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Oximetria de pulso na avaliação do transporte de oxigênio em pacientes críticos

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Por:   •  19/9/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.875 Palavras (12 Páginas)  •  439 Visualizações

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OXIMETRIA DE PULSO NA AVALIAÇÃO DO TRANSPORTE DE OXIGÊNIO EM PACIENTES CRÍTICOS.

Wilma Aparecida Nunes*

Renato Giuseppe Giovanni Terzi**

INTRODUÇÃO

A Unidade de Terapia Intensiva reúne uma população com doenças agudas reversíveis que teria pouca possibilidade de sobrevivência em outros setores do hospital. Nessas condições, o que se busca em primeira instância é garantir níveis adequados de oxigênio no sangue arterial para evitar a hipóxia tecidual (EDWARDS, 1991).

A avaliação de transporte de oxigênio é possível pela mensuração de algumas variáveis e pelo cálculo de outras. Por tanto são instituídos procedimentos invasivos, que se por um lado são úteis, pois permitem avaliar o consumo e suprimento de oxigênio, por outro exigem manipulação invasiva, que aumenta o risco de agravamento do estado geral do paciente (TULLI et al., 1990).

O oxímetro de pulso permite uma monitorização contínua e não invasiva da saturação parcial de oxigênio (psO2), que expressa a relação entre oxiemoglobina (cO2Hb) e a soma das concentrações de oxi e deoxiemoglobina (cHb). O termo parcial é utilizado porque somente uma porção do total de hemoglobina é considerada.

A saturação parcial de oxigênio é expressa pela seguinte equação:

cO2Hb

psO2 = (cO2Hb + cHb)

cO2Hb = concentração de oxiemoglobina

cHb = concentração de deoxiemoglobina

Dispor de método não invasivo capaz de estimara oxigenação do sangue é uma perspectiva atraente para profissionais da terapia intensiva, sendo assim o presente.

Estudo teve por objetivo:

1.Verificar a confiabilidade de medidas da saturação arterial de oxigênio em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva e submetidos a assistência respiratória mecânica, utilizando a oximetria de pulso.

2. Avaliar o desempenho de dois oxímetros de pulso, de diferentes fabricantes e estabelecer o grau de exatidão e precisão tendo como padrão a hemo-oximetria.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado no Núcleo de Assistência Médica Intensiva do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (HC-UNICAMP). A população foi constituída de 35 pacientes submetidos a assistência respiratória mecânica, nos meses de janeiro e fevereiro de 1993. Foram incluídos os pacientes que necessitavam de exames de gasometria, a pedido do médico intensivista, para acompanhamento clínico. Os pacientes previamente selecionados, seguindo os critérios de inclusão, foram monitorizados com os dois oxímetros de pulso simultaneamente.

O oxímetro de pulso fornece leituras da saturação do sangue, avaliando o comportamento de absorção da oxiemoglobina e deoxiemoglobina em relação a os comprimentos de luz vermelha e infravermelha.

O aparelho possui um receptáculo para acomodar a porção distal do dedo, com um dos lados contendo uma fonte de luz – composta de dois fotoemissores de luz (LED) – e do outro lado um fotodetector. Um LED emite luz vermelha (≅660 nm) e outro luz infravermelha (≅940nm) (Fig. 1) (ALEXANDER et al., 1989).

Em alguns modelos a leitura é processada em três intervalos de tempo: um para o comprimento de onda vermelha, um para a infravermelha e outro com os dois desligados. Este último intervalo de tempo é utilizado para captar a luz ambiente, possibilitando a compensação

do efeito dessa interferência sobre o fotodetector (TREMPER & BARKER, 1987).

O oxímetro de pulso possui dois componentes. O primeiro é o componente basal (CB),

com uma transmitância constante ao longo do tempo, originária do conjunto de elementos não pulsáteis, formados por tecidos, capilares, sangue venoso e pele. O segundo componente é pulsátil (CP), decorrente do fluxo fásico de sangue arterial no leito tecidual, que muda de

intensidade no tempo, em sincronia com o ciclo cardíaco.

Durante a sístole há um aumento do volume de sangue o que promove maior absorção da luz, com decréscimo correspondente na transmitância; durante a diástole,

quando diminui o volume sangüíneo, haverá aumento proporcional na intensidade da luz transmitida (Fig. 1) (TREMPER & BARKER, 1987).

Figura 1 – Descrição gráfica de fatores que interferem na absorção da luz.

A absorção da luz em função da pulsação é utilizada para o cálculo da psO2 baseada na razão (R) de transmitância da luz absorvida nos dois comprimentos de onda. Nos oxímetros de pulso somente a absorbância do componente pulsátil entre a fonte e o

fotodetector é considerada decorrente do sangue arterial. A absorbância dos dois componentes (CB e CP) nos dois comprimentos de onda estabelece uma razão empiricamente correlacionada com a saturação. (Fig. 2).

Figura 2 – Curva de calibração do oxímetro de pulso, baseada em dados experimentais obtidos por Pologe. Adaptado de TREMPER & BARKER, 1987.

Os equipamentos eram: dois oxímetros de pulso portáteis capazes de monitorizar a saturação da hemoglobina arterial e o pulso, baseados nos princípios da espectrofotometria e plestimografia de diferentes fabricantes, o Pulsat IM (Spectramed inc. CCD) e o Satlite TRANSTM (DATEX/Intrumentarium Corp); e um hemooxímetro capaz de medir automaticamente o total de hemoglobina, de oxiemoglobina, de carboxiemoglobina, de metemoglobina e conteúdo de oxigênio numa amostra de sangue total, o IL-28211 (Instrumental Laboratory).

O sangue coletado em seringa de plástico previamente heparinizada com 0,2 ml de heparina de uma solução de 5000 unidades por ml de anticoagulante e lubrificada com movimentos do êmbolo. Ao término da coleta a seringa era vedada e procediam-se movimentos rotatórios para homogeneizar a amostra.

Os níveis aumentam em caso de tabagistas crônicos ou em situações de inalação de fumaça, a leitura elevada ocorre porque, no comprimento de onda 660nm, a carboxiemoglobina tem um coeficiente de extinção de 0,07, que é praticamente indistinguível do coeficiente da oxiemoglobina neste comprimento

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