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ESTEREOQUÍMICA DOS FÁRMACOS

Por:   •  14/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  527 Palavras (3 Páginas)  •  237 Visualizações

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Na década de 50 e 60 foi lançado um medicamento capaz de reduzir um dos efeitos mais indesejados do período gestacional. Este fármaco prometia o alívio dos enjôos _ a Talidomida entrava no mercado da Indústria Farmacêutica como sedativo e anti-emético seguro.

No decorrer destas décadas houve o aumento de crianças recém-nascidas e com malformações, a Focomelia (encurtamento ou aproximação dos membros junto ao tronco do feto), decorrente da ultrapassagem deste fármaco à barreira placentária durante a gestação. Isso ocorre porque há a inativação da enzima cereblon, responsável pela formação dos membros nos primeiros meses de vida, o chamado efeito Teratogênico.

Com estes resultados, no decorrer dos anos, pesquisas foram desenvolvidas e pode ser observada a presença de dois enântiomeros nesse composto químico. A Talidomida é derivada do ácido glutâmico, sendo também uma mistura racêmica, um composto assimétrico, ou seja, possui quiralidade, além da presença dos enântiomeros R e S, isto implica dizer que um deles exerce o efeito terapêutico (R), enquanto o outro exerce o efeito Teratogênico (S).

Nesse contexto é importante ressaltar a estereoquímica, uma área da química que estuda os aspectos tridimensionais das moléculas. Foi a partir desse estudo que foi possível descobrir que o risco que esse composto químico acarretaria seria maior que seu benefício.

Dessa forma, a estereoquímica ampliou o estudo deste composto quiral, evidenciando a existência de dois tipos de comportamentos biológicos:

1. A atividade existe para os dois enantiômeros, enquanto que o efeito indesejado é atribuído a apenas um deles:

No caso a Talidomida pode ser dextrogira ou enantiômero R, este possui atividades sedativas, anti-emética, sendo inofensivo seu consumo. No entanto, a talidomida levogira ou enântiomero S é teratogênico. Estes dois enântiomero estavam presentes na formula em quantidades iguais (50:50).

2. Inversão quiral

A possibilidade de um enantiômero racemizar em solução permite que ocorra o fenômeno da inversão quiral, isto é, a Talidomida dextrogira (forma terapêutica) por mecanismo de ação desconhecido, origina a Talidomida levogira (forma tóxica).

Em contra partida, com o passar dos anos, que uma nova porta se abriu, com aperfeiçoamento do estudo da molécula da Talidomida, propriedades antiangiogênicas, antiinflamatórias e imunomoduladoras com potencial utilidade numa gama de indicações clínicas, como doenças reumáticas, neoplásicas, dermatológicas, hematológicas, inflamatórias, AIDS, caquexia, insuficiência cardíaca, meningite tuberculosa e outras.

No entanto, não há nada concreto sobre seu real benefício, uma vez que os indícios encontrados são pobres e iniciais, porém é visível a eficácia da estereoquímica. No caso da Talidomida as doenças a serem tratadas são de prognóstico reservado, fica evidenciado e justificado o emprego de um medicamento com tão sério risco potencial, em face de melhorar a qualidade de vida, em vista de um quadro com saúde comprometida. Mas, os efeitos adversos desse medicamento devem ser assistidos com cautela, para que realmente seja alcançado o efeito desejado.

Dado o exposto, é substancial e notória de quem foi a responsabilidade de tais descobertas,

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