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UM PANORAMA BIOGEOGRÁFICO SOBRE A QUESTÃO DOS CAMPOS SULINOS

Por:   •  10/4/2017  •  Ensaio  •  1.868 Palavras (8 Páginas)  •  298 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL[pic 1][pic 2]

GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA E BIOGEOGRAFIA

BIOGEOGRAFIA – 2016-2               PROVA FINAL

Mariana Santos Marques                 00205753

UM PANORAMA BIOGEOGRÁFICO SOBRE A QUESTÃO DOS CAMPOS SULINOS

               

INTRODUÇÃO

Durante o último século e meio foram levados a cabo numerosas análises biogeográficas para América do Sul, tanto referentes a propostas de regionalização como a análise de padrões ecológicos e evolutivos.

As regionalizações biogeográficas constituem elementos fundamentais que resultam da investigação biogeográfica. Elas são utilizadas por investigadores que precisam descrever a distribuição de um determinado táxon, estabelecer comparações bióticas entre áreas diferentes ou referir-se a essas áreas para conservação (MORRONE, 2011).

No Brasil, o bioma Campos Sulinos abrange parte do território do Rio Grande do Sul. São cerca de 170 mil Km². Além das fronteiras do país, ele se estende por terras do Uruguai e da Argentina.

Os campos sulinos são também conhecidos como pampas, palavra de origem indígena que quer dizer “região plana”. Na verdade, os pampas são apenas um pedaço das terras dos campos sulinos. O bioma engloba também campos mais altos e algumas áreas semelhantes a savanas.

ORIGEM E EVOLUÇÃO

A presença humana nos campos sulinos teve início no Pleistoceno, a cerca de 13.000 anos antes do presente. No período compreendido entre 18.000 e 12.000 anos imperava um clima mais seco e frio e nível do mar abaixo do atual.

A combinação das informações disponíveis indica que no final do Pleistoceno predominava uma paisagem campestre com rios em geral sem matas ciliares, povoada por uma fauna de vertebrados de grande porte (megafauna). Segundo a interpretação de fósseis de mamíferos encontrados em sedimentos datados entre 11.740 e 14.830 anos, descrevem o paleoambiente do final do Pleistoceno como aberto, úmido e frio. Com bases em análise do diagrama de pólen de amostra em São Francisco de Assis, a vegetação era predominantemente de campos, dominada por Poaceae, com baixa porcentagem de Cyperaceae, Asteraceae e outras ervas. Representantes de mata ciliar e de vegetação aquática eram raros. A baixa representação de partículas carbonizadas demonstra que incêndios espontâneos ocorriam raramente.

A megafauna de pastadores possuía a capacidade de controlar a sucessão vegetal e a probabilidade de incêndios espontâneos através da redução da biomassa e do pisoteio, criando heterogeneidade de estados sucessionais na matriz campestre, transformando-a em um mosaico de manchas com intensidades de pisoteio e pastoreio diferentes.

Ciclo I: Entrada do ser humano. Escala temporal: milhares de anos. Resposta adaptativa da biota;

Ciclo II: Chegada do europeu. Escala temporal: Centena de anos. Restauração e co-evolução - Criação do Pampa;

Ciclo III: Agricultura industrial. Escala temporal: dezenas de anos. Perda e fragmentação de habitats naturais e introdução de espécies exóticas. Substituição de ecossistemas nativos por agroecossistemas;

Ciclo IV: Savanização do clima pela mudança climática e desaparecimento dos campos como são hoje conhecidos. Escala temporal: dezenas de anos.

SIMILARIDADES E PECULIARIDADES

A região pampeana possui um relevo aplainado entre 500 m e 800 m de altitude, com clima subtropical e temperaturas amenas. Além disso, as chuvas são constantes na região, fazendo com que o solo já fértil seja ainda melhor para a atividade agropecuária que se desenvolveu rapidamente. As principais produções da região são de arroz, milho, trigo, soja e uva, e as principais criações pecuárias são bois e ovelhas.

Província Pampeana: abrange as planícies ao leste da Argentina, entre 30º e 39º S, Uruguai e a metade austral do estado de Rio Grande do Sul, Brasil. Podem-se diferenciar quatro distritos: (1) Uruguaiense, no sul do Brasil, Uruguai, Entre Ríos e Santa Fé na Argentina; (2) Pampeano Oriental, no norte e leste da província de Buenos Aires, até as serranias de Tandil e Barcarce; (3) Pampeano Ocidental, no sul de Córdoba, nordeste de La Pampa e noroeste de Buenos Aires; e (4) Pampeano Austral, no sul de Buenos Aires, desde as serras de Olavarría, Tandil e Balcarce, até próximo de Bahia Blanca (MORRONE, 2011).

Os Campos Serranos, campos de altitude da Serra Geral, são encontrados sobre platôs cada vez mais altos à medida que avançam para a borda leste, onde a serra de repente despenca em imensos cânions. Vegetação campestre e arbustos predominam nessa área de invernos frios e solo raso, salpicada por afloramentos rochosos, pequenas manchas florestais e regiões encharcadas e ricas em matéria orgânica.

A província Paranaense: compreende o extremo sul do Brasil, ao oeste da Serra do Mar, até o centro do Rio Grande do Sul, o extremo nordeste da Argentina e o leste do Paraguai. Pode subdividir-se em quatro distritos: (1) Florestas, ocupado por florestas sempre verdes; (2) Pinheirais, nas zonas elevadas do sul do Brasil, entre 600 e 1.800m; (3) Campos, savanas entre as florestas; e (4) Serrano, nas partes mais elevadas das serras do sudeste do Brasil, acima de 1.800m (MORRONE, 2011).

DIFERENTES FATORES QUE EXPLICAM A FISIONOMIA DOS CAMPOS

Campos se referem a um tipo de vegetação composta predominantemente por gramíneas e outras herbáceas, classificado como Estepe no sistema fitogeográfico internacional. No Brasil os Campos Sulinos englobam os campos pampeanos e também campos mais altos e algumas áreas semelhantes a savanas.

Clima

Os Campos Sulinos são marcados por um clima subtropical, classificado como mesotérmico úmido (classificação de Köppen), devido à sua posição geográfica, sendo caracterizado por altas temperaturas no verão, possuindo um inverno marcado com geadas, registrando temperaturas negativas.

Vegetação

A vegetação é predominantemente herbácea com alturas que variam de 10 a 50 cm, dentre elas gramíneas, leguminosas, compondo uma paisagem homogênea.

É mais diversificada nas proximidades de áreas mais altas, caracterizada por ser mais densa, arbustiva e arbórea nas encostas de planaltos, onde existem matas com grandes pinheiros, e ao longo dos cursos de água, além de haver a ocorrência de banhados.

Próximo ao litoral, a paisagem é marcada pela presença de banhados, ambientes alagados onde aparecem juncos, gravatás e aguapés.

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