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Comparação do risco de quedas em pessoas idosas sedentárias e ativas usando a escala de equilíbrio de Berg

Projeto de pesquisa: Comparação do risco de quedas em pessoas idosas sedentárias e ativas usando a escala de equilíbrio de Berg. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  6/8/2014  •  Projeto de pesquisa  •  3.363 Palavras (14 Páginas)  •  403 Visualizações

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Comparação do risco de queda em idosos sedentários e ativos por meio da escala de equilíbrio de Berg

Comparison of fall risk between sedentary and active aged by means of the Berg balance scale

Link: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-29502009000100002&script=sci_arttext

Renata Martins PimentelI; Marcos Eduardo ScheicherII

IFisioterapeuta

IIProf. Dr. do Curso de Fisioterapia da Unesp

RESUMO

O envelhecimento da população é um fenômeno mundial, do qual o Brasil apresenta um dos mais agudos processos. A prática regular de exercícios por idosos pode melhorar a capacidade física, proporcionar ganho de auto-estima e confiança, contribuindo para diminuição do risco de quedas, comuns em idosos. Este estudo visou comparar o risco de quedas entre idosos sedentários e ativos, verificando como a prática de exercício físico se reflete no desempenho dos sujeitos na escala de Berg. Foram avaliados por esse instrumento 70 idosos, divididos em 2 grupos: sedentários (n=35) e ativos (n=35). Os escores médios na escala de Berg dos grupos sedentário e ativo foram 47,7±5,6 pontos e 53,6±3,7, respectivamente (p<0,0001). A análise dos escores evidenciou que o grupo sedentário apresentou 15,6 vezes mais risco de quedas do que o grupo ativo (p=0,002). O desempenho na escala de Berg foi pior no grupo sedentário do que no ativo, sugerindo que a prática regular de atividades físicas pode interferir nesse desempenho e que os sujeitos ativos têm menor risco de queda.

Descritores: Acidentes por quedas/prevenção e controle; Equilíbrio musculoesquelético; Idoso

ABSTRACT

Population aging is a worldwide phenomenon which is particularly acute in Brazil. Regular physical exercise by the aged may improve physical capacity, provide gains in self-esteem and confidence, and contribute to reducing the number of falls, which are common among the elderly. This study aimed at comparing fall risk between sedentary and active elderly subjects, by assessing how the regular practice of physical exercises is reflected by subjects' performance at the Berg balance scale. Seventy elderly subjects were divided into 2 groups, sedentary (n=35) and active (n=35), and submitted to the Berg test. The sedentary group mean score at the Berg scale was 47.7±5.6, and the active groups', 53.6±3.7 (p<0.0001). The odds ratio analysis showed that fall risk was 15.6 times higher for the sedentary group as compared to the active group (p=0.002). Since the performance of the sedentary group at the Berg scale was worse than the active group's, it may be said that regular practice of physical activities affects such performance, and that physically active subjects present less fall risk than sedentary ones.

Key words: Accidental falls/prevention & control; Aged; Musculoskeletal equilibrium

INTRODUÇÃO

Segundo projeção da Organização Mundial da Saúde, o Brasil terá, até o ano de 2025, um crescimento do número de idosos cinco vezes maior do que o da população total, chegando a 30 milhões, colocando-o entre os seis primeiros países com população mais idosa no mundo1,2.

Um estudo realizado no Rio de Janeiro em 19983, sobre saúde e qualidade de vida do idoso, demonstrou que 71% dos idosos eram totalmente independentes quanto à realização das atividades de vida diária (AVD) - dos quais 27% poderiam ser classificados como fisicamente condicionados, por exercerem atividade física moderada -, 10,8% fisicamente frágeis, revelando dependência parcial, e os demais (18,2%) foram considerados fisicamente dependentes.

As quedas na população idosa têm sido consideradas um problema de saúde pública. A queda pode ser definida como um evento ou deslocamento não-intencional do corpo que tem como resultado a mudança de posição do individuo para um nível mais baixo em relação à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil4,5.

Pereira et al.6 demonstraram que 30% dos idosos do Brasil caem ao menos uma vez ao ano e que a maioria dessas quedas (51%) ocorrem entre idosos com mais de 85 anos. Outros estudos demonstraram que essa prevalência relaciona-se com o grau de independência. Assim, idosos que requerem ajuda para a realização das AVD têm 14 vezes maior probabilidade de cair, quando comparados àqueles de mesma faixa etária, porém independentes6.

No que concerne as conseqüências, aproximadamente 5% das quedas levam a fraturas, mais freqüentes entre mulheres do que homens - maior ocorrência de fratura de fêmur proximal em mulheres (90,21/10.000) do que em homens (25,46/10.000)7 -, apesar de os homens apresentarem um índice maior de mortes pós-fraturas8.

O desenvolvimento de instrumentos para verificação de risco de quedas visa avaliar a funcionalidade, o equilíbrio, a velocidade e a marcha de cada idoso que sofreu ou que tende a sofrer alguma queda. Dentre esses instrumentos destacam-se o teste de levantar e caminhar cronometrado (timed up and go test), a escala de equilíbrio funcional de Berg e a escala de mobilidade orientada ao desempenho de Tinetti9-11.

A escala de equilíbrio de Berg estã diretamente relacionada a outros testes de equilíbrio e mobilidade, apresentando uma confiabilidade de teste re-teste de 98%12. Outra particularidade dessa escala é a relação não-linear entre a pontuação e o risco de queda correspondente. Os escores variam de 0 a 56 e, quanto maior o escore, melhor o equilíbrio do sujeito avaliado12. Assim, cada ponto a menos na escala corresponde a um aumento do risco de quedas; entre os escores 56 a 54, cada ponto a menos é associado a um aumento de 3 a 4% no risco de quedas; entre 54 e 46, a um aumento de 6 a 8% de chances, sendo que abaixo de 36 pontos o risco de quedas é de quase 100%13.

Whitney et al.14, em um artigo de revisão, evidenciaram maior confiabilidade e validade para a utilização em pesquisas científicas da escala de equilíbrio de Berg do que outros instrumentos de avaliação, enquanto VanSwearingen et al.15, em outra revisão, destacaram sua utilização na prática clínica da reabilitação. Lajoie e Gallagher8 também demonstram, por meio de elevados índices de sensibilidade e especificidade,

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