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Paracoccidioidomicose: Infecção Fungica Profunda Endêmica no Brasil

Por:   •  22/1/2019  •  Artigo  •  5.743 Palavras (23 Páginas)  •  218 Visualizações

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O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de literatura, abordando alguns aspectos referentes ao aumento do numero de casos de infecções por fungos. Onde iremos focar na infecção denominada paracoccidioidomicose. Apontando a característica da doença, como ela é transmitida, como é seu diagnostico, quais os tipos de tratamento e por fim qual o grau da doença no Brasil. No Brasil o principal foco de casos da infecção fica nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A paracoccidioidomicose é considerada a micose com maior índice de óbitos, tornando assim um problema de saúde publica.

Descritores: fungos, infecções, micose sistêmica, paracoccidioidomicose, tratamento.

Abstract

The objective of this study is to perform a literature review, addressing some aspects related to the increase in the number of cases of fungal infections. Where we will focus on infection called paracoccidioidomycosis. Pointing characteristic of the disease, how it is transmitted, how's your diagnosis, what types of treatment and ultimately the degree of the disease in Brazil. In Brazil the main focus of cases the infection is in the South, Southeast and Midwest. Paracoccidioidomycosis is considered the ringworm with higher death rates, thus making it a public health problem.

Descriptors: fungi, infections, systemic mycosis, paracoccidioidomycosis treatment.

Introdução

Nos últimos anos tem-se presenciado um crescimento expressivo do número de casos de infecções causadas por fungos. Uma dessas infecções é a micose sistêmica denominada paracoccidioidomicose, que é causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioidomicose brasiliensis, que exibi forma micelial a temperatura de 25°C e forma de levedura a 37°C1.

No Brasil, a maior predominância de casos de infecções fica nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Como já foi relatado por Rocha no território brasileiro pode ser endêmico em determinadas áreas, em especial nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul2. Sendo também a micose que causa maior número de óbitos, o nível de mortalidade por paracoccidioidomicose em São Paulo entre 1985 e 2005 chegou a 1.950 óbitos, o nível médio de mortalidade foi de 2,73 óbitos por 1.000.000 por habitantes3.

A infecção pelo Paracoccidioidomicose brasiliensis é uma infecção granulomatosa crônica que ocorre por via inalatória, ou seja, pela aspiração do fungo e sendo assim, o pulmão é o órgão mais afetado, representando 80 a 90% dos casos4. Dando início as manifestações clínicas de forma insidiosa, com características semelhantes a tuberculose. A infecção pode disseminar-se também para o sistema nervoso central, os linfonodos cervicais e submandibulares, os intestinos, epidídimo, fígado e o baço5.

A maior parte dos casos de paracoccidioidomicose acomete o gênero masculino, com uma relação de 25x1 de homens para mulheres, fumantes e etilistas crônicos, principalmente aqueles cujas condições de higiene, nutricionais e socioeconômicas são precárias6. Comumente ocorre em indivíduos que praticam atividades relacionadas ao manejo do solo. A incidência anual nas zonas rurais endêmicas varia de 3-4 casos/1.000.000 habitantes a 1-3 novos casos/100.000 habitantes7. A menor incidência no sexo feminino se deve ao fato das mulheres apresentarem um hormônio denominado betaestradiol que tem a ação de inibir a alteração da forma de levedura do microrganismo para a forma patogênica de hifa, assim sendo menos frequente em mulheres8. 

Podemos classificar a paracoccidioidomicose em duas formas: aguda/subaguda (tipo juvenil): que é predominante em crianças e adolescentes, caracterizada pela sua evolução mais rápida, representando 3-5% dos casos. Crônica (tipo adulto): que predomina em adultos entre 30 e 50 anos do gênero masculino, caracterizada por evolução mais lenta (crônica), sendo a forma mais frequente 90% dos casos7.

O diagnóstico é realizado pela pesquisa direta do agente em escarro, biopsia de lesão com pus de linfonodos ou pesquisa de anticorpos no soro através do exame direto, em pus, em material corado pela hematoxilina-eosina. Os testes sorológicos revelam a existência do microrganismo antes mesmo dos exames cultural e histopatológico, sendo assim de grande uso na confirmação da doença9.

Fazem-se necessários estudos que esclareçam mais sobre essa infecção, visto que é a infecção fungica mais significativa da América Latina, o Brasil representa 80% dos casos da doença, acometendo principalmente as regiões tropicais e subtropicais. O Brasil sendo considerado um país tropical e com o agravante de ser considerado o centro endêmico dessa doença, necessita ainda mais de estudos que esclareçam os sintomas e favoreçam o tratamento das pessoas infectadas, como forma de inibir a mortalidade10.

Revisão da literatura

A Paracoccidioidomicose também conhecida como Blastomicose Sul Americana, Blastomicose brasileira, foi notada pela primeira vez, em 1908, por Adolfo Lutz, onde o mesmo observou algumas lesões na boca de pacientes1.

Adolfo Lutz foi de grande importância na história da medicina em específico na dermatologia pela descrição da paracoccidioidomicose. Lutz nasceu na cidade de Rio de Janeiro e formou em Berna na Suíça, iniciou sua carreira como clínico em São Paulo, logo mais percorreu diversos países da Europa buscando horizontes mais amplos e assim aprimorando seus conhecimentos, ao retornar para o Brasil, foi admitido no Instituto Bacteriológico (Instituto Adolpho Lutz), de São Paulo onde permaneceu até se transferir para o Instituto Manguinhos (Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro atuando até sua morte1. 

Paracoccidioidomicose é considerada uma micose sistêmica, onde sua causa pelo agente etiológico da paracoccidioidomicose é o Paracoccidioides brasiliensis, fungo dimórfico que pertence à família Moniliaceae ordem Moliales, da classe Hyphomycetes. É um fungo assexuado, termodinâmico, que cresce na temperatura ideal de 37ºC na forma de levedura, podendo medir de 5 a 25 μm de diâmetro. No ambiente apresentasse na forma de finos filamentos septados que originam o micélio e parece crescer no solo como sapróbio permanente5, 6. Proveniente de países da América Latina, encontrada especialmente no Brasil, Colômbia e na Venezuela2. É mais comum o acometimento de pessoas entre 40 a 50 anos, sendo uma patologia que predomina no sexo masculino, pois são indivíduos que tenha maior  contato com a agricultura, podem acometer também adolescentes e crianças de ambos os sexos. No adulto, a forma clinica predominante é a crônica, porem quando acomete crianças ou adolescentes sua forma clinica é aguda ou subaguda2, 3.

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