TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO E CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM HANSENÍASE

Por:   •  28/10/2018  •  Artigo  •  3.383 Palavras (14 Páginas)  •  351 Visualizações

Página 1 de 14

instituto daniel de la touche

NADIELLY CARDOSO LADWIG[pic 1]

PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO E CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DO MEARIM – MA, 2010.

São Luís

2011

NADIELLY CARDOSO LADWIG

[pic 2]

PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO E CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DO MEARIM – MA, 2010.

Artigo Científico apresentado ao curso de Pós-Graduação de Planejamento e Gestão em Saúde da Família do Instituto Daniel de La Touche, como parte dos requisitos para obtenção do grau de especialização em Saúde da Família.

São Luís

2011

PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO E CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DO MEARIM – MA, 2010.

Nadielly Cardoso Ladwig [1]

RESUMO

A hanseníase é uma doença crônico-degenerativa granulomatosa que tem como agente etiológico o “Mycobacterium leprae”. Descoberta em 1873 pelo médico norueguês Gerhard Armauer Hansen. Este estudo teve por objetivo analisar o perfil sócio-demográfico e clínico epidemiológico dos pacientes diagnosticados com hanseníase no município de Vitória do Mearim no ano de 2010. As informações foram colhidas com base nos registros dos prontuários, através de questionário estruturado com perguntas fechadas. O estudo foi do tipo exploratório descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa. Os dados foram analisados pelo Software Microsoft Office Excel 2007 e demonstrados em formas de tabelas e gráficos. Constatou-se que na maioria dos casos de hanseníase, a faixa etária mais atingida foi de 15 a 35 anos (40,9%), do sexo masculino (61%), sendo a maioria da cor/raça branca (34%), casados (45,5%), escolaridade a nível de 1º grau incompleto (27,3%), lavradores (32%). Quanto a distribuição dos casos segundo o grau de incapacidade no diagnóstico, 66% dos pacientes não foram avaliados. Com relação ao modo de entrada no programa de hanseníase, 91% entraram como caso novo. Houve a predominância de caso novo através de demanda espontânea (89%). Observou-se que a forma clínica mais encontrada foi a dimorfa (43%), e o tratamento quimioterápico mais utilizado foi o de 12 doses para multibacilares (PQT-MB/12 doses). Conclui-se que o acesso ao diagnóstico e ao tratamento tem que ser facilitado e as ações de educação em saúde são imprescindíveis na assistência a essa clientela.

Palavras-chave: Hanseníase. Tratamento. Educação em Saúde.

1 INTRODUÇÃO

A hanseníase é uma doença crônico-degenerativa granulomatosa que tem como agente etiológico o “Mycobacterium leprae”. Descoberta em 1873 pelo médico norueguês Gerhard Armauer Hansen (daí o nome ‘hanseníase’) (MURTA, 2008).

É uma doença com alto poder incapacitante, porque o bacilo acomete nervos periféricos, acarretando atrofias, paralisias e diminuição de sensibilidade dos membros superiores e inferiores (FIGUEIREDO, 2010).

No passado, pela inexistência de tratamento adequado, as pessoas acometidas tornavam-se vítimas de deficiências e incapacidade para o trabalho e a vida social e, geralmente, eram afastadas e segregadas em leprosários (AGUIAR, 2009).

A história da hanseníase remonta a bíblia. O medo e o preconceito cercam essa doença milenar. Atualmente, pelo aspecto biomédico, a questão parece estar resolvida: temos tratamento adequado, cura e técnicas simplificadas de prevenção de incapacidades (FIGUEIREDO, 2010).

O estigma ligado à hanseníase ocorre desde tempos imemoráveis, sendo por isso uma condição complexa, que exige um processo de mudança gradativo através dos anos. Muitas ações foram e estão sendo desenvolvidas com o objetivo de amenizar esse estigma. Uma dessas ações foi a mudança do nome lepra para hanseníase, mas nem todos os países adotaram esta nomenclatura. O Brasil teve a iniciativa pioneira de substituir oficialmente esse termo, contribuindo para a redução do preconceito e o estigma que envolve a doença (NUNES, 2008).

Ate a década de 1950, não existiam tratamentos medicamentosos para a doença. Em 1991, o Ministério da Saúde instituiu o tratamento terapêutico da poliquimioterapia na rede de serviços de saúde, através de esquema padronizado. A implantação dessa medida vem resultando na diminuição de índices de abandono e melhor resolubilidade do programa em geral (FIGUEIREDO, 2010).

Está entre as doenças de interesse sanitário devido ao seu alto potencial incapacitante. É considerada um problema de saúde pública uma vez que o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo, com prevalência de 41.817 casos e incidência de 38.914 em 2008 (WHO, 2009).

No Brasil, o objetivo da política de controle da hanseníase é diagnosticar, tratar e curar todos os casos. Quando confirmada a doença em um indivíduo, o serviço de saúde local examina também os parentes e as pessoas com quem o portador tem ou teve contato para identificar outros casos existentes. Dessa forma, é possível reduzir as fontes de transmissão (BRASIL 2011).

O Ministério da Saúde define como caso de hanseníase para tratamento, quando um ou mais dos seguintes critérios estão presentes: lesão da pele com alteração da sensibilidade, espessamento de tronco nervoso ou baciloscopia positiva na pele. O tratamento baseia-se na quimioterapia específica, supressão de surtos reacionais, prevenção de incapacidades físicas junto à reabilitação física e psicossocial (SANTOS, 2005).

A principal fonte de infecção da hanseníase é o homem, pelas formas contagiosas (virchowiana e dimorfa) – só estas formas são capazes de eliminar na derme e mucosas bacilos com carga bacilífera grande o bastante para transmissão. As vias aéreas são as principais portas de entrada, havendo uma pequena probabilidade de transmissão por via cutânea. O período de incubação dura de 2 a 7 anos. Contato íntimo e prolongado, aglomeração e promiscuidade são fatores importantes que influenciam na transmissão da doença (MURTA, 2008).

...

Baixar como (para membros premium)  txt (24.6 Kb)   pdf (223.5 Kb)   docx (49.7 Kb)  
Continuar por mais 13 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com