ESTUDO FITOQUÍMICO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DAS FOLHAS DE JUSTICIA GENDARUSSA BURM

ESTUDO FITOQUÍMICO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DAS FOLHAS DE JUSTICIA GENDARUSSA BURM F. (ACANTHACEAE)

 PHYTOCHEMICAL STUDY OF THE HYDROALCOHOLIC EXTRACT OF THE LEAVES OF JUSTICIA GENDARUSSA BURM F. (ACANTHACEAE)

Franselmo da Silva Oliveira1

Maria Eduarda Azevedo Santos1

Maria Eduarda de Azevedo Viegas1

Crisálida Machado Vilanova2

1Graduando do curso de Farmácia, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil

2Docente da Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil

RESUMO

Palavras-chave:

ABSTRACT

Keywords:

1. INTRODUÇÃO

As plantas são capazes de produzirem uma grande variedade de componentes orgânicos, cujos são divididos de acordo com a via metabólica que os produzem e são chamados de metabólitos primários e secundários. Os metabólitos primários são os produtos do metabolismo essencial para a sobrevivência e o desenvolvimento das plantas e os metabólitos secundários são aqueles que possuem funções diretamente envolvidas nos mecanismos que permitem a adequação da planta a seu meio, e eles que possuem a atividade farmacológica (PEREIRA; CARDOSO, 2012 apud SARAIVA et al., 2018).

As plantas medicinais são muito importantes por serem fontes de novas substâncias químicas com potenciais efeitos terapêuticos (FRANTHWORTH, 1988 apud JOTHIMANIVANNAN; KUMAR; SUBRAMANIAN, 2010). E para determinar os compostos químicos contidos nas plantas medicinais são realizadas análises fitoquímicas (FISOL et al., 2022), dessa maneira sendo possível identificar os grupos de metabólitos secundários relevantes presentes em determinada planta e analisar os benefícios que eles podem trazer para a saúde humana (SIMÕES et al., 2004 apud BESSA et al., 2013).

A Justicia gendarussa Burm. F. pertence à família Acanthaceae, é uma planta perene, amante de sombra, com rápido crescimento e encontrada principalmente em áreas úmidas (PAVAL et al., 2008). Por isso, é encontrada em países como Indonésia, África, Brasil e América Central (RAMEES et al., 2019 apud FISOL et al., 2022), mas também é possível encontrá-la na Índia, China, Malásia, Sri Lanka, Filipinas e Bangladesh (NINGSIH et al., 2015 apud FISOL et al., 2022).

Diferentes partes da J. gendarussa podem ser utilizadas para tratar uma variedade de doenças (JOTHIMANIVANNAN; KUMAR; SUBRAMANIAN, 2010). As folhas da planta são prescritas para o tratamento de febre, hemiplegia, reumatismo, artrite, dor de cabeça, dor de ouvido, dores musculares, distúrbios respiratórios, distúrbios digestivos (NIRMALRAJ; PERINBAM, 2015 apud FISOL et al., 2022), bronquite, infecções oculares, corrimento vaginal, disenteria, eczema e icterícia (VENKATACHALAM et al., 2019 apud FISOL et al., 2022). Também tem sido usada pelos médicos nativos e tribos para combater tumores, inflamações e doenças de pele (KIRTIKAR; BASU, 1993 apud JOTHIMANIVANNAN; KUMAR; SUBRAMANIAN, 2010).

Dessa maneira, o presente estudo tem como objetivo realizar uma análise fitoquímica do extrato hidroalcoólico das folhas da planta Justicia gendarussa Burm. F., por meio de testes para determinar quais classes de metabólitos estão contidas nela e assim obter o conhecimento de suas possíveis propriedades farmacológicas, contribuindo para o aumento de informações no âmbito acadêmico e científico a respeito da espécie da planta estudada.

2. METODOLOGIA

Para realizar a análise fitoquímica da Justicia gendarussa Burm. F., popularmente conhecida como “Quebra-demanda” ou “Abre-caminho”, fez-se uso do extrato hidroalcoólico dessa planta, que foi preparado posterior as etapas de identificação, coleta, secagem, extração, maceração e filtragem desse material vegetal que foi escolhido para ser analisado. Sobre os testes fitoquímicos, eles foram realizados com a intenção de procurar a presença de compostos como: Amido, Esteroides e Triterpenos, Saponinas, Fenóis e Taninos, Cumarinas, Alcaloides e Flavonoides. Nesse sentido, para enriquecer as discussões no presente artigo sobre os resultados obtidos nas práticas realizadas no laboratório de Farmacognosia da Universidade Federal do Maranhão, utilizou-se da literatura e referenciais teóricos, para confirmar tais afirmações.

2.1 Material vegetal coletado

O material vegetal que foi utilizado para esse estudo foi cedido pelo herbário da Universidade Federal do Maranhão e foi coletado no dia 23 de setembro de 2022, às 10:10 da manhã, o que pode ser considerado um empecilho na confiabilidade da ausência de algumas substâncias pois, o horário para a coleta ocorreu de forma irregular. As partes da planta coletadas foram as folhas (limbo e pecíolo), que posteriormente passaram por processos de limpeza, seleção das folhas que não apresentavam contaminações e secagem levando em conta os devidos cuidados necessários para essa etapa, este processo demorou uma semana e após, pesou-se novamente o material vegetal que foi seco. Vale ressaltar que antes da secagem a quantidade de matéria arrecadada foi de 101,96 gramas e após esse processo, ao pesar novamente, a quantidade de matéria foi de 32,9243 gramas.

Figura 1: Espécie vegetal que foi coletada para estudo fitoquímico.

[pic 1]

Fonte: Autoral, 2022.

2.2 Obtenção do extrato hidroalcoólico vegetal

Com o fim do processo de secagem deste material vegetal, fez-se a sua fragmentação em pedaços menores com o auxílio de uma tesoura. Em seguida, colocou-se esse material em um recipiente grande de vidro e adicionou-se o solvente (álcool etílico 70%), na proporção de 1:10 de forma que o volume desse solvente ficasse acima do volume desses fragmentos do vegetal, o volume utilizado para essa massa seca de material vegetal foi de 989 ml de álcool etílico 70%. Nesse sentido, após esse procedimento, tampou-se esse recipiente de vidro, com o intuito de evitar contaminações, e fez-se o armazenamento dele em um local longe de interferência de luz solar e deixou-se esse extrato em processo de maceração durante uma semana. Após esse tempo, esse extrato foi filtrado e os resíduos remanescentes, depois da extração, foram descartados.

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