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ANATOMIA PALPATÓRIA

Por:   •  2/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  14.875 Palavras (60 Páginas)  •  287 Visualizações

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ANATOMIA PALPATÓRIA

Palpação é a combinação de toque, sensação, exame, feedback sensorial e interpretação de acordo com experiências anteriores. Significa utilizar certas habilidades de maneira metódica que possibilite adquirir informações específicas.

A capacidade de ler em Braille, por exemplo, depende dessa sensibilidade. Com prática suficiente, os indivíduos com visão subnormal ou deficiente, podem interpretar, através do toque, símbolos que significam palavras, interpretando não somente palavras mas também frases ou mesmo livros inteiros. A qualidade do toque e da discriminação desenvolvida pode ser muito benéfica para o profissional que deseja “ler” as informações contidas nas profundezas da pele. O uso controlado de pressão e movimento, acoplado ao feedback e à experiência, desvenda uma grande quantidade de informações não percebidas pelo olhar.

O aprimoramento ou aperfeiçoamento da arte é atingido por meio da prática e do uso contínuo. O estudo e a prática das técnicas de contato manual por um período prolongado, proporciona ao profissional a habilidade de receber informações relativas a cada um dos pacientes. Muitos anos de palpação de modo cuidadoso e controlado, permitem mover, alongar e comprimir tecidos com controle minucioso. Assim, o fisioterapeuta é capaz de receber informações do paciente, que lhe possibilitam ajustar sua técnica convenientemente. As delicadas alterações palpáveis de tensão, temperatura, umidade, movimento e tumefação, por exemplo, são observadas, anotadas e sofrem intervenção.

Efeitos da palpação no paciente

Muitos pacientes ainda relutam em consultar um Professional para abordar problemas pessoais, particularmente os associados a seu próprio corpo. Ambas as partes podem levantar barreiras, mas ambas devem contribuir para derrubá-las, para que se possa atingir uma cooperação mais proveitosa. Por isso antes de tocar o paciente, o terapeuta deve comunicar o que vai ser feito e como vai ser feito, explicando ainda como o paciente deve se portar.

A investigação inicial deve ser realizada com cautela e sensibilidade, porque pode influenciar ambas as partes no exame que virá a seguir. O exame físico requer o mesmo grau de delicadeza e diplomacia, com cuidado, precisão e suavidade. A inadequação física ou verbal nesse momento pode levar ao bloqueio total e à relutância em cooperar da parte do paciente.

Quando realizada da maneira correta, com atenção e sensibilidade, a palpação pode nos trazer informações sobre problemas físicos, e também desvendar problemas psicológicos, os quais até que essa relação seja estabelecida, são ocultados de propósito ou não são reconhecidos como relevantes para o aspecto físico.

Técnicas de Palpação

Não é suficiente só colocar as mão sobre o corpo do paciente, na esperança de receber as informações necessárias. É preciso ter atitudes efetivas para pesquisar os dados. A palpação é uma busca de informações e deve ser abordada de modo racional e planejada. O movimento das mãos é necessário para que as estruturas passem sob os dedos de maneira controlada. A velocidade de movimento pode ser ajustada de modo que se leia o máximo de informações. As características físicas da pele são avaliadas pela palpação, que é completada pela mobilização tissular, que estimula mais particularmente as relações estreitas da pele com os tecidos subjacentes.

Essas duas etapas se confundem e conduzem à prática de manobras localizadas ou extensivas, estáticas e dinâmicas.

Trata-se de um exame exclusivamente manual que exige do fisioterapeuta uma atenção especial às informações táteis coletadas, a fim de poder avaliá-las e compará-las. Por essa razão, a palpação e a mobilização da pele são essencialmente subjetivas.

A palpação e mobilização da pele são efetuadas em diferentes situações: posição de repouso mecânico que corresponde a um estado de equilíbrio dos esforços; posições articulares diferentes que provocam ou um estiramento significativo, ou um relaxamento do tecido cutâneo.

A contração muscular subjacentes à zona estudada pode influenciar as informações levantadas, o que torna necessária a prática desse exame com o paciente relaxado.

As manobras realizadas não devem ser agressivas para não desencadear reações de defesa por parte do paciente, tornando falsos os resultados. O Fisioterapeuta deve também adaptar a intensidade de sua ação palpatória e mobilizadora de forma a não alterar sua própria sensibilidade tátil, pois diminuiria a riqueza de informações.

Ás vezes uma palpação precisa ser profunda e lenta, outras deve ser leve e rápida. Por exemplo, a palpação dos processos transversos da região lombar ou o hâmulo do osso hamato, requer aplicação cuidadosa de pressão profunda, combinada com movimento lento, e sensibilidade às reações do paciente. A palpação dos processos espinhosos das vértebras torácicas, particularmente quando se faz contagem decrescente, é muito mais fácil se as pontas dos dedos se moverem suavemente para cima e para baixo, em distância de três ou quatro centímetros por vez, marcando-se cada processo espinhoso com o dedo da outra mão e mantendo-o assim até a posição do próximo processo espinhoso seja confirmada.

Propriedades Mecânicas

As propriedades mecânicas do tecido cutâneo e subcutâneo compreendem: extensibilidade, elasticidade, espessura, consistência e mobilidade em relação aos tecidos subjacentes. Todas elas são avaliadas fazendo-se uma prega cutânea através da preensão pulpo-pulpar da pele, bi, tri ou pluridigital, uni ou bimanual. Essa manobra parece-se com um pinçamento demorado, em que as faces profundas da derme são aplicadas uma contra a outra, no nível da prega cutânea, realizando um deslocamento em relação aos planos subjacentes.

Para se avaliar a extensibilidade da pele, a prega deve ser feita em diferentes direções, trasversalmente e ou obliquamente e paralelamente, ao eixo longitudinal da região considerada. Permitindo determinar, conforme a orientação da prega cutânea, uma elasticidade diferenciada. A prega deve ser deslocada sem que seja afrouxada, como se estivesse segurando um lápis situado sob a pele para fazê-lo girar.

A mobilidade  e a extensibilidade estão unidas e interdependentes. As manobras de fricção permitem avaliar a extensibilidade e a mobilidade tangenciais do plano cutâneo. A fricção consiste na aplicação total ou parcial da mão do fisioterapeuta sobre a região avaliada, exercendo-se uma pressão e um deslocamento  tangencial ao plano de aplicação, sem deslizar a mão sobre a pele do paciente.

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