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Principais parasitas de interesse médico no Brasil

Relatório de pesquisa: Principais parasitas de interesse médico no Brasil. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  1/4/2014  •  Relatório de pesquisa  •  6.519 Palavras (27 Páginas)  •  1.744 Visualizações

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Parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações entre eles. Englobam os filos Protozoa (protozoários), do reino Protista e Nematoda (nematódes), annelida (anelídeos), Platyhelminthes (platelmintos) e Arthropoda (artrópodes), do reino Animal. Os protozoários são unicelulares, enquanto os nematódeos, anelídeos, platelmintos e artrópodes são organismos multicelulares. Temos também parasitismo em plantas (holoparasita e hemiparasita) como é o caso do cipó-chumbo. Temos parasitismo em fungos (micose) e em bactérias e até vírus. Como disciplina biológica, o campo da parasitologia não é determinado pelo organismo ou ambiente em questão, mas pelo seu modo de vida. Isto significa que forma uma síntese com outras disciplinas, e traz para si técnicas de campos com biologia celular, bioinformática, bioquímica, biologia molecular, imunologia, genética, evolução e ecologia.

A parasitologia médica também se preocupa com o estudo do vetor.

No Brasil, as principais parasitoses de interesse médico são:

Disenteria amebiana (também conhecida por disenteria amébica e amebíase) é uma forma de disenteria, ou seja, diarreia dos protozoários sarcodina ou rizópodes (protista). É uma ameba típica, com movimentos por extensão de pseudópodes e capacidade fagocítica, que evoluiu para viver como parasita humano, ao contrário da ameba Entamoeba díspar, muito semelhante, mas que raramente causa infecções sintomáticas.

A entamoeba tem duas formas, o trofozoíto activo e o cisto infeccioso quiescente.

A entamoeba alimenta-se de bolo alimentar, bactérias intestinais, líquidos intracelulares das células que destrói e por vezes também fagocita eritrócitos. Tem proteínas membranares capazes de formar poros nas membranas das células humanas, destruindo-as por choque osmótico, e adesinas que lhe permitem fixar-se às células da mucosa de modo a não ser arrastada pela diarréia. Além disso, produz enzimasproteases de cisteína, que degradam o meio extracelular humano, permitindo-lhe invadir outros órgãos e isso é perigoso.

Há muitas estirpes, a maioria praticamente inócua, mas algumas altamente virulentas, e a infecção geralmente não levam à imunidade.

Progressão e Sintomas

Os trofozoítos multiplicam-se se alimentando do bolo intestinal após as refeições e destruindo por lise devido à formação de poros membranares por proteínas especificas os enterócitos (células da mucosa intestinal). A maioria das infecções é controlada pelo sistema imunitário, não havendo geralmente sintomas, mas havendo excreção de cistos infecciosos nas fezes. No entanto se existir grande número de parasitas, ocorre extensa necrose crônica (destruição) da mucosa intestinal, com ruptura dos vasos sanguineos e destruição das célula caliciforme que armazenam muco. Além disso, o sistema imunitárioreage à sua presença com geração de focos disseminados de inflamação do intestino. O resultado é malabsorção da água e nutrientes dos alimentos (devida à destruição das vilosidades de enterócitos) com diarréia sanguinolenta e com muco. Outros sintomas frequentes são as dores intestinais, náuseas e vômitos. A formação de úlceras intestinais é comum, e as perdas de sangue podem levar à anemia por défice de ferro, particularmente em mulheres férteis (que já perdem sangue mensalmente na menstruação). A disenteria amébica pode ser recorrente, com períodos assintomáticos e outros sintomáticos, durante muitos anos. Por vezes ocorrem infecções bacterianas devido à fratura da mucosa do intestino. Esta infecção intestinal dura 12 dias. Se os parasitas se disseminarem para além do tracto, podem causar outros problemas. No fígado destroem hepatócitos até o sistema imunitário controlar a sua proliferação pela formação de um abscesso que por vezes cresce e pode levar a problemas hepáticos. Raramente podem formar-se abscessos no baço ou cérebro, complicações perigosas. Sintomas de invasão sistémica são a febre alta ondulante, tremores, suores, dores abdominais na zona do fígado(principalmente à direita junto ao rebordo costal), fadiga, hepatomegalia.

Prevenção

Não beber água de fontes desconhecidas, não comer saladas e outros vegetais crus ou frutas cruas com casca em zonas endémicas, lavar bem as mãos após usar o banheiro, mergulhar verduras por 15 minutos em uma solução de 0,3g de permanganato de potássio para 10 litros de água ou 3 gotas de iodo por litro de água, entre outros.

A leishmaniose é uma doença crônica, de manifestação cutânea ou visceral (pode-se falar de leishmanioses, no plural), causada por protozoários flagelados dogênero Leishmania, da família dos Trypanosomatidae. O calazar (leishmaniose visceral)1 e a úlcera de Bauru (leishmaniose tegumentar americana) são formas da doença.

É uma zoonose comum ao cão e ao homem. É transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotomíneos, que compreendem o gênero Lutzomyia (chamados de "mosquito palha" ou birigui) e Phlebotomus.

No Brasil existem atualmente 6 espécies de Leishmania responsáveis pela doença humana, e mais de 200 espécies de flebotomíneos implicados em sua transmissão. Trata-se de uma doença que acompanha o homem desde tempos remotos e que tem apresentado, nos últimos 20 anos, um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os Estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos. Estima-se que, entre 1985 e 2003, ocorreram 523.975 casos autóctones, a sua maior parte nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. Em Portugal existe principalmente aleishmaniose visceral e alguns casos (muito raros) de leishmaniose cutânea. Esta raridade é relativa, visto que na realidade o que ocorre é uma subnotificação dos casos de leishmaniose cutânea. Uma razão para esta subnotificação é o fato de a maioria dos casos de leishmaniose cutânea humana serem autolimitados, embora possam demorar até vários meses a resolverem-se.

As leishmania são transmitidas pelos insetos fêmeas dos gêneros Phlebotomus (Velho Mundo) ou Lutzomyia (Novo Mundo).

No início do século XX o médico paraense Gaspar Viana iniciou estudos sobre a leishmaniose, e a ele atribui-se a descoberta dos primeiros tratamentos para a doença. Essa doença também pode afetar o cão ou a raposa, que são considerados os reservatórios da doença, conforme referido pelo médico sanitarista Thomaz Corrêa Aragão, em 1954.

Progressão

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