A Epidemiologia no serviço de saúde

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

COMPONENTE CURRICULAR: EPIDEMIOLOGIA

ALUNO: PEDRO SANTOS

EPIDEMIOLOGIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

        Com base na Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 e no decreto 7.508 de 28 de junho de 2011 observa-se o uso da epidemiologia na organização e gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e, por consequência, nos serviços de saúde prestados. A maior presença da Epidemiologia na estrutura organizacional dos estados e municípios, através de departamentos ou superintendências, atesta essa observação.

A utilização da Epidemiologia na organização e assistência médica hospitalar precisa ser cada vez mais implementada e fortalecida. Porém, as possibilidades desta ampliação no sistema de saúde têm ido de encontro com as dificuldades peculiares às marcadas diferenças que prevalecem entre regiões, estados e municípios. Nota-se também uma certa perplexidade dos Estados que ainda não assumiram de fato o lugar de prática no Sistema de Saúde, pois passam aos municípios as atividades executoras das práticas epidemiológicas. As condições prévias em que se encontravam os serviços de saúde nos municípios afetam o ritmo e a qualidade do processo de municipalização neles verificado. A descontinuidade dos investimentos nos serviços de saúde e a falta de uma política adequada de recursos humanos têm levado a uma baixa fixação, ou mesmo à evasão de profissionais capacitados.

Mesmo com as dificuldades na redefinição formalizada dos papéis dos diferentes níveis hierárquicos do Sistema de Saúde, constata-se a ocorrência de experiências inovadoras na prática da Epidemiologia, — como as mortalidades infantil e materna, os nascimentos de alto risco, etc. — quanto pela formação de recursos humanos com uma abordagem direcionada às questões e problemas dos serviços de saúde. Dessa forma, sugere-se a ampliação da oferta de cursos para a formação em Epidemiologia direcionada aos serviços de saúde, com uma maior atenção a adequação às práticas atuais. Destaca-se aqui, o aumento considerável da produção científica nos serviços, tais como as principais áreas de prática de Epidemiologia voltadas para a atuação dos serviços de saúde: o estudo da situação da saúde; a vigilância de doenças e outros agravos à saúde; e a avaliação dos serviços de saúde.

No mais, outro aspecto de destaque na atual situação de saúde é a incorporação legal do controle social no Sistema Único de Saúde, isto acrescenta novas possibilidades e tarefas para a Epidemiologia. A divulgação de dados epidemiológicos pertinentes pode contribuir para a decisão sobre a distribuição de recursos e garantir uma maior transparência ao processo decisório. É necessário ressaltar que os instrumentos epidemiológicos não são os únicos para a definição de prioridades, mas o reconhecimento da sua contribuição significa um grande avanço e um divisor com a antiga lógica da tomada de decisões, anteriormente utilizada pelos serviços de saúde.

Para isso, é necessário que os dados sejam disponibilizados através de sistemas de informações atuais, de boa qualidade, com dados pertinentes e de fácil acesso. Apesar de não se ter todas essas qualidades juntas nos bancos de dados nacionais, como também as informações em saúde existentes nem sempre sejam as mais adequadas e oportunas para fundamentar efetivamente as decisões, verifica-se uma melhoria significativa do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), assim como, a criação de novos sistemas, como o de Nascidos Vivos (SINASC) e etc. Entretanto, do ponto de vista organizacional, deve-se inibir a criação ou a existência de centros de dados de saúde como unidades independentes, desarticuladas dos órgãos de Epidemiologia, sem uma definição precisa da sua função.