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PROBIÓTICOS PARA PEIXES

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Por:   •  16/10/2014  •  4.087 Palavras (17 Páginas)  •  344 Visualizações

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PREBIÓTICOS E PROBIÓTICOS NA NUTRIÇÃO DE PEIXES. PROMOTORES DE CRESCIMENTO ALTERNATIVOS NA AQÜICULTURA

KÁTIA KALKO SCHWARZ¹

¹Professora Adjunta da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá/FAFIPAR, Departamento de Ciências Biológicas, Laboratório Nutrição de Peixes e-mail: katiakalkos@yahoo.com.br

INTRODUÇÃO

O crescimento promissor da aqüicultura no Brasil tem sido fomentado principalmente pela grande produção da piscicultura e carcinicultura, considerando que a tilápia (Oreochormis niloticus) e o camarão cinza (Litopenaeus vannamei) parecem ser as espécies mais criadas neste país. De acordo com a FAO (2009) o Brasil é o maior produtor de tilápia na América do Sul, e globalmente está entre os dez maiores.

Com a alta produção, melhoramento genético, estudo sobre o manejo, a nutrição de tilápias, entre outras espécies, tem merecido atenção dos produtores, extencionistas e pesquisadores. Não somente as exigências nutricionais, mas também quanto a aditivos promotores de crescimento e imunoestimulantes, que quando adicionados na dieta podem resultar em efeitos interessantes no desempenho.

Silva & Nörnberg (2003) citaram que criações aquícolas apresentam restrições ao uso de alguns promotores de crescimento em dietas para animais, principalmente os antibióticos e os quimioterápicos, que podem causar grandes impactos ambientais. Para evitar ou diminuir o uso de antibióticos e quimioterápicos em dietas para peixes, os piscicultores e fabricantes de rações têm buscado alternativas, para melhorar o desempenho zootécnico e a saúde dos peixes com a utilização de prébioticos e probióticos (Schwarz, 2009, Schwarz & Furuya, 2009).

O uso de probióticos e prébioticos na nutrição de peixes pode ser uma alternativa interessante, principalmente por sua composição não causar danos ao meio ambiente e apresentar boa biossegurança, sendo de fácil incorporação durante o processamento de dietas industrializadas e pelas respostas positivas de desempenho zootécnico (Hisano et al., 2004, Schwarz et al., 2009).

De acordo com a Instrução Normativa nº 13/2004 do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) os probióticos são cepas de microrganismos vivos (viáveis), que agem como auxiliadores na recomposição da flora microbiana do trato digestivo dos animais, diminuindo o número dos microrganismos patogênicos ou indesejáveis.

Esta mesma Instrução Normativa também define os prebióticos como aditivos zootécnicos, sendo considerados ingredientes que não são digeridos pelas enzimas digestivas do hospedeiro, mas que são fermentados pela flora bacteriana do trato digestório, originando substâncias que estimulam seletivamente o crescimento e/ou atividade de bactérias benéficas e inibem a colonização de bactérias patógenas ou indesejáveis.

Os estudos referentes à utilização de probióticos e prébioticos na nutrição de peixes ainda é recente, porém muitos esforços têm sido realizados a fim de testar e obter respostas consistentes, visando o fomento da piscicultura.

1. PROMOTORES DE CRESCIMENTO ALTERNATIVOS NA PISCICULTURA

Os aditivos promotores de crescimento têm sido estudados intensamente desde que foram introduzidos na dieta animal a partir de 1950. Para entender a atividade dos diversos micro ingredientes de alimentação, Miltenburg (2000) citou que as atividades metabólicas da micro flora bacteriana interferem na produção animal, e que a utilização destes micro ingredientes em baixas dosagens na alimentação podem melhorar o crescimento e a conversão alimentar em aves.

Em peixes, têm sido observados resultados semelhantes aos obtidos nos estudos de promotores de crescimento para aves e suínos, com algumas diferenças nas dosagens, resposta de desempenho, viabilidade econômica e devendo considerar que estes animais vivem na água, sendo, portanto este o maior fator restritivo a escolha do melhor aditivo promotor de crescimento a ser adicionado na dieta. Entre os promotores de crescimento, alguns apresentam viabilidade em dietas para peixes (tabela 1).

Tabela 1. Aditivos promotores de crescimento e melhoradores do sistema imune na dieta para peixes.

ADITIVO FUNÇÃO/EFEITOS

Probiótico Melhora e/ou equilíbrio da flora intestinal

Prebióticos Substrato para bactérias benéficas do trato intestinal, melhora no sistema imune e na morfologia intestinal

Simbióticos Probiótico com prebiótico

Fitogênicos/Nutraceuticos Imunoestimulantes, alteração do metabolismo

Ácidos Orgânicos Diminuir pH intestinal

Vitaminas: C, E, A Melhora do sistema imune

Os aditivos, quanto a sua classificação e utilização podem ser tecnológicos, sensoriais, nutricionais, zootécnicos (melhora o desempenho) e anticocidianos (Instrução Normativa nº 13/2004, MAPA). Estes devem ser testados e comprovados a sua eficácia cientificamente. Por tanto, utilizar aditivos promotores de crescimento ou estimuladores do sistema imune em peixes, a revelia, além de ser um ato ilegal, pode acarretar em grandes prejuízos ao produtor, ao consumidor e ao ambiente.

2. PROBIÓTICOS NA DIETA DE PEIXES

A palavra probiótico deriva do grego e significa "para a vida” e tem tido inúmeros e diferentes significados ao longo dos anos. A melhor definição clássica de probiótico foi a citada por Fuller (1989), que os definiu como “Suplemento alimentar de microrganismos vivos que afeta beneficamente a flora animal pelo melhoramento do equilíbrio microbiano do intestino”. Gatesoupe (1999) definiu probiótico para a aqüicultura como “células microbianas que são adicionadas de uma maneira que entrem no trato digestivo dos animais, mantendo-se vivas, com o objetivo de melhorar a saúde do animal”.

De acordo com Furlan (2005) os probióticos foram estudados não como substitutos aos antibióticos, mas sim, como uma alternativa eficaz e econômica para que os antibióticos sejam utilizados quando realmente necessários. Porém os resultados obtidos do uso de probióticos na nutrição animal ainda são contraditórios devido a sua natureza, necessitando para isso, de estudos e esclarecimentos sobre seus efeitos, no intuito de assegurar sua utilização como uma

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