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A Necessidade Do Técnico De Enfermagem, Ter Conhecimento Da Evolução Histórica Da Enfermagem No Brasil

Por:   •  4/12/2023  •  Resenha  •  1.824 Palavras (8 Páginas)  •  48 Visualizações

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A necessidade do técnico de enfermagem, ter conhecimento da Evolução histórica da Enfermagem no Brasil, e como se concentra a atual situação da saúde brasileira.

O conhecimento da trajetória histórica da Enfermagem nos instiga ao descobrimento da identidade profissional, permitindo uma reflexão quanto a trajetória desde o princípio até a atualidade. Para entender o significado e a importância da enfermagem, faz-se necessário conhecer o seu passado.

O resgate histórico da enfermagem nos leva a descobrir os caminhos percorridos por nossos antecessores e nos possibilita a descobrir nossas raízes, nos identifica enquanto profissional, nos leva a desbravar um passado instigante, revolucionário e transformador que vivenciou tempos de decadência moral e desvalorização, bem como tempos de ascensão resgatando seus valores.

Na história da enfermagem brasileira, merece destaque o Padre José de Anchieta. Ele não se limitou ao ensino de ciências e catequeses, foi além, pois atendia as necessidades do povo, exercendo atividades de médico e enfermeiro. Outra figura de destaque é Frei Fabiano de Cristo, que durante 40 anos, exerceu atividades de enfermeiro no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, no século XVIII. Em 1738, Romão de Matos Duarte consegue fundar no Rio de Janeiro a Casa dos Expostos. Somente em 1822, o Brasil tomou as primeiras medidas de proteção à maternidade que se conhecem na legislação mundial, graças à atuação de José Bonifácio Andrada e Silva (GEOVANINI et al., 2005).

Na enfermagem brasileira no tempo do Império, raros nomes se destacaram e, entre eles, merece especial menção o de Anna Justina Ferreira Nery nascida em Vila da Cachoeira de Paraguaçu-BA, em 13 de dezembro de 1814. Anna Nery solicitou ao presidente da Província da Bahia poder acompanhar os filhos e o irmão convocados para a Guerra do Paraguai (1864-1870), ou no mínimo prestar serviços voluntários nos hospitais do Rio Grande do Sul, embarcou em Salvador com a tropa do 10º Batalhão de Voluntários da Pátria em agosto de 1865 na qualidade de enfermeira. Com seus recursos, ela montou na própria casa onde morava, uma enfermaria limpa e modelo. Ali trabalhou abnegadamente, até o fim da guerra.

A partir deste contexto, ofereceu seus serviços como enfermeira ao presidente da província enquanto durasse o conflito. Durante toda a Guerra do Paraguai, prestou serviços nos hospitais militares de Salto, Corrientes (Argentina), Humaitá e Assunção (Paraguai), bem como nos hospitais da frente de operações. Viu morrer na luta um de seus filhos e um sobrinho. Anna Nery foi contemporânea de Florence Nightingale, mas não existem indicações de que elas sabiam da existência uma da outra. No entanto, foram semelhantes na maneira de agir: ambas ricas, estudadas, cultas e poliglotas, severas, disciplinadoras e dedicadas às tarefas de cuidar dos sofredores nas guerras em que participaram ativamente. Anna Nery, na Guerra do Paraguai e Florence, na Guerra da Criméia (ABEN-PE, [n.d.]).

Precursora da Cruz Vermelha, em sua homenagem, a primeira escola oficial brasileira de enfermagem de alto padrão no país foi denominada Ana Neri (1923). Em 10 de agosto de 1938, o presidente Getúlio Vargas, assinou o decreto nº 2.956 instituindo o dia do enfermeiro, que deve ser celebrado em 12 de maio. Nessa data presta homenagens especiais à memória de Ana Neri, em todos os hospitais escolas de enfermagem do país. Muito embora o patriotismo sobressaia nas entrelinhas do discurso, Ana Neri desde o início menciona o desgosto resultante do afastamento de seus familiares. Como mãe não resistiria à separação de seus filhos, esta expressão parece-nos romântica, sempre dedicada aos filhos seria difícil viver longe deles (GRISARD; VIEIRA, 2009).

No Brasil, a primeira Escola de Enfermagem foi fundada em 1890 sendo denominada Escola Profissional de Enfermeiras do Hospício de Alienados, entretanto, o aprofundamento dos relatos e estudos científicos publicados sobre a História da Enfermagem surge na década de 1960. A Professora Glete de Alcântara da Universidade de São Paulo (USP) foi a pioneira nos estudos. Ela defendeu sua tese de cátedra na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto(USP) sobre o tema. Após esse marco inicial, outras enfermeiras passaram a publicar resenhas históricas sobre suas escolas e os serviços de saúde onde atuavam (BARREIRA, 1999).

Abreu (2012, p.6) relata uma breve descrição da história da Enfermagem de 1930 a 1980:

A partir de 1930 que a educação em enfermagem foi consolidada, nesta época os enfermeiros eram concentrados basicamente na área hospitalar. Observa-se um crescimento quantitativo de outras categorias na enfermagem para fazer face as novas exigências do mercado, e o houve a privatização do setor saúde. A qualidade dos serviços era extremamente duvidosa e não atendia as expectativas dos trabalhadores. O crescimento do setor privado e o modelo de assistência adotado pela previdência ampliam o campo da prática da enfermagem.

A década de 1970 já começa com uma crise na saúde, cinco anos mais tarde há novo modelo de saúde definido pela lei 6.229 do Sistema Nacional de Saúde. Priorização da assistência profilática e preventiva, sem com tudo se descuidar dos aspectos curativos e de reabilitação. Categorias auxiliares agora acrescidas dos agentes de saúde e do atendente rural foram as detentoras da atenção primária cabendo aos Enfermeiros as funções de treinamento, coordenação e supervisão.

Entre 1970 e 1974, foram disponibilizados recursos do orçamento federal para reformar e construir hospitais privados; a responsabilidade pela oferta da atenção à saúde foi estendida aos sindicatos e instituições filantrópicas ofereciam assistência de saúde a trabalhadores rurais.

E nos anos 80 trouxe alguns avanços, como a lei 7.498 (julho de 1986) que reconhece as categorias de enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem e parteira e determina a extinção em 10 anos do pessoal sem a formação especifica regulada em lei (atendentes), onde a lei delimitou as atividades específicas de cada categoria, não trazendo para a prática entre tantas grandes mudanças. O Sistema de saúde encontra-se deteriorado, implicando assim na queda do padrão de qualidade da assistência de enfermagem (falta de condições de trabalho, baixos salários).

Os anos 80 foi precursor de uma fase que trouxe à tona a necessidade de flexibilização do currículo curso de graduação em enfermagem (TEIXEIRA et al. 2006)

Na VIII Conferência Nacional da Saúde de Março de 1986, houve uma frente aos propósitos da Reforma Sanitária a saúde passa a ser entendida como resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde.

 E em 1988 – criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse que representa um avanço na luta pelos direitos na saúde e cidadania, alcançou importantes pontos positivos, especialmente a ampliação do acesso aos serviços da Atenção Básica. Entretanto, ainda enfrenta problemas no que se refere à oferta desordenada das ações de saúde e de enfermagem

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