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Formigas

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Por:   •  28/3/2014  •  Tese  •  2.473 Palavras (10 Páginas)  •  372 Visualizações

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Formigas associadas a iscas atrativas na Reserva Biológica do Gama- Distrito Federal

Edilenny de Souza Barros1, Ilma Araújo dos Santos1, 2& Weffenberg Silva Teixeira1

1Graduando de Ciências Biológicas – Universidade Católica de Brasília Campus I- QS 07 Lote 1 EPCT, Águas Claras- CEP: 71966-700 Taguatinga/DF. www.ucb.br

2Autor para correspondência: Ilma Araújo dos Santos, e-mail: ilma.ilmasantos.araújo@gmail.com

Resumo: Este estudo teve como objetivo analisar a abundância e riqueza de morfoespécies de acordo com isca atrativas de sardinha e frutas. Foi analisado apenas um fragmento da área total da Reserva Biológica do Gama, na qual foram espalhadas 18 amostras sendo nove de frutas e nove de sardinha que foram coletadas após 60min. Foram amostradas 214 formigas onde cada amostra foi analisada e as formigas agrupadas em quatro morfoespécies. Os resultados sugerem que a variação de morfoespécies por amostra revela a preferência nutricional das formigas e podem demonstrar o caráter generalista ou especialista e a importância ecológica delas no cerrado Brasiliense.

Palavras- chave: morfoespécies, frutas, sardinha, amostras

Introdução

A quantidade de espécies conhecidas de formigas é de aproximadamente 11.000 (http://research.amnh.org/entomology/social_insects), para uma fauna estimada em cerca de 20.000 espécies (Folgarait, 1998). A variedade de formigas que reside na serapilheira e no dossel das florestas tropicais de acordo com Mariano & Nascimento vem sendo considerada a próxima fronteira em nosso conhecimento sobre a biodiversidade, destas, em florestas tropicais, até 50% pode estar associada à serapilheira (Delabie & Mariano & Nascimento, 1995).

As formigas possuem uma grande diversidade de formas e comportamentos chegando a apresentar diferenças variadas de tamanho, cor, pilosidade e agressividade dentro de um mesmo gênero. Em tamanho do corpo atingem desde menos de 1mm a mais de 4cm. Em tamanho da população das colônias reúnem desde uma dezena de indivíduos a alguns milhões. Ocupam quase todos os nichos disponíveis nos ambientes terrestres e deterioram desde a copa das árvores a alguns metros de profundidade no solo (Rogerio Silvestre, 2000).

A escolha da biodiversidade das formigas como um modelo para se estudar diversidade veio em função de apresentarem uma distribuição geográfica bastante ampla, serem localmente abundantes funcionalmente importantes em todos os níveis tróficas, facilmente amostradas e separadas em morfoespécies e sujeito às alterações ecológicas (Rogerio Silvestre, 2000).

Os indivíduos coletados foram morfoespeciados utilizando o critério CTO (Critério Taxonômico Operacional), este método consiste em separar as espécies baseadas nas suas características morfológicas específicas, tais como: padrão de coloração, mancha (cor e formato) e estruturas físicas (protuberância, carenas etc.), por que é muito difícil identificar Formicidae em nível de espécie devido as suas semelhanças físicas.

O bioma cerrado strictu sensu abrange uma vegetação que ocorre sob diferentes formas na América do Sul, pois sua caracterização baseia- se mais na fisionomia do que nos aspectos florísticos ou ecológicos, sendo as formações fisionomicamente semelhantes em outras regiões do globo (principalmente África e Austrália) conhecidas como savanas (Rogerio Silvestre, 2000). A flora do Cerrado é bem diversificada. Poderíamos estimar a flora do bioma do cerrado como sendo constituída por cerca de 3.000 espécies, sendo muitas delas do estrato arbóreo-arbustivo e do herbáceo-subarbustivo. Como famílias de maior expressão destacamos as Leguminosas (Mimosaceae, Fabaceae, Myrtaceae e Caesalpiniaceae), entre as lenhosas, e as Gramíneas (Poaceae) e Compostas (Asteraceae), entre as herbáceas (Medeiros, 2011)

O Cerrado strictu sensu apresenta grande variedade em espécies em todos os ambientes, que dispõem de muitos recursos ecológicos, abrigando comunidades de animais com abundância de indivíduos, alguns com adaptações especializadas para explorar o que fornece seu habitat. No ambiente do Cerrado são conhecidas várias espécies animais.

O clima da região dos cerrados strictu sensu de acordo com AB’SABER (2003) é traçado por aspectos fisionômicos da vegetação e, neste particular, o cerrado apresenta certa homogeneidade. No entanto, ele engloba regiões físico-climáticas bastante heterogêneas, especialmente pela influência de outros biomas (amazônico, caatinga, atlântico e austral), mostrando a importância das áreas de transição entre o cerrado e as demais regiões fitogeográficas do país (Ab´sáber, 2003).

As formigas possuem uma grande importância ecológica em vários biomas inclusive no cerrado brasileiro. Elas modificam a ciclagem de nutrientes através do enriquecimento do solo com as lixeiras das colônias e da transferência de nutrientes para camadas mais superficiais durante a construção e relocação dos ninhos (Panizzi & Parra, 1991). As formigas cortadeiras (Myrmicinae, Attini), além de consumirem de 4 a 17% da produção de folhas de uma floresta como a Amazônica, criam clareiras de sub-bosque para a construção dos ninhos, aumentando a quantidade de luz que chega ao chão da floresta e modificando a composição de espécies e a estrutura das comunidades vegetais. Apesar da importância das formigas cortadeiras, formigas, de modo geral, constituem um grupo predominantemente predador, e o seu papel estruturador de comunidades de artrópodes tem sido destacado nesse estudo (Wilson, 1952). Quando forrageando na vegetação, as formigas atacam insetos herbívoros, diminuindo as taxas de herbivoria e aumentando o sucesso reprodutivo das plantas. Por fim, as formigas também atuam como dispersores secundários de sementes, modificando a distribuição inicial de sementes efetuada pelos dispersores primários e influenciando a distribuição espacial das populações de plantas (Leal 2003).

Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo comparar a riqueza de morfoespecies de formigas (Hymenoptera: Formicidae) da Reserva Biológica do Gama, no Gama, Distrito Federal, de acordo com diferentes iscas atrativas a base de proteína animal e frutose.

Materiais e Métodos

O estudo foi realizado na Reserva Ecológica do Gama, compreende uma área de 136 hectares. A área experimental utilizada é uma Unidade de Conservação (UC) pertencente ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e está localizada na região administrativa do Gama no Distrito Federal (16°0'32"S

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