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Estrongiloidíase

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Por:   •  29/5/2013  •  Tese  •  4.250 Palavras (17 Páginas)  •  467 Visualizações

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Estrongiloidíase

A Estrongiloidíase é uma parasitose grave, causada pelo parasita Strogyloides stercoralis e possui maior prevalência em regiões quentes (com temperatura entre 25 a 30º C) decorrente da ação de um nematódeo (Rhadiasoidea) pequeno de geração alternada, com um ciclo de vida livre na terra ou na água e um ciclo de vida obrigatoriamente parasitário e tem por hábitat a parede intestinal. É uma parasitose caracterizada por várias manifestações clínicas, desde os casos leves que podem ser assintomáticos até as formas graves e mesmo em alguns casos fatais por hiperinfecção de larvas havendo imunodepressão. As lesões básicas da Estrogiloidíase ocorrem no intestino delgado e são de distribuição segmentar, porque dependem fundamentalmente da ação direta do helminto, por isso predominam as manifestações diarréicas ou disentéricas crônicas, também podem ocorrer lesões cutâneas, broncopulmonares, hepáticas, biliares e miocárdicas.

Morfologia e biologia

O parasitismo se dá pelas fêmeas parasitas que são partenogenéticas que produzem larvas que, saindo para o meio externo, dão machos e fêmeas de vida livre. Estas por sua vez, põem ovos e originam nova geração de larvas. Os machos participam parcialmente do processo reprodutivo, para que os oócitos das fêmeas de vida livre embrionem é necessária a cópula e a penetração de espermatozóides, não há fusão do núcleo masculino com o oócito (pseudogamia). Por tanto a reprodução de fêmea de vida livre é partenogênese meiótica. Inexistindo formas masculinas no ciclo parasitário. No Brasil a doença se distribui conforme as regiões climáticas e as condições sócio-econômicas das populações, sendo comum em locais sem saneamento adequado.

Quanto à forma de vida livre, o parasita possui a seguinte morfologia:

• A fêmea é maior mede cerca de 1 a 1,5mm, possui extremidade posterior delgada e voltada ventralmente, apresentando duas espículas pequenas, corpo fusiforme, com a extremidade anterior romba, onde se abre a boca cercada de três pequenos lábios, esôfago do tipo rabtóide e vestíbulo bucal curto enquanto a posterior constitui uma calda bem afilada.

• O macho é menor (0.7 mm de comprimento) e tem sua calda recurvada ventralmete. Possui um só testículo, continuado pelo canal deferente e pelo canal ejaculador, que se abre na cloaca, onde termina também o tubo digestivo. A cópula é facilitada pela existência de dois pequenos espículos.

• Ovos: São elípticos, de parede fina e transparente, praticamente idênticos aos dos ancilostomídeos; Podem ser observados nas fezes de indivíduos com diarréia severa ou após utilização de laxantes.

• Larva rabditóide: Apresentam cutícula fina e hialina; Nas formas disseminadas, são encontradas na bile, na urina, no escarro, nos líquidos pleural, duodenal e cefalorraquidiano; Se mostram muito ágeis com movimentos ondulatórios, quando visualizadas a fresco.

• Larva filaróide: Apresentam cutícula fina e hialina; Podem ser vistos no meio ambiente e podem evoluir no interior do hospedeiro, ocasionando os casos de auto-infecção interna; É a forma infectante do parasito (L3), capaz de penetrar pela pele ou pelas mucosas; Porção anterior é ligeiramente afilada e a posterior afina-se gradualmente, terminando em duas pontas, conhecida como cauda entalhada, que a diferencia das larvas filarióides de ancilostomídeos, que é pontiaguda;

Esses vermes vivem no solo ou no esterco, onde se alimentam de bactérias e de matéria orgânica. A fêmea põe ovos de casca muito delgada. Nas fêmeas mais velhas a eclosão pode dar-se ainda no interior do útero.

Algumas larvas rabditóides de primeiro estádio (quer produzidas por fêmeas de vida livre, quer por fêmeas parasitas – partenogenéticas) eliminadas nas fezes, em lugar de produzirem outras de segundo estádio, passam a evolui para um tipo diferente, denominado larva filarióide (infectante). Essas larvas são bastante ativas e podem permanecer vivas durante cinco semanas. Mas elas só completam seu ciclo evolutivo se encontrarem um hospedeiro adequado e nele penetrarem através da pele. Depois de atravessar o tegumento as larvas alcançam a circulação venosa e realizam um ciclo que passa primeiro pela aurícula e ventrículo direitos do coração; depois pelas artérias pulmonares e rede capilar dos pulmões. Perfurando a parede dos capilares, chegam aos alvéolos e bronquíolos, onde os movimentos do epitélio ciliado promovem seu transporte passivo, junto com as secreções brônquicas, até a traquéia e a laringe, para serem deglutidas em seguida. Durante o ciclo pulmonar, completa-se a evolução larvária (comportando duas mudas) e, ao chegarem à cavidade intestinal, os vermes adultos estão formados.

No intestino, encontram-se apenas fêmeas. Elas são diferentes das fêmeas de vida livre, e sua capacidade de reprodução partenogenética estabelece a infecção a partir de uma única larva. O hábitat destas fêmeas filarióides partenogenéticas é a mucosa do intestino, especialmente no duodeno e jejuno. Aí perfuram o epitélio e se alojam na espessura da mucosa, onde se movem, alimentam-se e fazem suas desovas. Dos ovos, já embrionados, saem imediatamente larvas rabditóides que se dirigem para a luz do intestino, misturam-se ao bolo alimentar e são expulsas com as fezes do paciente.

*A partir das larvas rabditóides eliminadas com as fezes, duas possibilidades evolutivas existem:

Ciclo direto; Em alguns caos, essas larvas, no meio exterior, sofrem muda pela qual se transformam em larvas filarióides infectantes, capazes de penetrar em outro individuo e iniciar novo ciclo parasitário. Por essa razão, este é conhecido como ciclo direto do parasitismo. Ele pode ter lugar tanto no solo como sobre a pele da região perianal do paciente.

Ciclo indireto; Em outros casos, as larvas rabditóides das fezes podem sofrer suas várias mudas no solo e produzir, ao fim de algum tempo, machos e fêmeas de vida livre. Depois da cópula, as fêmeas põem ovos de onde saem larvas rabditóides (semelhantes produzidas pelas fêmeas parasitas) que evoluem finalmente para larvas filarióides infectantes, as quais retornam ao parasitismo. Esse é o ciclo indireto.

Sinonímia

É uma doença também conhecida pelo nome de Estrongiloidose.

Incidência

• Acomete pacientes de qualquer idade, mas predomina entre os 5 e os 20 anos de idade.

• Tem uma prevalência muito alta na infância, na qual as formas graves se associam

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