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Agua De Bica

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Por:   •  9/5/2014  •  6.583 Palavras (27 Páginas)  •  378 Visualizações

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1 – INTRODUÇÃO

A água possui papel fundamental no meio ambiente e na vida humana, e nada a substitui, pois sem ela a vida não pode existir.

Embora seja um elemento essencial à vida, água também pode trazer riscos à saúde se for de má qualidade, servindo de veículo para vários agentes biológicos e químicos. Por isso, o homem deve atentar aos fatores que podem interferir negativamente na qualidade da água de consumo e no seu destino final (ROCHA, 2006).

A água para consumo é oriunda de mananciais, que são corpos d´água superficiais ou subterrâneos. Águas subterrâneas são corpos d´água que podem aflorar na superfície por meio de fontes ou de bicas d´água. A água das bicas é considerada, em seu estado natural, potencialmente de boa qualidade sanitária, pois os processos de filtração e depuração do subsolo promovem sua purificação durante a percolação no meio, e tem se tornado uma fonte alternativa de abastecimento para consumo, tanto em áreas rurais, quanto em áreas urbanas (OLIVEIRA, et.al., 2000).

Segundo Ferreira (2001), as águas de bicas são tubos por onde corre e cai à água, e parte da população tem por hábito, e até como uma tendência cultural, consumir essa água por considerá-la pura. Contrariando-se a cultura popular, no entanto, sabe-se que nem sempre a aparência cristalina da água significa boa qualidade. Jacintho (2001) relata que as águas podem estar poluídas ou contaminadas por agentes patogênicos vivos, em consequência das atividades antrópicas ou de processos naturais.

A convicção, ainda hoje frequente na população, de que algumas nascentes naturais possuem propriedades terapêuticas, acrescidas da sua falta de confiança na água da rede de abastecimento público e razões econômicas tem conduzido ao consumo regular destas águas, o que constitui uma preocupação das entidades com responsabilidade na proteção da saúde pública (JORGE, 2010).

Seu bom aspecto proporciona aos consumidores uma sensação de pureza, impedindo que esses se preocupem no sentido de tratar essa água, pelo menos por um processo de desinfecção, o que certamente minimizaria o risco de veiculação de doenças (BRAIDA, et.al., 2003).

O ser humano precisa ter acesso à água potável, que não oferece riscos a sua saúde, independentemente de sua procedência, podendo ser de poços, fontes, nascentes e outras formas de abastecimento sem distribuição canalizada. Essa potabilidade da água é definida por meio de um conjunto de parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e radioativos (BRASIL, 2004).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das doenças que surgem nos países em desenvolvimento ocorrem devido ao consumo de água contaminada ou devido ao contato com ela.

A avaliação da potabilidade da água consumida pela população humana faz-se necessária, pelo fato de ela ser importante veículo de transmissão de doenças causadas por bactérias, tais como diarréias, cólera, febre tifóide, ou por vírus, como hepatite, poliomielite, gastroenterites. As bactérias são responsáveis por numerosos casos de doenças diarréicas que podem chegar a resultados fatais; já os vírus podem provocar diarréias autolimitadas (FUNASA, 2002).

Essas doenças representam taxas elevadas de mortalidade infantil e de idosos, pois são considerados indivíduos de menor resistência, por não terem um sistema imunológico totalmente competente e que funcione eficientemente, no sentido de protegê-los contra essas doenças (D´AGUILA, et.al., 2000).

Existem também as doenças de origem hídrica, que são causadas por substâncias químicas como: nitrato, que causa metahemoglobinemia, flúor que causa a fluorose e a descalcificação óssea, entre outras (CASTILHO, et.al., 2004). Essas substâncias podem existir naturalmente no manancial ou serem resultado da degradação ambiental (JACINTHO, 2001).

Os riscos relacionados ao consumo de água contaminada podem ser coletivos ou individuais, imediatos ou ao longo prazo, causados por indicadores biológicos e químicos, respectivamente. As doenças resultantes do consumo de água contaminada causam grande impacto na população. Portanto, há necessidade, de um controle sanitário da água destinada ao consumo humano, por meio de programas de vigilância, tanto das fontes de abastecimento, quanto da distribuição (FARIA, 2006).

O risco para a saúde pode ser definido como a probabilidade de ocorrência de efeito adversa devido a uma exposição a uma substância, um processo ou um produto e a consequência dos efeitos. O risco exprime-se estatisticamente em termos de probabilidade, determinando as suas conseqüências: morte, doença, incapacidade ou deterioração da qualidade de vida (JORGE, 2012).

No Brasil, a portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde, define os valores máximos permissíveis (VMP) para as características bacteriológicas, organolépticas, físicas e químicas da água potável. É o instrumento legal em vigor no Brasil para o controle da qualidade tanto da água tratada como das chamadas soluções alternativas de abastecimento de água para o consumo humano, entre as quais se acham as bicas (TAVARES, et al., 2009).

Sabe-se que boa parte da água doce disponível no planeta encontra-se em algum estágio de contaminação (CETESB, 2002). A água potável é limpa e transparente e não contêm micro-organismos e substâncias que possam transmitir ou causar doenças aos seres humanos. Em outras palavras, a água potável é aquela que pode ser consumida sem risco à saúde e sem causar rejeição ao consumo (BRASIL, 2006).

A análise microbiológica da água está fundamentada na técnica de determinação do número mais provável de bactérias coliformes totais, como também, das bactérias coliformes termotolerantes, nas amostras que serão analisadas (GREGHI, 2005).

A técnica aplica-se a amostras de água consumida pela população, que utiliza água de bicas para beber e higienizar alimentos, pois acaba sendo um meio sem nenhum tipo de custo elevado (PEREIRA, 2010).

Os indicadores de contaminação fecal, tradicionalmente aceitos, pertencem a um grupo de bactérias denominadas coliformes. O principal representante desse grupo de bactérias chama-se Escherichia coli (VALENTE, 2006).

Diante do exposto, é pertinente e necessário pesquisar amostras de água não tratadas oriundas de bicas públicas consideradas pontos de coleta natural, a fim de avaliar a qualidade da água conforme os padrões estabelecidos. Espera-se diminuir e/ou eliminar os riscos de veiculação de doenças pela água.

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