exemplo, o sabão de aroeira. Na seção da audição serão apresentados sons de animais da caatinga, e para o paladar, doces feitos de frutos da caatinga, como o doce de bambu.

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