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O DESENVOLVIMENTO DE PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM PACIENTES COM DOENÇA DE CHAGAS CRÔNICA

Por:   •  22/10/2020  •  Projeto de pesquisa  •  3.168 Palavras (13 Páginas)  •  179 Visualizações

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[pic 1]DESENVOLVIMENTO DE PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM PACIENTES COM DOENÇA DE CHAGAS CRÔNICA

MESTRADO PROFISSIONAL EM PESQUISA CLÍNICA

LINHA DE PESQUISA 2

FERNANDA MARTINS CARNEIRO

GILBERTO MARCELO SPERANDIO DA SILVA

DATA: ___/ ___/ 2017

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FERNANDA MARTINS CARNEIRO

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GILBERTO MARCELO SPERANDIO DA SILVA

Resumo:

Quando avaliamos os serviços de saúde prestados em diversas esferas e formas, devemos nos preocupar sobretudo com a qualidade e viabilidade dos mesmos, incluindo desde o profissional que recebe o paciente até o que irá prestar uma assistência ou executar um procedimento mais específico para o mesmo. Foi com base em princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) que se pode observar como a Assistência Farmacêutica (AF) tem um papel multiprofissional e importante durante o processo de atendimento a um paciente dentro de uma Unidade de Saúde.

Com base nesse fato, foi observado desde 2012 a necessidade de estabelecer uma assistência farmacêutica diferenciada e especializada para a população de pacientes portadores da Doença de Chagas na forma crônica que são atendidos no ambulatório do Instituto Nacional de Infectologia (INI)/ FIOCRUZ com o objetivo de auxiliar essa população de pacientes, de forma multiprofissional, melhorando sua adesão ao tratamento, minimizando e notificando os eventos adversos aos medicamentos e proporcionando melhora na qualidade de vida do mesmo.

Porém, mesmo com alguns projetos que viabilizaram a atenção farmacêutica agregada com exercícios físicos, à qualidade de vida e acompanhamento nutricional, por serem projetos, possuíam tempo e objetivo específico de duração, deixando de ser aplicado após seu término e por não ter sequência dentro do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas (LaPClin Chagas), alguns pacientes apresentaram piora do seu quadro clínico, vindo até alguns ao óbito.

Portanto, o objetivo deste projeto de pesquisa é desenvolver, no período de 12 (doze) meses, um Procedimento Operacional Padrão (POP) de Assistência Farmacêutica para o LaPClin Chagas  viabilizando a execução do mesmo para essa população de pacientes que apresentam baixa adesão, dificuldades cognitivas e uma qualidade de vida diminuída não só pela doença, mas também por fatores externos à mesma.

Para alcançar estes objetivos, será feito um projeto com a participação voluntária de 10 (dez) pacientes que serão acompanhados por seis meses e a partir desse período, serão extraídos dados factíveis como a adesão, a melhora da qualidade de vida e diminuição de eventos adversos a medicamentos durante o estudo para que a partir daí, possamos delinear o POP com base em ações resultantes de um projeto de pesquisa multiprofissional visando que este seja mantido pelo LaPClin Chagas para todos os pacientes que preencherem os requisitos de inclusão para uso deste tipo de assistência.


Introdução:

        A doença de Chagas (DC) é uma doença parasitária causada por infecção pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, com prevalência estimada de 8 a 12 milhões de indivíduos no mundo todo. (STANAWAY; ROTH, 2015). No Brasil, a DC  acomete cerca de 4,6 milhões de pessoas e sua mortalidade anual de 3,36/100.000 habitantes/ano (MARTINS-MELO et al., 2014). A DC tem duas fases: aguda e crônica. A fase aguda da doença é geralmente subclínica e dura de 6 a 8 semanas. Após a fase aguda, a maioria dos indivíduos permanece sem sintomas e sem evidência de dano orgânico estrutural durante a fase crônica indeterminada, que pode perdurar por duas ou mais décadas. Entretanto, cerca de 10-30% dos pacientes da fase crônica indeterminada podem vir a apresentar alterações cardíacas como exemplo insuficiência cardíaca (IC), arritmias ventriculares, eventos embólicos, e/ou bloqueios atrioventriculares (ANDRADE, J. P. De et al., 2011; RASSI; RASSI; MARIN-NETO, José Antonio, 2010) necessitando a utilização de múltiplos fármacos para controle destes problemas cardíacos (ANDRADE, J. P. De et al., 2011; DIAS et al., 2016). Como exemplo, pacientes com arritmias ventriculares podem necessitar de Amiodarona; pacientes com insuficiência cardíaca podem necessitar inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), Espironolactona, Carvedilol, diuréticos de alça, Hidroclorotiazida e Digoxina. (DIAS et al., 2016). Adicionalmente, dados históricos e científicos da coorte de Chagas do INI (1043 pacientes), indicam que a incidência de acidente vascular encefálico (AVE) pode chegar a 3% ao ano e que muitos destes pacientes precisam utilizar a Varfarina para evitar o AVE. (SOUSA, Andréa Silvestre De et al., 2008). Atualmente temos aproximadamente 300 pacientes fases crônicas cardíaca e/ou digestiva em acompanhamento no Instituto Nacional de Infectologia (INI). O envelhecimento dos pacientes com cardiopatia também é um fato, em recente trabalho observamos que a idade média dos pacientes que necessitam acompanhamento mais próximo está em torno de 56 anos.(MEDIANO et al., 2016)

 A assistência farmacêutica engloba as atividades de seleção, programação, aquisição, armazenamento e distribuição e utilização (prescrição, dispensação e uso) de medicamentos segundo as necessidades da população.(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998) Os pacientes nas formas mais graves da cardiopatia em acompanhamento no INI possuem em seu esquema terapêutico a presença de múltiplos fármacos, o que torna muito difícil a adesão e controle da doença, principalmente nos pacientes idosos e/ou com baixa capacidade cognitiva. Tal fato se torna mais preocupante considerando que muitos dos nossos pacientes idosos precisam da varfarina diariamente. Neste contexto, a varfarina é um medicamento com margem de segurança bastante estreita (TAMARGO; LE HEUZEY; MABO, 2015) e que pacientes idosos tem maior risco para os sangramentos.(DARNELL et al., 2014), assim como sangramento devido a presença de polifarmácia.(TEKLAY et al., 2014). Estas dificuldades, motivou nosso grupo a procurar maneiras de facilitar os tratamentos prescritos pelos médicos e consequentemente a adesão aos tratamentos dos mesmos. (CHAMBELA, M. Da C., 2017; MENDES et al., 2016). Sendo assim, desde de 2012 iniciamos o processo de dispensação e orientação aos tratamentos com medicamentos para pacientes com dificuldades de adesão aos tratamentos prescritos,(SILVA, Gilberto M Sperandio DA et al., 2012) interessante destacar que alguns destes pacientes além de usar varfarina, precisam de forma simultânea e de maneira contínua de até mais dez medicamentos  (CHAMBELA, M. Da C., 2017). A partir daí resolvemos adotar medidas para facilitar a adesão dos pacientes que vão: desde a simples leitura de uma receita, até a elaboração de fitas ou caixas de plástico para organizar a forma de tomar os medicamentos.(MENDES et al., 2016) Após a adoção deste processo estamos observando de forma empírica, melhora na adesão e qualidade de vida de nossos pacientes.(CHAMBELA, M. Da C., 2017)

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