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ANÁLISE DE PRONTUÁRIOS AVALIANDO FATORES SOCIOECONÔMICOS, FISIOPATOLÓGICOS, SELO-TERAPIA E EDUCAÇÃO CONTINUADA DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL ESPECIALIZADO EM HEMODIÁLISE NO MUNICÍPIO DE TEÓFILO OTONI- MG

Por:   •  22/9/2018  •  Monografia  •  10.355 Palavras (42 Páginas)  •  269 Visualizações

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1. Introdução

A hemodiálise é um tratamento complexo e demorado, em que o paciente realiza a sessão três vezes por semana com duração de quatro horas por dia. Ela consiste na filtração do sangue, onde são extraídas substâncias tóxicas e excesso de líquido, isto ocorre quando os rins estão apresentando algum tipo de deficiência e não são capazes de realizar tal função. Na terapia renal substitutiva, o sangue cheio de substancias tóxicas e resíduos nitrogenados é desviado do paciente para a maquina de diálise (dialisador), onde é purificado e em seguida devolvido ao paciente (SMELTZER; BARE, 2006).

Ressaltou-se a importância de verificar a incidência de infecção em cateter temporário de duplo lúmen, pois, de acordo com um dado obtido pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, no Brasil haviam cerca de 87 mil  pacientes no ano de 2008 em uso de terapia renal substitutiva, este número vem aumentando gradativamente e a qualidade de vida desta população está diretamente relacionada ao acesso venoso disponível para a realização de hemodiálise, 13 % dos hemodialíticos fazem uso do cateter temporário de duplo lúmen que é indicado em casos de urgência quando o paciente não tem outro acesso ou quando os pacientes perdem a fístula por causa de fatores como trombose aguda, ruptura do vaso ou infecção. Segundo Moysés 2005, o processo infeccioso nestes pacientes é muito freqüente, sendo esta a primeira causa de hospitalização e segunda maior causa de morte em pacientes hemodialíticos.

Como a terapia renal substitutiva envolve uma área muito específica, e o campo de enfermagem é amplo, durante a graduação foram desenvolvidos vários assuntos relacionados à hemodiálise, porém os temas abordados envolveram técnicas de enfermagem e altas tecnologias, não levando em consideração a relevância de fatores que podem pré-dispor ao aparecimento de infecções e os métodos utilizados para implementar medidas de prevenção e proteção (TRETINI, 2005).

O enfermeiro tem um papel fundamental neste setor, observou-se que muitas vezes a enfermagem se preocupa muito com a tecnologia, técnicas e com procedimentos realizados na hemodiálise, se esquecendo que o paciente é um ser vivo e merece ser tratado de forma humanizada. 

        A incidência de infecções e complicações associadas a cateteres é alta e muito grave, correspondendo a aproximadamente 20% de todas as complicações dos acessos vasculares podendo levar a sua retirada antecipada (MOYSÉS et al., 2005).

Este estudo dedica-se a mostrar que fatores socioeconômicos e fisiopatológicos podem influenciar na ocorrência de infecção em cateter temporário de duplo lúmen, verificar a incidência de infecção no cateter, identificar a importância da equipe de enfermagem no processo de educação continuada e permanente no setor de hemodiálise e relatar o processo de antibióticoprofilaxia utilizado pelo hospital.

O uso de substâncias químicas para antibióticoprofilaxia tem sido uma sugestão para o preenchimento do cateter de duplo lúmen (o método lock-terapia ou selo-terapia) na tentativa de reduzir os elevados índices de morbi-mortalidade relacionados a contaminações de tais dispositivos (SEGARRA et al., 2005). Com base nesta afirmação a utilização da antibioticoterapia como método de prevenção está sendo utilizado em algumas instituições de terapia renal substitutiva.

Os aminoglicosídeos são os mais utilizados no combate a infecções devido a seu baixo potencial de indução à resistência bacteriana e seu custo reduzido em relação aos fármacos mais novos. Dentre esta classe a gentamicina é o antimicrobiano que tem o menor custo, sendo distribuído pelo Sistema Único de Saúde, este é utilizado juntamente com a heparina no preenchimento do cateter como método preventivo de infecção relacionada ao cateter temporário duplo lúmen nos pacientes hemodialíticos em um hospital no município de Teófilo Otoni.

        As complicações infecciosas em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos ao tratamento de hemodiálise representam desafios importantes para os profissionais da saúde. Neste sentido a equipe de enfermagem tem uma importância muito grande na observação contínua dos pacientes durante a sessão, podendo assim ajudar a salvar muitas vidas e evitar infecções ao fazer o diagnóstico precoce de tais intercorrências. O paciente deve ter extrema confiança nos profissionais, prestativos, atenciosos e que estão sempre alerta para intervir quando necessário.

        O presente estudo terá uma continuidade, pois, ao final uma cópia será entregue a instituição com a intenção de ser realizada uma melhoria da assistência de enfermagem, com o intuito de gerar condições favoráveis visando os fatores que podem influenciar no processo infeccioso, para a implementação de medidas de prevenção e como resultado melhorar a qualidade e a expectativa de vida destes pacientes.  

2. Revisão Literária

2.1 Definição de Insuficiência Renal

A Insuficiência renal aguda (IRA) caracteriza-se como a perda súbita da funcionalidade dos rins, podendo o paciente recuperá-la um tempo depois. A diminuição do débito de sangue fornecido aos rins ou a obstrução do fluxo urinário, como também lesão traumática dos rins e certas variedades de inflamação renal que aparecem bruscamente para logo virem a desaparecer são fatores que podem levar a uma IRA. Quando a IRA dá origem a uma diminuição persistente da função renal, passa-se então a falar de Insuficiência Renal Crônica (IRC), que pode ser também o resultado de uma redução gradual do funcionamento dos rins durante um longo período de tempo. Em tais situações, os rins sofrem uma lesão irreversível, sendo impossível à recuperação das suas funções (SOBEN, 2008).

Os pacientes com doença renal em estágio terminal apresentam índice de filtração glomerular inferior a 10 a 15 ml/min, volume urinário menor que 400 ml/dia (oligúria ou anúria), aumento da uréia, creatinina, cargas ácidas, ácido úrico e rins com tamanho diminuído na ultrassonografia, necessitando para sobreviver da Terapia Renal Substitutiva (TRS), tal como o transplante ou a diálise peritoneal (SMELTZER; BARE, 2006).

Quando os rins deixam de funcionar, ocorre diminuição na produção de urina, acumulando-se no organismo os componentes urinários, isto é, água e resíduos tóxicos (GUYTON, 2006).

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