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Desenvolvimento de um protocolo fisioterapêutico para o tratamento de pneumonia em crianças com paralisia cerebral

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Por:   •  3/8/2014  •  Trabalho acadêmico  •  11.452 Palavras (46 Páginas)  •  611 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O termo paralisia cerebral se caracteriza por um grupo de distúrbios cerebrais de caráter não-progressivo que é devido a alguma lesão ou ás anomalias do desenvolvimento ocorridas durante a vida fetal ou os primeiros meses de vida. Tais distúrbios se caracterizam pela falta de controle sobre os movimentos, pelas modificações do comportamento dos músculos, alterações de tônus muscular, de padrões de postura, e em alguns casos por deformidade óssea, sendo predominantemente motora (SHEPHERD; TAVARES, 2009, 2010). Além dessas dificuldades, esse indivíduo ainda pode apresentar e frequentemente apresenta, outros comprometimentos como, alterações sensitivas e/ou perceptuais, rebaixamento mental e ainda um quadro convulsivo (TAVARES, 2010). Os distúrbios motores são tipicamente diferenciados e classificados de acordo com a parte comprometida do corpo: Paralisia cerebral hemiplégica, Paralisia cerebral diplégica, Paralisia cerebral quadriplégica. De acordo com as características clínicas do tônus muscular e com os movimentos involuntários os distúrbios se apresentam em: forma hipotônica, forma atetóide, forma atáxica e forma espástica (Shepherd, 1995).

O portador de paralisia cerebral frequentemente apresenta co-morbidades que resultam na diminuição de sua expectativa de vida, e complicações respiratórias são a principal causa de morte desses indivíduos (Veugelers et al.2005). É comum surgirem complicações respiratórias em crianças com comprometimento neurológico, levando o individuo a ser hospitalizado e gerando um maior impacto em sua qualidade e expectativa de vida (Seddon et al.2003). Segundo Saiton et al. (1998) e Sullivan et al. (2000), prevalência de pneumonia nesses indivíduos é de 31% em 6 meses, 38% possuem episódios isolados e 19% apresentam episódios recorrentes por ano. Devido à essa incidência de pneumonia, o objetivo deste estudo é elaborar um protocolo fisioterapêutico que atue no tratamento da pneumonia em crianças portadoras de paralisia cerebral. Também se pretende elucidar o desenvolvimento normal do sistema respiratório, as alterações no sistema respiratório do portador de paralisia cerebral e descrever procedimentos fisioterapêuticos que atuem no tratamento da pneumonia.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar um protocolo fisioterapêutico que atue no tratamento da pneumonia em crianças portadoras de paralisia cerebral.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Descrever procedimentos fisioterapêuticos que atuem no tratamento da pneumonia.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 DEFINIÇÕES DE PARALISIA CEREBRAL

Little, em 1843, descreveu, pela primeira vez, a encefalopatia crônica da infância, e a definiu como patologia ligada a diferentes causas e caracterizada, principalmente, por rigidez muscular. Em 1862, estabeleceu a relação entre esse quadro e o parto anormal. Freud (1897),sugeriu a expressão paralisa cerebral (PC), que, mais tarde, foi consagrado por Phelps, ao se referir a um grupo de crianças que apresentavam transtornos motores mais ou menos severos devido à lesão do sistema nervos central (SNC), semelhantes ou não aos transtornos motores da Síndrome de Little.

Desde o Simpósio de Oxford, em 1959, a expressão PC foi definida como “seqüela de uma agressão encefálica, que se caracteriza, primordialmente, por um transtorno persistente, mas não invariável, de tono, de postura e do movimento, que aparece na primeira infância e que não só é diretamente secundária e esta lesão não evolutiva do encéfalo, senão devido, também, à influência que tal lesão exerce na maturação neurológica”. A partir dessa data, PC passou a ser conceituada com Encefalopatia Crônica não Progressiva da Infância (ECNPI) que, constituindo um grupo heterogêneo, tanto do ponto de vista etiológico enquanto em relação ao quadro clínico, tem como elo comum o fato de apresentar predominantemente sintomatologia motora, a qual se juntam, em diferentes combinações, outros sinais e sintomas (Rotta, 2002).

3.1.2 Conceito

O termo paralisia cerebral se caracteriza por um grupo de distúrbios cerebrais de caráter não-progressivo que é devido a alguma lesão ou ás anomalias do desenvolvimento ocorridas durante a vida fetal ou os primeiros meses de vida. Tais distúrbios se caracterizam pela falta de controle sobre os movimentos, pelas modificações do comportamento dos músculos, alterações de tônus muscular, de padrões de postura, e em alguns casos por deformidade óssea, sendo predominantemente motora (Shepherd, 1995 e Tavares 1993).

Além dessas dificuldades, esse indivíduo ainda pode apresentar e freqüentemente apresenta, outros comprometimentos como, alterações sensitivas e/ou perceptuais, rebaixamento mental e ainda um quadro convulsivo (Tavares, 1993).

Várias definições têm sido propostas, sendo a do Little Clube (1959) bastante utilizadas: “paralisia cerebral é uma desordem do movimento e da postura, persistente, porem variável, surgida nos primeiros anos de vida pela interferência no desenvolvimento do SNC, causada por uma desordem cerebral não progressiva". Outra definição que podemos utilizar é aquela formulada por Barraquim Bordas et al. (1966), segunda a qual a "paralisia cerebral é a seqüela de uma agressão encefálica que se caracteriza primordialmente por um transtorno persistente, porem não invariável, do tônus, da postura e do movimento, que surgem na primeira infância e que não é somente secundária a esta lesão não evolutiva do encéfalo, mas se deve também à influência que a referida lesão exerce sobre a maturação neurológica". Uma terceira definição, que também aceita condições hereditárias no conceito de PC, é a de Hagberg et al. (1975): “a paralisia cerebral é definida por um prejuízo permanente do movimento ou da postura que resulta de uma desordem encefálica não progressiva. Esta desordem pode ser causada por fatores hereditários ou eventos ocorridos durante a gravidez, parto, período neonatal ou durante os dois primeiros anos de vida.

Pelas definições acima, pode-se perceber que para o rótulo Paralisia Cerebral seja utilizada adequadamente, é

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