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Culto Ao Corpo

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Por:   •  18/3/2015  •  2.914 Palavras (12 Páginas)  •  411 Visualizações

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Vol. 1, n.1, 2014

TREINO, CULTO E EMBELEZAMENTO DO CORPO: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA

GABRIELA ALVES DE LIMA

Graduada em Educação Física – CEF/CAMEAM/UERN

E-mail: gaby_bizinha85@hotmail.com

ANALWIK TATIELLE PEREIRA DE LIMA

Docente do IFRN - Campus Cidade Alta, Natal-RN

E-mail: annatatielle@yahoo.com.br

Esp. HELDER CAVALCANTE CÂMARA - UERN

Docente do Curso de Educação Física

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – Pau dos Ferros/RN

E-mail: redlehcc@gmail.com

RESUMO

Esse trabalho procura refletir a respeito da prática da atividade física nas academias de Ginástica e os motivos que levam os freqüentadores a utilizar esse espaço. O alcance deste objetivo é importante porque permite perceber a influência da sociedade do pensar individual, possibilitando uma compreensão mais ampla sobre a relação sociedade, atividade física e a estética. Para o alcance dos objetivos pretendidos, realizamos uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo, utilizando como instrumento um questionário que foi aplicado aos frequentadores das academias de ginástica do município de Pau dos Ferros/RN. A partir da análise dos dados, pudemos perceber que o principal motivo da freqüência as academias de ginástica no referido município diz respeito à estética, em que o emagrecer, o aumentar massa e a melhoria da aparência física parecem ideais claros a serem almejados. Em segundo lugar, estão os motivos relacionados à saúde. Desses resultados, podemos perceber que há uma influência social significativa nos praticantes de academia de ginástica, que têm como direcionador de suas ações um padrão de estética considerado aceitável e imposto socialmente, em que o corpo magro, forte, de boa aparência física parece ser um “ideal máximo”.

Palavras-chave: atividade física, estética, sociedade.

Nos dias atuais, nos deparamos com a super valorização da aparência, corpo magro, jovem e sempre em forma é um padrão de beleza a ser conquistado pela maioria da sociedade, que para ter o resultado desejado, se submete aos vários tipos de intervenções: cirurgias plásticas, dietas, cosméticos, entre outros.

Sabe-se hoje, através de vários estudos que a prática regular de atividades pode ser um fator protetor na prevenção de algumas doenças, entre as quais podemos destacar: as

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cardiovasculares, diabetes, obesidade, osteoporose, depressão, além de aumentar a auto-estima.

Mas segundo Silva (1996), a expansão da oferta e da procura pelas práticas corporais na atualidade, deve-se ao fato de que nas sociedades industriais modernas, de uma forma geral, adquiriram o estatuto de mercadoria e enquanto tais possuem um valor de troca, para além de sua utilidade às pessoas.

Elas vêm sendo propagadas por vários meios de comunicação, como rádios, programas de televisão, revistas e jornais. A cada dia novidades sobre saúde, qualidade de vida e atividade física são lançadas para a sociedade.

Entretanto, quais seriam as motivações para os indivíduos estarem, cada vez mais, preocupados com a apresentação e a forma de seus corpos? Porque a cada dia que passa fica mais difícil encontrarmos alguém que ainda não tenha feito, ou pensado em fazer dieta ou algum tipo de atividade física, visando ao emagrecimento? O que estaria levando o corpo a ocupar lugar de tanto destaque nas sociedades contemporâneas? Essas são algumas perguntas lançadas por Castro (2007) que se relacionam diretamente com a nossa pesquisa.

As respostas para essas questões não são tão simples como se imagina e nossa tentativa é refletir sobre as mesmas, para que, junto aos sujeitos pesquisados possamos contribuir com seu entendimento.

Vale salientar que o culto ao corpo está sendo entendido aqui como “um tipo de relação dos indivíduos com seus corpos que tem como preocupação básica o seu modelamento, a fim de aproximá-lo o máximo possível do padrão de beleza estabelecido” (CASTRO, 2007, p. 17).

Essa perspectiva de entendimento do culto ao corpo diferencia-se dos antigos gregos, visto que as relações que eles estabeleciam com seu corpo, faziam parte de uma concepção que ficou conhecida na filosofia como “estética da existência”, ou seja, para se atingir a felicidade, entendida como um desenvolvimento pleno e harmônico e em profunda interação com o cosmos, não havia receitas definitivas.

Pelo contrário, atingir a felicidade era uma busca traçada ao longo de toda a existência pelas decisões que eram tomadas e os conceitos de beleza, verdade e bem eram, naquela época, totalmente imbricados (SILVA, 1996).

Considerando a primeira perspectiva citada, mais relacionada à época em que estamos vivendo, perguntamos a 42 freqüentadores de academias de ginástica do município de Pau dos Ferros, o que despertou o interesse para a prática de atividade física. Desses sujeitos, 14 responderam que foi pela influência da Educação Física escolar, 10 pela influência da mídia

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(revistas, jornais, TV), 07 pela comunidade, 06 por indicação médica e 04 devido ao lazer com a família.

Cabe ressaltar que como não existiram alternativas relacionadas à estética, saúde e/ou perda de peso, alguns entrevistados fizeram questionamentos, sugerindo assim responder a estas questões, o que não diverge de estudos anteriormente estudados.

Sob esse olhar Eufrásio (2004) ressalta que por trás desses interesses existem vários outros que podemos citar, como: melhor qualidade de vida, ficar em forma, emagrecer, ganhar massa muscular. Para sustentar essa afirmação, ele se baseia na década de 1980, considerada a “década da malhação”, em que todos os indivíduos queriam ter uma vida saudável. Era a geração saúde, em busca da perfeição do corpo e que deixava para trás as drogas, tão características da década anterior, a violência e as doenças.

Castro (2007) observa as diferenças entre as décadas de 1960 a 1980, afirmando que elas são tomadas pela revolução sexual, com a difusão da pílula anticoncepcional,

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