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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE ILHÉUS NO PERÍODO 2014

Por:   •  7/4/2017  •  Monografia  •  2.951 Palavras (12 Páginas)  •  323 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

A dengue é uma arbovirose reemergente que vem se constituindo em um dos mais importantes problemas de saúde pública no mundo, principalmente em países tropicais nos quais as condições ambientais, como altas temperaturas, períodos chuvosos e alta umidade relativa do ar favorecem sua proliferação.

No Brasil, as condições socioambientais favoráveis à expansão do Aedes aegypti, tem disseminado a doença nas cidades brasileiras, além disso, outros fatores como o crescimento populacional desordenado, o aumento da desigualdade entre os indivíduos e a falta de saneamento básico, também tem contribuído significativamente para o agravamento da situação. Mais de 80% da população brasileira reside em áreas urbanas, com importantes lacunas no setor de infraestrutura, tais como dificuldades para garantir abastecimento regular e contínuo de água, incluindo a coleta e destino adequado dos resíduos sólidos (BRASIL, 2009).

Nesse contexto, a atual situação do município de Ilhéus-Ba, não difere das demais cidades brasileiras. Mesmo com programas de ações preventivas e de métodos tradicionais empregados de combate à dengue na cidade, o índice de infestação do mosquito e consequentemente da população infectada ainda é elevado. O combate químico, com baixíssima ou mesmo nenhuma participação da comunidade, sem integração inter-setorial e com pequena utilização de instrumentos epidemiológicos, apresenta falhas no controle do vetor que tem altíssima capacidade de adaptação ao local. Além disso, o município apresenta um cenário de ambiente altamente degradado, com esgotos a céu aberto, deposição de resíduos irregulares e efluentes lançados nos rios e mares sem tratamento, provocando a proliferação do vetor.

A disseminação desse agravo, não conseguiu ser controlada com os métodos tradicionalmente empregados no combate às doenças, transmitidas por vetores. Contudo, para que esse controle seja efetivo torna-se necessário que o governo faça investimentos em saneamento básico, melhorando a infraestrutura da cidade, possibilitando ao indivíduo uma educação de qualidade, para que este desperte a consciência da necessidade de participação ativa junto aos órgãos de saúde local, através de medidas simples, porém, primordiais, como não deixando água parada no domicílio, acondicionando o lixo em recipientes adequados, a fim de conter o avanço da doença.

  1. PROBLEMA

A dengue no município de Ilhéus – BA vem demonstrando elevados números de morbimortalidade e está provocando graves epidemias da doença nos últimos anos.

Nesse contexto, quais as variáveis que dificultam o controle desta doença propiciando o aumento no índice de infestação do vetor e, consequentemente, causando novos surtos e epidemia?

  1. HIPÓTESE

O processo de urbanização acelerado enfrentado pelo município de Ilhéus nos últimos anos causou uma deficiência no saneamento básico em algumas regiões da cidade, o que propiciou a disseminação dos vetores da dengue mantendo os índice de infestação elevado. Associando-se a este fato, existe as condições demográficas e climáticas que dificultam o controle efetivo, ocasionando em surtos da doença em vários períodos do ano. Esse conjunto de variáveis socioambientais contribui para o aumento do índice de infestação predial e das notificações de casos.

  1. OBJETIVO GERAL

Analisar os aspectos epidemiológicos de dengue no município de Ilhéus- BA, no período de 2014, procurando identificar características próprias de casos confirmados segundo os índices de infestação predial e a sua correlação entre as variáveis socioeconômicas e demográficas.

  1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
  • Descrever índice de infestação predial (IIP), segundo os ciclos, associando com as notificações de casos, para identificar os picos de surtos e epidemias no período de estudo;
  • Determinar a incidência de dengue segundo sexo, faixa etária, nível de escolaridade e ocupação;
  • Verificar a correlação entre a transmissão de dengue e a infestação pelo vetor segundo condições de moradia e saneamento básico;
  • Descrever a ocorrência e a distribuição dos quatro sorotipos de dengue juntamente com suscetibilidade e as manifestações clinicas dos casos de dengue, no período de estudo.
  1. JUSTIFICATIVA

Este estudo justifica-se pelo fato do município de Ilhéus apresentar elevada incidência de casos de dengue, além do alto índice de infestação. Embora sejam desenvolvidas atividades tradicionais para controlar a doença na cidade, as condições socioambientais favoráveis à expansão do Aedes aegypti possibilita uma dispersão desse vetor. Sendo assim, faz-se necessário estudos mais aprofundados e específicos sobre os aspectos epidemiológico da dengue, que contribua não só no conhecimento, mas também que possibilite novas técnicas de controle, assim como, na qualidade do atendimento aos pacientes infectados, garantindo a saúde da população.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO
  1. DENGUE – CONCEITO E ETIOLOGIA

O termo "dengue" é de origem espanhola e que dizer "melindre", "manha", devido ao estado de moleza e cansaço em que fica a pessoa contaminada pelo mosquito. Essa doença caracteriza-se por ser infecciosa, febril aguda, de etiologia viral, transmitida pela picada de mosquitos fêmeas do gênero Aedes e subgênero Stegomyia.

O vírus da dengue é um RNA, arbovírus do gênero Flavivírus e família Flaviviridae, representados por quatro sorotipos de dengue: (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4). Os diferentes sorotipos apresentam expressividade sintomatológica e quadro epidemiológico diferenciado (HALSTED, 2006).

De acordo ao contexto, o vírus da dengue pode ser encontrado em grande quantidade nas glândulas salivares do mosquito, devido à replicação dentro do intestino do inseto, podendo infectar os seres humanos que são seus hospedeiros vertebrados. A dengue é transmitida de pessoa para pessoa, pois o mosquito Aedes é apenas um mediador que precisa adquiri-la de alguém já infectado, portanto, os locais de maiores incidência são áreas urbanas onde o vetor encontra condições propicias para o seu desenvolvimento.

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