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Enfermeiro e coleta de dados na avaliação emocional

Por:   •  3/5/2015  •  Relatório de pesquisa  •  2.887 Palavras (12 Páginas)  •  220 Visualizações

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A arte de ser enfermeiro, consiste entre outras atividades, basicamente em cuidar do paciente (cliente), usando procedimentos específicos, intermediados pela relação interpessoal.

O paciente, geralmente surpreendido pelo adoecer e pelo processo de internação, sente-se desprotegido e ansioso diante das novas condições vivenciadas.

Desse modo, a avaliação das condições emocionais e mentais do paciente tem sido um procedimento desenvolvido lentamente pelo enfermeiro, ou profissional de enfermagem, mas vem se mostrando cada vez mais necessário. Identificar os problemas emocionais e mentais emergentes e decorrentes da internação e do adoecer é fundamental, pois possibilita, juntamente com o exame físico, subsidiar e otimizar a assistência integral ao doente. Assim sendo, é necessário que os profissionais tenham habilidade de identificar e conhecer os sentimentos do paciente no momento em que estes possam surgir e, além disso, saber interpretar e auxiliá-lo, para que suas sensações possam ser controladas e minimizadas, com apoio e compreensão. Lembrando-se desta forma que o paciente ao entrar na instituição, não deve ser visto como sinônimo de perda da identidade e devendo aceitar regras impostas, sendo imprescindível resgatar os valores humanos, deixando-o decidir sobre seu corpo e a assistência recebida

Para a coleta de dados, a entrevista a ser realizada pelo profissional de enfermagem, deve contemplar não somente as ações tecnicistas e sim evoluir para o campo emocional buscando inicialmente uma simples abordagem ao paciente pelo seu nome, identificar-se e retribuir informando-o sobre a finalidade da entrevista a ser realizada. Deve-se demonstrar consciência e respeito ao entrevistado, mostra-se sensibilizado, assumindo sempre uma conduta humanizada e empática. O ambiente para a entrevista deve proporcionar privacidade mútua, conforto físico e o mínimo de distração. Deve-se sempre ouvir o que o paciente tem a dizer, bem como ressaltar os temas e omissões. Nesse contexto, é importante observar todo o conteúdo das comunicações verbais e não verbais, dando tempo ao entrevistado para que ele se sinta seguro e faça as suas considerações, onde jamais se deve fazer uma abordagem apressada e tensa. O entrevistador em primeiro lugar, carece ter o amplo controle de suas ansiedades e sentimentos e fazer uso de fontes secundárias de informações (histórias médicas, sociais, avaliação psicológica), como dados suplementares.

Nessa análise descrita, o respeito é fundamental, respeitando-se todas as condições sócio-econômicas, isentando-se de julgamentos prévios, observando-se os níveis de concentração e raciocínio no decorrer da atividade, além do nível de consciência, memória, suas percepções em cooperação, hostilidade, apatia, paciente defensivo, irritabilidade, atividade motora, modo da fala e aparência geral do paciente, envolvendo condições de higiene, idade, postura, pupilas e estado nutricional.

A História de Vida do paciente, consiste no ato de se ter a possibilidade de compreender e aprender muito da subjetividade do mesmo, inicialmente, deve-se captar as queixas subjetivas, o início da doença, a evolução temporal, as eventuais situações desencadeantes que o paciente considera como fundamentais e vivências conflitantes. Esses dados possibilitarão levantar os problemas emocionais e traçar o diagnóstico de enfermagem. O individuo ao contar a sua história, estará interpretando o meio que o cerca e seu lugar no mundo com suas relações familiares e com outros grupos sociais, revelando, assim o significado do adoecer e da internação, que poderão estar interferindo na moléstia atual ou gerando sintomas emocionais ou psíquicos. Apresentará comportamentos, valores e ideologias. Atribuirá significado aos fatos, às situações, às ações, dando informes de seu passado e presente.

O paciente assistido revelará fatos em que se pode entrever o seu desenvolvimento psíquico, social e afetivo. Nesse momento, o profissional enfermeiro deve destacar o significado do adoecer e da internação, bem como os conflitos e os problemas emergentes, decorrente da enfermidade e da internação atual.

Para a avaliação das condições emocionais e mentais, o paciente deve ser avaliado pelo seu depoimento, ou seja, a obtenção de dados pelo enfermeiro, observando-se seu comportamento, modos de vivência, envolvendo problemas e sintomas apresentados, objetivando-se uma correta avaliação diagnóstica. Diante deste estudo, observa-se que as condições emocionais e mentais se complementam em todos os aspectos.

Na avaliação das condições emocionais, deve-se avaliar os níveis de ansiedade do paciente, através de seu  humor ansioso (inquietude, temor do pior, irritabilidade), tensão, medo, insônia, dificuldades intelectuais, humor depressivo, sintomas somáticos generalizados (musculares, sensoriais, cardiovasculares, gastrointestinais, geniturinários), comportamental na entrevista. Também devem ser verificados as condições do paciente quanto à sua auto-imagem, auto-conceito, identidade, auto-estima e nível de esperança, seus sentimentos (solidão, pesar), relatos de sua interatividade social, adaptabilidade, estresse, condições que investiguem suicídio e violência, a fim de se ter um contexto completo do estudo a ser realizado.

Para as análises nas condições mentais, o enfermeiro deverá ter um cuidado inicial na abordagem em não confrontar o doente com possíveis delírios ou alucinações, porém mostrando com bom senso e cautela que tais atitudes não estão de acordo com a realidade. Na avaliação deve-se verificar a maneira com que o doente se apresenta, se sente, idade aparente, aspecto geral, como deambula, sua fisionomia. Deve verificar suas condições de higiene, vestimenta adequada, expressão facial, modo de olhar, postura física, condições físicas, a forma como discorre a conversa, a linguagem empregada pelo paciente, envolvendo tom e conteúdo dispersado, nível de consciência e orientação, memória, senso-percepção, afetividade, pensamento, adaptação à realidade, suas vontades, seus desejos e suas condutas descritas.

A morte continua a ser um grande obstáculo na cultura Ocidental. No entanto, nada de proveitoso se adquire deste tipo de comportamento e conduta, resultando no errado acompanhamento dos profissionais de saúde à família e doente, no momento da morte. Se o acompanhamento ao doente em fase terminal for abordado de forma adequada e atentamente ser inserir a família, o doente usufruirá de uma melhor qualidade de vida, do ponto de vista emocional e afetiva, assim como, na diminuição da dor e angústia, inerentes á doença, por isso a integração entre a família e o profissional é de grande valor.

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