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Enfermagem

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Por:   •  22/3/2015  •  475 Palavras (2 Páginas)  •  194 Visualizações

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Hepatite, a morte silenciosa.

Dados da Organização Mundial da Saúde revelam que algo em torno de 110 milhões de habitantes da Terra seja portadores de algum tipo de hepatite, conhecidas como virais. Os tipos que possuem mais portadores são os A, B e C. Mas também existem as dos tipos D, E e F, que são associações de vírus combinados com os das hepatites A, B e C, comuns nos países mais pobres da África e raros no Brasil. E, no país, a maior incidência de casos ocorre nos cinturões pobres das grandes cidades, onde moradores das favelas que não possuem acesso ao saneamento básico e, muitas vezes, nem mesmo a água tratada são mais vulneráveis ao vírus, especialmente o da hepatite C, que debilita todo o organismo em silêncio, especialmente o fígado.

Escrevendo sobre as hepatites, não posso deixar de lembrar do professor Kurt Klotzel, um dos mais notáveis sanitaristas brasileiros, que era titular da cadeira de medicina preventiva da Faculdade de Medicina da USP, na década de 80. Além do privilégio de sua amizade, pude entender, através do professor, melhor o Brasil e de resto, o mundo. Homem de cultura extraordinária e severo crítico das injustiças sociais, costuma dizer que “saneamento básico é a essência da democracia”. Segundo ele, “enquanto todos os homens não tiverem acesso ao saneamento básico, incluindo-se água tratada de boa qualidade, continuará ocorrendo um quadro de grave injustiça social, já que acontece a negação de uma forma de vida saudável.

Suas aulas eram as mais concorridas da USP e Klotzel não se cansava de afirmar que “o país não precisaria de tantos médicos e muitos laboratórios farmacêuticos fechariam as portas a partir do momento em que os pobres tivessem acesso a uma vida com higiene, além de comida. O professor era um homem cordial e franco. E sua visão do social lhe rendeu perseguições políticas que quase destruíram sua carreira, afinal de contas, seu pensamento encontrava eco na imprensa e incomodava poderosos, especialmente entre a indústria farmacêutica, cujos grandes laboratórios internacionais praticavam o perverso “quanto menos saúde, melhor”. Muita coisa mudou nestes últimos trinta anos, mas muitas coisas ainda precisam mudar.

Falando, isto é, escrevendo sobre as hepatites, lembro que em Santos existe algo em torno de 25 mil portadores do vírus da hepatite C, mas que apenas quatro mil desses portadores têm a doença diagnosticada e recebem tratamento, feito a partir de uma combinação dos antivirais Interferon e Ribavirina, fornecidos pelo SUS, que o paciente deve tomar durante seis meses, o que significa um custo de 22 mil reais. A maioria desses portadores do vírus C que como os demais tipos, propaga-se quando não existem condições de higiene, incluindo-se o uso do preservativo para a relação sexual, porque a contaminação é sanguínea, não sabe que é portadora da doença e a sobrevivência muitas vezes passa por um transplante de fígado.

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