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Canal De Distribuição

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Por:   •  17/6/2013  •  3.064 Palavras (13 Páginas)  •  586 Visualizações

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Central de Cases

CONFLITO DE CANAL:

O conflito de interesses entre distribuidor e fabricante

Preparado pelo Prof. Ricardo D’Alò de Oliveira, da ESPM-RS.

Recomendado para as disciplinas de: Administração e RI.

Este é um caso fictício, cuja elaboração é de exclusiva responsabilidade do autor.

Desenvolvido unicamente para fins de estudo em ambiente acadêmico. Eventuais semelhanças com fatos reais terá sido mera coincidência. Direitos autorais reservados ESPM.2007.

CONFLITO DE CANAL:

RESUMO

O presente relato está baseado na experiência do autor. O caso fala sobre um conflito entre um fabricante brasileiro de embalagens térmicas e seu distribuidor Argentino. O desempenho estava aquém do esperado pelo fabricante que necessitava reformular sua operação nesse mercado, encontrando forte oposição do distribuidor que se considerava exclusivo.

PALAVRAS-CHAVE

Distribuição, negócios internacionais, exportação, cadeia de valor, internacionalização de empresas, canais de marketing internacional.

Introdução

As relações comerciais são boas enquanto as partes envolvidas estão satisfeitas com os resultados obtidos. No entanto, relações comerciais são dinâmicas, evoluem ou não com o tempo, são afetadas por condições ambientais diversas, bem como pelas limitações internas inerentes às partes que transacionam. Dentre as condições externas podem ser citados fatores econômicos como juros, inflação, poder aquisitivo da população, agressividade da concorrência, tamanho do mercado, etc. No que se refere aos fatores internos, dentre outros, podem-se citar a rotatividade das pessoas, a capacidade de financiamento das operações, o tamanho da equipe comercial, a forma de comunicação e as diferentes percepções sobre mercados, margens e participação de mercado, política comercial entre os gestores da organização.

Entende-se por canal de marketing, conforme Coughland et al. (2002), o conjunto de empresas independentes envolvidas na disponibilização de produtos ou serviços para o consumidor final. Para Rosembloom (2002), trata-se da contratação externa de empresas para a execução dos objetivos de distribuição da organização. Os canais de marketing, na visão dos autores, possibilitam maior cobertura territorial, podem diminuir os custos de distribuição, pois comercializam outros produtos para os mesmos clientes, compartilham riscos, facilitam a busca e obtenção dos produtos por parte dos consumidores ou usuários finais. No entanto, por serem organizações independentes que fazem a intermediação entre o produtor e o consumidor, também possuem objetivos específicos, visões diferentes de mercado, interesse em parte e não na totalidade dos produtos da fábrica, seu transporte e desembaraço no país de destino, arcando com todos os custos dessa atividade no Mercosul está em torno do 60 dias.

Considerando uma semana para a confirmação da carta de crédito ou recebimento do pagamento antecipado, carregamento do caminhão na fábrica, seu transporte até os clientes e o desembaraço aduaneiro, acrescentando-se ainda o atraso dos pagamentos enfrentado pelos distribuidores em seus mercados, tem-se 90 dias em média para a recuperação do investimento. Junte-se a isso o fato de que outros embarques devem ocorrer nesse período e pode-se ter uma ideia do impacto dos custos financeiros na margem de contribuição e no giro das mercadorias.

Em meados da década de 90 a empresa passava por uma crise interna bastante forte, tendo acumulado prejuízos nos últimos dois exercícios (92 e 93), o mercado brasileiro enfrentava dificuldades e fazia-se necessário incrementar a participação no exterior, cujas vendas não representavam 10% do faturamento da empresa. O aumento dos negócios no Mercosul possibilitaria melhorar o fluxo de caixa, bem como não implicaria custos financeiros para a empresa, além de permitir antecipações de crédito de exportações futuras com o governo federal, que terminava por constituirse em um capital de giro de baixo custo, auxiliando a empresa a enfrentar sua crise.

Roberto acabara de ser contratado como gerente de exportação da EP Térmicos e, muito embora possuísse grande experiência em comércio exterior, esta era a primeira vez que trabalharia com o mercado varejista – até então, Roberto trabalhava no negócio B2B e não B2C. Esse seria um novo desafio e necessitava buscar resultados imediatos, em face da situação vivenciada pela empresa.

Ao analisar o histórico das vendas, bem como os resultados obtidos por país, a operação na Argentina saltou aos olhos; estava muito aquém do esperado face ao desempenho das vendas em mercados menores como o Uruguai e o Paraguai – praticamente vendia o mesmo que era vendido no Uruguai e menos de 50% do que era vendido no Paraguai. Isso não fazia sentido e Roberto decidiu que concentraria seus esforços na operação com a Argentina.

A distribuição na Argentina

A distribuição na Argentina havia sido reformulada no início da década de 90 por Álvaro, antecessor de Roberto no cargo. Roberto não o conheceu, pois entre a saída de Álvaro e a sua contratação decorreram seis meses. Sendo assim, o histórico das atividades na Argentina estava fragmentado e cada pessoa, desde a direção até a própria equipe interna do departamento de exportação, tinha uma versão com congruências e contradições.

Em termos gerais o que parecia ter ocorrido é que o antecessor de Álvaro havia realizado um excelente trabalho, tornando a marca da empresa conhecida e introduzido

os produtos nos principais canais de vendas, utilizando para isso um único distribuidor na Argentina. Quando Álvaro assumiu, o distribuidor passava por uma crise interna. Os quatro sócios não estavam se entendendo e a empresa enfrentava certa crise financeira.Na verdade, segundo Lopez – empregado antigo do distribuidor da época e pessoa que revelou os problemas internos para Álvaro – os sócios estavam a ponto de rachar a sociedade e ele, Lopez, era da opinião que a EP Térmicos deveria cuidar-se, já que a operação no mercado poderia desandar e os problemas financeiros da empresa colocariam a marca e a posição da empresa em perigo. O próprio

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