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Cuidar e Humaniza: Relações e Significados

Por:   •  10/9/2015  •  Projeto de pesquisa  •  4.336 Palavras (18 Páginas)  •  737 Visualizações

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Campinas – FAC III – Enfermagem 3º Semestre

CAROLINA DOS SANTOS DE SOUZA GAMA            6814016048

Cuidar e Humaniza: Relações e Significados

Parece estranho falar de humanização para seres humanos, já que humanizar deveria fazer parte da natureza do homem, porém mostra-se necessário que façamos uma revisão de nossas práticas cotidianas com ênfase na criação de melhores equipes de trabalho que valorize a dignidade de sua profissão e do paciente, temos que criar formas de orientar a quem cuida a dar o tratamento individualizado frente às necessidades de cada um.

O cuidar tornou-se mecanizado, fragmentado e tanto as pessoas que cuidam com as que recebem cuidados, parecem ter esquecido que esta habilidade/qualidade, além de constituir uma ação é um valor, um comportamento. Os enfermeiros devem ser atuantes não só na administração das atividades, mas sim estar em constante interação com o meio cuidar/cuidado para através do seu conhecimento, desenvolver a humanização. Isso nos confere, tanto mais responsabilidade, quanto desafios.

Percebendo esta carência na área da saúde de um modo geral, fica claro a necessidade de profissionais cada vez mais dedicados e que estejam sempre em um processo de educação continuada já que a enfermagem é uma profissão que exige desdobramento constante do profissional. Então humanização não tem que ser visto como uma opção e sim o dever de quem escolheu cuidar de pessoas como legadas.

O cuidado é entendido como um modo de ser; sem o cuidado deixa-se de ser humano. Assim, a afirmação de que o cuidado é o que confere a condição de humanidade às pessoas é uma afirmação lógica. O cuidado é um ideal ético. Visto de dentro, o aspecto fundamental do cuidado é o deslocamento de interesse de nossa realidade para a do outro.

O termo humanização vem aparecendo na primeira década do século XXI com bastante frequência na literatura de saúde, e isso parece ser uma consequência das recentes recomendações do Ministério da Saúde que propõe uma Política Nacional de Humanização.

Humanizar significa "tornar humano, dar condição humana, humanizar".

O cuidado humanizado implica, por parte do cuidador, a compreensão do significado da vida, a capacidade de perceber e compreender a si mesmo e ao outro, situado no mundo e sujeito de sua própria história.  Afirmamos que profissionais de saúde devem compartilhar com suas pacientes experiências e vivências e estas estão relacionadas ao cuidar e complementam que "exercer na prática o re-situar das questões pessoais num quadro ético, em que o cuidar se vincula à compreensão da pessoa em sua peculiaridade e em sua originalidade de ser”. Estas observações evidenciam semelhança entre o que se sugere como sendo cuidado, visto como uma identidade do humano e que possibilita a existência do ser.

Política Nacional de Humanização

Os grandes avanços no campo da saúde pública brasileira- operados especialmente ao longo das últimas duas décadas convivem, de modo  contraditórios, com problemas de diversas ordens, se por um lado, apontar avanços na descentralização e na regionalização da atenção e da gestão  da saúde,com ampliação dos níveis da equidade, universalidade, integridade e do controle social, por outro a fragmentação e verticalização do processo de trabalho esgarçam as relações entre os diferentes profissionais de saúde e entre estes e os usuários; o trabalho em equipe e a dificuldade de lidar com as dimensões sociais e subjetivas presentes na pratica de atenção fica fragilizado.

A Política Nacional de Humanização existe desde 2003 para efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil incentivando trocas de atenção solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários.

Sem duvida o Sistema Único de Saúde (SUS) é uma conquista das lutas  da democracia no país em 1988 e ganhou estatuto constitucional, passados mais de vinte anos os desafios ainda permeiam o  campo da saúde. Neste cenário desde 11ª Conferencia Nacional da saúde realizada em 2000que tinha como titulo “Acesso, qualidade e Humanização da atenção a Saúde com controle social”.de 2000 a 2002 o programa nacional de Humanização da Atenção Hospitalar, ao compasso de outras iniciativas como Humanização no parto, e da saúde da criança , iniciou comitês dentro de hospitais voltados para  a melhoria na qualidade da atenção e mais tarde com o foco também no trabalhador.

Falar de Humanização, quando o processo de atenção à saúde se trata de humanos parece um tanto discrepante, no entanto o que se vê em muitos lugares é o despreparo de profissionais em todas as esferas que envolvem o cuidado que é preciso que a cada dia mais de fale neste tema com uma abordagem dinâmica e esclarecedora.

A história vem nos ensinando que movimento de criticas e recomposição do campo da saúde, que redefine os conceitos e modos são incessantes e ininterruptos. O campo da saúde coletiva resulta e é a expressão de movimentos de tensionamento e reconstrução de certos modos de conceber a ciência e de se agir  em saúde (PASCHE,2005).

E qual interesse na saúde coletiva? Transformar a produção cientifica  e tecnológica do campo sanitário em instrumentos e ferramenta de qualificação de vida, colocando sob égide a justiça social.

A saúde coletiva, tem tido mérito de reconhecer diferenças teórica e metodológica, evidenciando que não há produção de conhecimento desprendida da ação pratica de seus  sujeitos, quer estejam na academia, quer estejam na ação sanitária direta. Assim, não teria propriamente uma distinção clara e inequívoca entre ação técnica-política e ação cientifica.

A Política Nacional de Humanização é um reconhecimento da diferença; diferença que fortalece, mas não uma diferença que não difere. Uma diferença que combina, sendo ao mesmo tempo a norma e o desvio dela. Hibridismo marca contemporânea que reconhece a complexidade dos fenômenos sociais e, portanto a deficiência e a insuficiência dos modelos lineares de pensamento, reflexão e intervenção.

Neste sentido, as principais prioridades nas quais a PNH tem investido são: Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as praticas de atenção e gestão no SUS, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão, destacando o respeito à questão de gênero, etnia e raça, orientação sexual, e as populações especificas (índios, quilombolas, ribeirinhos, assentados, etc.); buscar contagiar trabalhadores, gestores e usuário do SUS com as ideias e as diretrizes da humanização e fortalecimento das iniciativas existentes; fortalecimento do trabalho em equipe multiprofissional,fomentando a transversalidade e a grupalidade; apoio a construção de redes e cooperativas solidárias  e comprometidas com a produção de saúde e com a produção de sujeitos. Aprimorar cada vez mais os  processos, tendo em vista o bem estar físico,social  e mental dos envolvidos, investindo em recursos, mão de obra qualificada e pronta para realizar suas atividades focada num contexto disciplinador ,ético, normatizada, fundamentadas na política de humanização voltada no  direito a saúde.

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