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A Saúde da Criança

Por:   •  5/6/2019  •  Seminário  •  2.191 Palavras (9 Páginas)  •  149 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

Campus Arapiraca

Enfermagem (Bacharelado)

MONIKELLY CARMO DA SILVA

SP2- TRANSIÇÃO FETAL E NEONATAL

Arapiraca – AL

2017

MONIKELLY CARMO DA SILVA

SP2- TRANSIÇÃO FETAL E NEONATAL

Trabalho solicitado como requisito para avaliação na disciplina de Saúde Da Criança e do Adolescente 2.

Arapiraca – AL

2017

QUESTÕES DE APRENDIZAGEM ESCOLHIDAS

SP2- TRANSIÇÃO FETAL E NEONATAL

  1. Quais as mudanças fisiológicas esperadas na transição fetal e neonatal? As dificuldades apresentadas por Laís são normais? Qual a influência do tipo de parto?
  2. Quais devem ser os cuidados prestados o recém-nascido em uma uci neonatal?
  3. Como é feita a avaliação da dor no recém-nascido?
  4. Quais terapias são utilizadas para alívio de dor?

  1. A transição da vida fetal para a neonatal é caracterizada por uma série de eventos fisiológicos, como a substituição do conteúdo alveolar líquido por gasoso, o aumento intenso do fluxo sanguíneo pulmonar e alterações nos desvios ou shunts intra e extracardíacos (forame oval, ducto arterioso e venoso). Todas as alterações anatômicas que ocorrem ao nascimento favorecem a adequação do neonato ao novo ambiente. Os eventos fisiológicos nos padrões respiratórios e cardiovasculares delimitam a transição da vida fetal para a neonatal (Crissiuma et al., 2005, 2006; Silva et al., 2009).

Como não há respiração pulmonar no feto, os pulmões apresentam-se atelectásicos e preenchidos por um líquido proveniente do plasma com baixo teor de oxigênio. Durante a vida fetal, a abertura do ducto arterioso é controlada justamente pela menor concentração de oxigênio e pela produção endógena de prostaglandinas, que atuam sobre as células musculares do ducto, mantendo-as relaxadas (Mattos, 1997).

Com o rompimento do cordão umbilical, o feto não mais estará ligado à placenta, passando a depender apenas de seus pulmões para oxigenação. O aumento da pressão parcial de dióxido de carbono nos vasos umbilicais e a diminuição da temperatura corporal desencadeiam o reflexo inspiratório (Cunninghan, 2004; Landim-Alvarenga, 2006). Ocorre elevação da resistência vascular sistêmica, da pressão arterial e decréscimo da resistência vascular pulmonar, seguido pelo aumento do fluxo sanguíneo nos pulmões. Assim, em questão de segundos, os pulmões são preenchidos por ar e os vasos sanguíneos pulmonares dilatam-se, o que permite a perfusão alveolar e a oxigenação tecidual do neonato (Crissiuma et al., 2005; Rodrigues, 2008).

O líquido contido nos alvéolos pulmonares é deslocado para o interstício e substituído gradualmente por ar. A expansão pulmonar leva à liberação de prostaciclina e de óxido nítrico, que aumentam a vasodilatação e o fluxo sanguíneo. O preenchimento alveolar com ar promove gradativa reabsorção do líquido pulmonar pelos vasos linfáticos (Rego, 2004; Crissiuma et al., 2005). Nem todos os alvéolos são inflados durante a primeira inspiração. Com as subsequentes inalações, todo o pulmão sofre insuflação, e a substância surfactante (fosfatidilcolina) é, então, distribuída por toda superfície alveolar (Rego, 2004; Landim-Alvarenga, 2006)

Com a dilatação pulmonar e o concomitante aumento da concentração de oxigênio sanguíneo, o ducto arterioso perde sua função e inicia seu fechamento, a princípio funcional e posteriormente anatômico (Cunninghan, 2004; Landim-Alvarenga, 2006). O fechamento parece ser mediado pela bradicinina e prostaglandinas liberadas pelos pulmões durante a insuflação inicial. Quando a pressão parcial de oxigênio sanguíneo no ducto atinge 50 mmHg, há contração, entretanto uma pequena ligação sanguínea entre a aorta e a artéria pulmonar permanece por alguns dias (Cunninghan, 2004). O ducto deixa de ser funcional em até 24 horas após o parto, mas em neonatos prematuros e naqueles com hipóxia persistente, pode permanecer aberto por um tempo prolongado (Mattos, 1997). Da mesma forma, o aumento do fluxo sanguíneo pulmonar leva a uma elevação da pressão no interior do átrio esquerdo, propiciando o fechamento do forame oval ao pressionar a válvula desse orifício contra o septo (Rodrigues, 2008). Terminada a transição da vida fetal para a extrauterina, o neonato estará respirando e utilizando seus pulmões para captação de oxigênio. A adequada oxigenação e a distensão gasosa pulmonar são agora o principal estímulo para o relaxamento da vasculatura pulmonar (Mattos, 1997; Crissiuma et al., 2005; Rodrigues, 2008).

O neonato possui um sistema circulatório de baixa pressão, ou seja, as pressões sanguíneas são muito baixas, bem como o volume sanguíneo, fato este que inspira cuidados com hemorragias nessa faixa etária, pois uma pequena perda já é o suficiente para o desenvolvimento de choque hipovolêmico (Peterson e Kutzler, 2011).

A resposta ventilatória neonatal à hipóxia é bifásica, com elevação inicial da frequência respiratória seguida por um declínio progressivo. As estimulações tátil e térmica das regiões genital ou umbilical induzem ao reflexo respiratório nos primeiros três dias após o nascimento (Crissiuma, 2005; Davidson, 2006; LandimAlvarenga, 2006).

O neonato é suscetível à hipóxia em razão da alta taxa metabólica (duas a três vezes à do adulto) e da imaturidade dos quimiorreceptores presentes no seio carotídeo (Sipriani et al., 2009). No período fetal, a hipóxia causa redução nos movimentos respiratórios e falta de estímulo respiratório. No pós-parto imediato, os neonatos respondem de forma semelhante ao período fetal, com diminuição da frequência respiratória frente à elevação da pressão parcial de dióxido de carbono (p CO2) e à diminuição de oxigênio (p O2; Crissiuma, 2005, 2006; Lúcio et al., 2009; Crissiuma et al., 2010).

A função renal difere drasticamente entre neonatos e adultos, sendo o rim neonatal morfologicamente e funcionalmente imaturo, e a nefrogênese é incompleta até a terceira semana de idade (Cowan, 1980). O neonato Lourenço e Machado. Características do período de transição fetal-neonatal e particularidades fisiológicas do neonato canino. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.37, n.4, p.303-308, out./dez. 2013. Disponível em www.cbra.org.br 306 possui, portanto, aspectos característicos de sua imaturidade renal como: menor fluxo sanguíneo renal, taxa de filtração glomerular e de fração filtrada, menor reabsorção de aminoácidos, fosfatos e glicose, elevada natriurese nos túbulos contornados proximais e menor habilidade de concentração urinária (McMichael e Dhupa, 2000). As concentrações séricas de creatinina e ureia são menores em relação às dos adultos, e as de fósforo maiores devido ao intenso desenvolvimento ósseo (Davidson, 2006).

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