Cinesiologia Do Esforço

1- INTRODUÇÃO

A dança existe desde os primórdios da humanidade. Era usada enquanto forma de linguagem, e enquanto significados como: caça, alegria, espiritualidade e natureza. Dançando, o homem movimenta-se, exercita-se, interage, expõe-se, relaciona-se consigo e/ou com o outro. A dança apresenta-se na atualidade, como recursos em diferentes áreas do saber e profissionais. Sua importância consiste em sua diversidade para benefícios à saúde e à qualidade de vida das pessoas, em especial dos idosos.

A dança em diversas atividades ajuda a garantir a independência funcional do indivíduo através da manutenção da sua força muscular, principalmente de sustentação, equilíbrio, potência aeróbica, movimentos corporais totais e mudanças do estilo de vida. Para Veras e Caldas (2004), “a dança é capaz de contribuir para a autonomia e independência do indivíduo idoso, para que estes se mantenham ativos e participativos socialmente”. Desta forma, é possível caracterizá-la como uma das atividades mais importantes em programas de atividades voltados para a Terceira Idade. Neste sentido, o presente trabalho objetivou através de um olhar diferenciado da Terapia Ocupacional, verificar as condições de aplicação da dança e seus benefícios, e ainda fomentar a reflexão a cerca dos conhecimentos nas ‘atividades dançantes’ realizadas com os indivíduos da terceira Idade, buscando-se novas possibilidades dentro de uma cultura corporal de movimento, dando uma maior satisfação ao idoso, favorecendo seu envelhecimento ativo e desta forma, uma boa qualidade de vida aos idosos.

Assim, a promoção da saúde na terceira idade, consiste em proporcionar atenção interdisciplinar e multidisciplinar a essa população, buscando-se atuação em vários aspectos do envelhecimento, igualmente, na prevenção de morbidades e melhoria da qualidade de vida do idoso e, seu bem-estar biopsicossocial.

Deste modo, o presente trabalho consiste em uma revisão de literatura dos conteúdos sobre a dança na terceira idade, a partir de um olhar terapêutico ocupacional, na busca de novas perspectivas à saúde do idoso.

2- TERCEIRA IDADE

2.1.APRESENTANDO A TERCEIRA IDADE

O envelhecimento populacional é um fenômeno que acontece graças aos avanços da tecnologia de saúde e as baixas taxas de natalidade. Segundo fontes do Ministério da saúde (Brasil, 2007), entre 1980 e 2007, cresceu de7 para 17 milhões o número de brasileiros com mais de 60 anos de idade.

A OMS considera idoso todo o indivíduo com 65 anos de idade ou mais, que reside em países desenvolvidos e, com 60 anos ou mais, os residentes em países em desenvolvimento. (MAZO, LOPES e BENEDETTI, 2001). Entende-se que o envelhecer é um processo de alterações físicas, psíquicas e sociais que determina o modo único que cada indivíduo viverá os últimos anos de sua vida. Refere-se a um fenômeno biológico, social e psicológico.

Pesquisas apontam que as mudanças decorrentes do envelhecimento e sua compreensão como processo não envolvem somente aspectos clássicos como capacidades mentais, produtivas e independência, agregadas as variáveis relacionadas (escolaridade, renda, saúde física, etc.), mas também a extensão em que fatores ambientais, culturais e psicossociais interagem com as alterações morfofuncionais e comportamentais observadas ao longo do tempo.

As aparições somáticas da velhice, que é a última fase do ciclo da vida, as quais segundo Freitas et al (2002) “são caracterizadas por redução da capacidade funcional, calvície e redução da capacidade de trabalho e da resistência, entre outras, associam-se perdas dos papéis, solidão e perdas