Canal De Marapendi

O canal de Marapendi é o maior e o mais importante da Barra da Tijuca, ele nasce da ligação com o mar que adentra para o interior do bairro, a ponto de, em sua maior parte, constituir a principal divisão entre a praia e a avenida das Américas. (Foto). Sua extensão é de aproximadamente 18Km e se prolonga até o Recreio dos Bandeirantes. Há alguns anos suas funções se restringiam às ambientais, de regulador de todo eco sistema ao seu redor e, posteriormente, foi utilizado como local para a prática de esportes aquáticos, pesca e até banho, utilizações saudáveis e que não configuravam qualquer dano em sua estrutura. (Foto). Porém, junto com a ocupação e o crescimento imobiliário, surgiram novas formas de utiliza-lo, não tão inofensivas quanto as primeiras. O canal atualmente serve como via de transporte marítimo para condomínios residenciais que fornecem balsas exclusivas para seus moradores atravessarem-no e chegarem à praia. O movimento das balsas é frenético e praticamente interrupto, fato esse que acelera a contaminação do canal. (Foto). Contudo, o maior problema continua sendo a emissão irregular de esgoto, oriundo principalmente de grandes condomínios residenciais e shoppings que o cercam. Após o término das obras do emissário da Barra da Tijuca e de Jacarépagua, as águas do canal vem sofrendo melhoras, principalmente perto do Recreio (onde o despejo de esgoto é consideravelmente menor), entretanto, ainda longe do ideal. Não é incomum o aparecimento eventual de grande número de peixes mortos em decorrência da poluição, embora as fontes oficiais, como o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) por exemplo, relacionem os fatos à uma mudança na temperatura da água. (Foto). Em dezembro do ano passado foi constatada grande mortandade de peixes nas redondezas dos condomínios Golden Green e Atlântico Sul, e também dois grandes vazamentos de esgoto próximos dos mesmos. O ambientalista Mário Moscatelli chegou a formalizar uma notificação ao Ministério Público Estadual e alertou para o perigo em relação às espécies nativas, que vão de pequenos peixes e crustáceos até garças e jacarés-de-papo-amarelo. A vida animal e vegetal resiste diante de tantas agressões e ainda consegue mostrar a exuberância de um eco sistema tão rico, mas que clama por socorro. O Rio de Janeiro já contabiliza a poluição das águas da Lagoa Rodrigo de Freitas, Enseada de Botafogo, Praia do Flamengo, e está se encaminhando para acrescentar mais um recurso natural para essa lista, o Canal de Marapendi.

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