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Três formas de exclusão social

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Por:   •  25/5/2014  •  Tese  •  1.886 Palavras (8 Páginas)  •  414 Visualizações

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As três formas da alienação social

Podemos falar em três grandes formas de alienação existentes nas sociedades

modernas ou capitalistas:

1. A alienação social, na qual os humanos não se reconhecem como produtores

das instituições sociopolíticas e oscilam entre duas atitudes: ou aceitam

passivamente tudo o que existe, por ser tido como natural, divino ou racional, ou

se rebelam individualmente, julgando que, por sua própria vontade e inteligência,

podem mais do que a realidade que os condiciona. Nos dois casos, a sociedade é

o outro (alienus), algo externo a nós, separado de nós, diferente de nós e com

poder total ou nenhum poder sobre nós.

2. A alienação econômica, na qual os produtores não se reconhecem como

produtores, nem se reconhecem nos objetos produzidos por seu trabalho. Em

nossas sociedades modernas, a alienação econômica é dupla:

Em primeiro lugar, os trabalhadores, como classe social, vendem sua força de

trabalho aos proprietários do capital (donos das terras, das indústrias, do

comércio, dos bancos, das escolas, dos hospitais, das frotas de automóveis, de

ônibus ou de aviões, etc.). Vendendo sua força de trabalho no mercado da

compra e venda de trabalho, os trabalhadores são mercadorias e, como toda

mercadoria, recebem um preço, isto é, o salário. Entretanto, os trabalhadores não

percebem que foram reduzidos à condição de coisas que produzem coisas; não

percebem que foram desumanizados e coisificados.

Em segundo lugar, os trabalhos produzem alimentos (pelo cultivo da terra e dos

animais), objetos de consumo (pela indústria), instrumentos para a produção de

outros trabalhos (máquinas), condições para a realização de outros trabalhos

(transporte de matérias-primas, de produtos e de trabalhadores). A mercadoriatrabalhador

produz mercadorias. Estas, ao deixarem as fazendas, as usinas, as

fábricas, os escritórios e entrarem nas lojas, nas feiras, nos supermercados, nos

shoppings centers parecem ali estar porque lá foram colocadas (não pensamos no

trabalho humano que nelas está cristalizado e não pensamos no trabalho humano

realizado para que chegassem até nós) e, como o trabalhador, elas também

recebem um preço.

O trabalhador olha os preços e sabe que não poderá adquirir quase nada do que

está exposto no comércio, mas não lhe passa pela cabeça que foi ele, não

enquanto indivíduo e sim como classe social, quem produziu tudo aquilo com seu

trabalho e que não pode ter os produtos porque o preço deles é muito mais alto

do que o preço dele, trabalhador, isto é, o seu salário.

Os meios de comunicação

Dos meios de comunicação, sem dúvida, o rádio e a televisão manifestam mais

do que todos os outros esses traços da indústria cultural.

Começam introduzindo duas divisões: a dos públicos (as chamadas “classes” A,

B, C e D) e a dos horários (a programação se organiza em horários específicos

que combinam a “classe”, a ocupação – donas-de-casa, trabalhadores manuais,

profissionais liberais, executivos -, a idade – crianças, adolescentes, adultos – e o

sexo).

Essa divisão é feita para atender às exigências dos patrocinadores, que financiam

os programas em vista dos consumidores potenciais de seus produtos e, portanto,

criam a especificação do conteúdo e do horário de cada programa. Em outras

palavras, o conteúdo, a forma e o horário do programa já trazem em seu próprio

interior a marca do patrocinador.

Muitas vezes, o patrocinador financia um programa que nada tem a ver,

diretamente, com o conteúdo e a forma veiculados. Ele o faz porque, nesse caso,

não está vendendo um produto, mas a imagem de sua empresa. É assim, por

exemplo, que uma empresa de cosméticos pode, em lugar de patrocinar um

programa feminino, patrocinar concertos de música clássica; uma revendedora de

motocicletas, em lugar de patrocinar um programa para adolescentes, pode

patrocinar um programa sobre ecologia.

A figura do patrocinador determina o conteúdo e a forma de outros programas,

ainda que não patrocinados por ele. Por exemplo, um banco de um governo

estadual pode patrocinar um programa de auditório, pois isto é conveniente para

atrair clientes, mas pode, indiretamente, influenciar o conteúdo ve iculado pelos

noticiários. Por quê?

Porque a quantidade de dinheiro paga pelo banco à rádio ou à televisão para o

programa de auditório é muito elevada e interessa aos proprietários daquela rádio

ou televisão. Se o noticiário apresentar notícias desfavoráveis ao governo do

Estado ao qual pertence o banco, este pode

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