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Paralisia Cerebral - Psicologia Escolar

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Por:   •  12/7/2014  •  1.404 Palavras (6 Páginas)  •  1.014 Visualizações

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PARALISIA CEREBRAL

1 - INTRODUÇÃO

• Em termos históricos, a Paralisia Cerebral (PC), foi expressa pela primeira vez em 1843 pelo ortopedista inglês William Little, o qual descreveu a encefalopatia crônica da infância (chamada de Síndrome de Little) e a definiu como patologia ligada a diferentes causas e caracterizada, principalmente, por rigidez muscular, relacionado estas alterações com a asfixia perinatal.

• Contudo, a expressão PC surgiu durante a fase neurológica de Freud, em 1897, ao estudar a Síndrome de Little. Mas tal termo foi consagrado por Phelps ao se referir a um grupo de crianças que apresentavam transtornos motores mais ou menos severos devido à lesão SNC.

• Ainda hoje não existe um conceito suficientemente amplo ou específico sobre PC.

• O termo PC se refere a um grupo de condições crônicas que têm como denominador comum à anormalidade na coordenação de movimentos, isto é, transtorno do tônus postural e do movimento.

• PC é um distúrbio sensorial e senso- motor causado por uma lesão cerebral, a qual perturba o desenvolvimento normal do cérebro. A perturbação é estacionária e não progressiva.

• A criança com PC adquire habilidades e vence etapas da evolução neuropsicomotora, fazendo com seu transtorno funcional se estruture no tempo.

1.2 - Diagnóstico

• O diagnóstico da PC deve ser baseado em uma história clínica completa, na avaliação física e neurológica da criança, ou seja, nas manifestações motoras que constituem sua principal característica clínica. São comuns a presença de retardo no desenvolvimento, presença de reflexos arcaicos, anormalidades tônico posturais, hiperreflexias e sinais patológicos, como Babinski .

1. 3 - Incidência

• Não é fácil determinar a incidência de PC, justamente pelas dificuldades em se estabelecer critérios diagnósticos uniformes, e em vista de não ser moléstia de notificação compulsória.

• Costa et al. (2007) diz que se pode aceitar uma incidência de 1,2 a 2,3/1000 crianças com idade escolar em países desenvolvidos e, o Brasil, por reunir várias condições que favorecem a sua ocorrência (falta de assistência médica e acompanhamento gestacional, precariedade alimentar, de moradia, saneamento básico etc.), este número é bem maior.

1.4 - Classificação

• A PC pode ser classificada baseada no envolvimento motor (Espasticidade , Movimentos Involuntários , Rigidez , Ataxia , Hipotonia , Mista), Classificação baseada na topografia (Monoplegia, Hemiplegia , Paraplegia , Diplegia , Triplegia , Tetraplegia ), Classificação baseada no grau de gravidade (leve, moderada, grave).

2 ETIOLOGIA

• Qualquer agente capaz de lesar o encéfalo, desde a concepção até a 1ª infância, pode ser considerado como um fator causal de PC.

• Sua etiologia é multifatorial, incluindo desenvolvimento anormal do cérebro, anóxia, hemorragia intracraniana, icterícia neonatal excessiva, trauma e infecção. Dentre os fatores que podem causar a PC, estão: vulnerabilidade do feto, provocado por um conjunto de fatores, tais como o estado nutricional ou uma infecção durante a gravidez; pode ser um fator determinante na ocorrência de algo como um episódio de asfixia no parto, que altere a situação de vulnerabilidade para uma situação patológica; fatores pré, perinatais e pós-natais na etiologia da PC.

3 TRATAMENTO

• Os pacientes com PC devem ser tratados por uma equipe multidisciplinar e esta, envolver a família. O princípio fundamental para o tratamento é atingir as necessidades específicas de cada pessoa, que precisam ser conhecidas para que sejam planejadas as terapias, além de se conhecer os recursos domiciliares, trabalhando a participação da família, motivando-os para cada conquista, lidando com as limitações de forma real. A família deve acreditar na evolução da criança, buscando sua independência. A PC não tem cura, mas seus efeitos podem ser minimizados. Assim, o objetivo principal deve ser promover o maior grau de independência possível à pessoa com PC.

• Quanto as práticas terapêuticas, estas são muito variada – desde medicamentos por via oral até cirurgias. Existem centros especializados para o tratamento destes pacientes, como os hospitais da Rede SARAH, a AACD, dentre outros, que dispõem de centros diagnósticos, produção de órteses, tratamento fisioterápico, musicoterápico etc.

4 FAMÍLIA E A PESSOA COM PC

• Geralmente, os pais constroem o cenário para o nascimento do seu bebê. Criam um bebê imaginado em sonhos, pensamentos e expectativas. Desejam que ele seja saudável e que tenha o desenvolvimento normal. Contudo, ao nascer alguns bebês que trazem consigo, anomalias, deformidades que modificam o curso de seu desenvolvimento físico, psicológico e social, estes pais, e não apenas estes bebês, necessitam de cuidados de uma equipe multidisciplinar (BEE, 2003).

• A família passa, assim, pelo processo de "luto do filho idealizado", e pode vivenciar sentimentos de rejeição e negligência. A superproteção pode revelar-se como um sinal de que a família não acredita na capacidade e no potencial do filho com deficiência, o que dificulta o processo de construção da identidade e autonomia. Quando há uma sobrecarga de sentimentos de culpa, medo, rejeição, eles interferem de forma direta na relação, pais-bebê e família-bebê, fazendo com esta não se torne completa, não havendo uma troca satisfatória. É fundamental que no processo de reestruturação, dentro desta nova realidade, a família procure formas de cuidar dos seus filhos oferecendo-lhes espaço de criação e interação, e para isto, a ajuda psicológica é muito importante e necessária.

5. PAPEL DA ESCOLA E A INCLUSÃO

• A Inclusão é um direito previsto na Legislação Brasileira e por meio da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em Dezembro de 1996 (LDBEN – 9394/96, Cap. V), dentre outros documentos. Referem-se ao fato de que, a educação das Pessoas com Necessidades Especiais (PNE), dentre estas a pessoa com PC, deve ocorrer, preferencialmente, na rede regular de ensino.

• Para que a inclusão possa, de fato ocorrer, os atores da escola (diretores, coordenadores pedagógicos, professores e funcionários de forma geral) devem ser preparados/capacitados para este atuarem neste novo cenário, que valoriza as diferenças e a diversidade e não a homogeneidade e a padronização (BARDY et al, 2005).

• Ressaltamos que, a escola, enquanto espaço estratégico de discussão e articulação de um novo modelo social e político, pode e deve ser também um espaço de atuação e de compromisso social do psicólogo (SACALOSKI, 2009) tanto na sua atuação junto aos educandos – com ou sem algum tipo de deficiência, quanto junto aos atores escolares, dentre estes, os gestores e professores, de forma a favorecer, de fato, o processo inclusivo.

6 PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS

• É importante e necessária uma equipe multiprofissional e interdisciplinar integrada para otimizar o atendimento a estas pessoas. Os principais profissionais que prestam atendimento a pessoas com PC são (RSHR, 2009): Assistentes Sociais; Terapeutas Ocupacionais (TO); Neuropediatras; Fonoaudiólogos; Fisioterapeutas; Psicopedagogos; Psiquiatras infantis; Psicólogos; Educadores (Professores especializados em Educação Especial e Informática aplicada à Educação); Psicomotricistas; Terapeutas Corporais; Fisiatras; Ortopedistas.

7 PAPEL DO PSICÓLOGO

• A impossibilidade para correr, jogar bola, e andar de bicicleta vai aos poucos dando à criança com PC a noção de "ser diferente". Na idade escolar, muitas delas já estão conscientes de suas dificuldades e poderão necessitar de ajuda de um psicólogo para melhor lidarem com estes sentimentos.

• De uma forma geral a deficiência significa: limites de ação e expansão pessoais e conseqüentemente acaba por segregar o indivíduo do convívio social, afastando-o das oportunidades normais de realização (pessoal, profissional, social, afetiva etc.).

• O medo de cair, a aflição ao falar, a insatisfação por não conseguir realizar tarefas trazem momentos de insegurança e ansiedade para essas crianças. São inúmeras as limitações que perturbam e dificultam o desenvolvimento harmônico da personalidade das crianças portadoras de deficiência, as quais o psicólogo deve se atentar e mediar.

• A situação de deficiência favorece o aparecimento de estados freqüentes de depressão, insatisfação, insegurança, reações de agressividade, impulsividade, baixa tolerância à frustração. O sentimento de frustração pode levar a comportamentos como: agressividade, desconfiança, ansiedade, condutas regressivas, impaciência, depressão, inveja, bloqueios, fuga, dificuldade de adaptação social. Outro fator importante que deve ser considerado é o nível de expectativa desses pacientes: estimular o indivíduo no sentido de levá-lo progressivamente a atingir melhoras e esclarecer-lhes sobre as conseqüências de sua deficiência, ajudando-a a conviver com ela e superar suas limitações.

• O psicólogo pode desenvolver um trabalho de (GLAT, 1999; ASSIS, 2009): orientação a família e professores, no sentido de ensinar as habilidades ou comportamentos adaptativos que faltam em seu repertório e que impedem o seu desenvolvimento e autonomia; aumentar a auto-estima e ajudar a resgatar a subjetividade e individualidade destes indivíduos tão fragmentados, através do estabelecimento de uma relação "saudável" em que exista a aceitação do indivíduo e valorização de seus pontos positivos, e ao mesmo tempo estabelecimento de limites e conscientização de suas áreas de dificuldade; auxiliá-los em seu processo de crescimento pessoal e compreensão de seu mundo interior, assim como prepará-los para as dificuldades que enfrentarão no seu processo de adaptação e integração à comunidade, onde certamente sofrerão discriminação e rejeição.

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