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Papilomatose Em Ruminantes

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Por:   •  5/1/2015  •  2.277 Palavras (10 Páginas)  •  434 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Conhecida também como Figueira, Verruga, Verrucose, Fibropapilomatose e Epitelioma contagioso, a papilomatose é uma doença cosmopolita que está intimamente associada à imunidade celular do rebanho acometido. Esta doença infecto contagiosa apresenta uma elevada prevalência nos rebanhos das mais variadas regiões do nosso país.

A papilomatose é causada por vírus da família Papovaviridae, gênero Papilomavírus. A literatura descreve 6 diferentes tipos do vírus que podem acometer os bovinos.

Caracteriza-se por lesões tumorais epiteliais benignas que desvalorizam os animais no momento da venda devido à depreciação do couro, predisposição à ocorrência de feridas e miíases, favorecimento de uma ordenha incompleta, acúmulo de sujidades na região do úbere e teto, e ainda, devido ao seu caráter infeccioso, representa um risco de transmissão do vírus aos demais animais do rebanho.

Os animais jovens são mais susceptíveis, todavia todas as faixas etárias podem ser atingidas. Dentre as raças, a Holandesa (Preto e Branco) apresenta uma maior predisposição às Verrucoses.

Além da aparência desagradável do animal acometido pela papilomatose cutânea, o problema pode causar prejuízos incalculáveis aos diferentes criatórios, principalmente, no que diz respeito à diminuição da produtividade. Há ainda a desvalorização do couro do animal, desenvolvimento retardado, cegueira, depreciação do valor do bovino em função da dificuldade em comercializá-lo; problemas relacionados à fertilidade, principalmente quando o papiloma localiza-se no órgão reprodutor do animal fazendo com que este evite a cópula. A doença, ainda, pode provocar o surgimento de mastite e dificuldades na ordenha, quando a verruga encontra-se no úbere ou teto da vaca. As verrugas sofrem constantes sangramentos além de servirem de porta de entrada para infecções secundárias e em casos extremos esta enfermidade pode levar até a morte do animal. As feridas e os sangramentos dos papilomas atraem moscas e, conseqüentemente, há o desenvolvimento de miíases que traz mais prejuízos ao criador. Diante de todos esses problemas, se o bovino não responder bem ao tratamento, o produtor vê-se obrigado a descartar animais de alto valor zootécnico prematuramente.

EPIDEMIOLOGIA

Levantamentos epidemiológicos citam que, além do estado imune da população, outros fatores influenciam a ocorrência da Papilomatose, dentre eles o sistema de criação confinado. Muitas vezes os bezerros são contaminados pelo método utilizado para identificação dos animais, tais como tatuagem e marcadores de orelha.

TRANSMISSÃO

A transmissão da doença pode ser feita de animal - animal (direta) ou indireta, através das moscas, carrapatos, cercas, cochos de alimentação, cochos d’água, cordas, equipamentos utilizados para marcação (identificação), equipamentos de ordenha. Os animais acometidos são o próprio reservatório da doença.

A transmissão ocorre por contato direto com animais infectados ou de forma indireta através de secreções e/ou sangue proveniente das lesões.

Para que ocorra a transmissão, é necessário que haja alguma lesão na pele do animal a ser contaminado, seja ela causada por um pequeno trauma, por ectoparasitas, ou até mesmo, lesões decorrentes dos raios ultravioletas do sol. O período de incubação varia de dois a seis meses, dependendo do tipo de parpovavirus envolvido, da dose viral, da rota de contaminação e, logicamente, da imunidade do hospedeiro.

A disseminação do agente pode ser facilitada pela presença de ectoparasitoses (Stomoxys calcitrans, Aedes aegypt e Boophilus microplus), que lesionam a pele abrindo uma porta de entrada para o vírus. Outras formas de lesões ou irritações na pele permitem a ocorrência da infecção, tais como o uso de brinco, arranhões feitos por arame farpado, material de tatuagem, descorna e agulhas. Se existirem verrugas no teto do animal a própria ordenhadeira mecânica ou as mãos do ordenhador atuam como veiculadores deste agente. A doença pode acometer até 30% do rebanho e em casos extremos há relatos da presença de verrugas em até 75% dos bovinos de uma criação.

O papilomavírus ao penetrar na pele do animal infecta as células basais da epiderme, estimulando de forma expressiva a mitose das mesmas, resultando em acantose e hiperceratose. Ainda pode-se observar degeneração hidrópica com perda dos pontos intercelulares e vacuolização do citoplasma destas células. A derme acompanha o mesmo processo que ocorre no epitélio, tanto pelo estímulo viral quanto para nutrir e suportar mecanicamente a hiperplasia do tecido epitelial.

Os demais tipos de papilomas (de mucosa, de úbere e o engastado) não são tão freqüentes. Os bovinos ainda podem ser acometidos por mais de um tipo de papiloma ao mesmo tempo. A quantidade de verrugas presentes nos animais costuma variar de uma a mais de 200.

DIAGNÓSTICO

O aspecto da lesão já leva ao diagnóstico da doença. Nos casos onde é necessário a identificação do agente etiológico, deve-se fazer uma imunofluorescência direta.

O diagnóstico é feito normalmente pela observação visual associada ao aspecto epidemiológico e manejo ao qual o animal é submetido, no entanto o médico veterinário deve realizar diagnóstico diferencial com granulomas infecciosos (tuberculose, actinomicose, dermatose nodular), lesões crostosas da febre aftosa e dermatofilose. De uma maneira geral o prognóstico para papilomatose cutânea bovina é bom, exceto quando há evolução para carcinoma, perturbações na mastigação o que leva à perda de peso e atraso no desenvolvimento do animal, problemas relacionados à ordenha e as infecções secundárias também podem comprometer a produtividade e manutenção do animal.

DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO

A papilomatose pode ser definida como hiperplasia do epitélio de revestimento, com alongamento ou alargamento das cristas interpapilares que se estendem acima da mucosa de superfície

Para análise histopatológica retiraram-se fragmentos de papilomas através de incisão elíptica, com lâmina de bisturi. Coletaram-se tipos diferentes de papiloma em todos os animais. Os fragmentos obtidos foram fixados em solução formalina tamponada a 10% (v/v), montados em lâminas de vidro e submetidos à coloração pelo método da Hematoxilina e Eosina (HE) e examinados por microscopia óptica. Analisou-se o estudo estatístico por meio de estatística descritiva.

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