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Questões políticas de saúde - SUS

Por:   •  27/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  7.110 Palavras (29 Páginas)  •  225 Visualizações

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  1. O que é modelo de atenção à saúde?

São formas de organização (rede) das relações entre os sujeitos da saúde (profissional e usuário) mediadas por tecnologias, cujo trabalho é intervir sobre problemas (danos e riscos) e necessidades sociais. Os modelos de atenção podem ser articulados em três dimensões: 1. Organizativa – organiza as relações entre as unidades de serviço, levando em conta os níveis de atenção

2. Gerencial – gerencia as ações e serviços de saúde; organizar e coordenar o processo de planejamento, programação, acompanhamento e avaliação das ações desenvolvidas pelas equipes, bem como o treinamento e a capacitação dos diversos membros que vão sendo integrados ao trabalho cotidiano.

3. Operativa – se refere às relações entre os sujeitos da saúde (profissionais e usuários); entende-se: promoção e prevenção da saúde, reabilitação e recuperação

  1. O que são modelos de atenção hegemônico? Explique cada um deles.

Modelo hospitalocêntrico –  Esse modelo segue a forma de organização do modelo de saúde na Europa do Século XVIII, centrado na observação, classificação e tratamento de doentes (clínica) sendo o médico a gente mais importante. O foco é no tratamento da doença. Esse modelo passou a se organizar de forma empresarial, ao incorporar cada vez mais tecnologias complexas ao seu atendimento, passando a adquirir formas de financiamento distintas, como planos de saúde e de seguridade social.  

Modelo Sanitarista – Baseado em ações organizadas do governo brasileiro, como foco no controle das doenças. Esse modelo assistencial, no Brasil, surge efetivamente durante e República velha, com Osvaldo Cruz, nas campanhas contra doenças que ameaçavam a economia do país, como varíola e febre amarela. Um grande marco desse modelo de atenção foi a criação do Sistema nacional de vigilância em Saúde, no qual se pretendia incluir notificação obrigatória de doenças transmissíveis pré-definidas, agravos inusitados, situações que colocassem em risco a saúde pública, etc. Na década de 90, surge a ANVISA que coordena ações entre os níveis de atenção com foco no modelo sanitarista.

  1. Quais são as práticas médicas conhecidas? Comente.

A medicina preventiva surge nos EUA, como uma reação da Associação local dos médicos em busca de mudanças no ensino médico, devendo este ter, agora, um foco integral de atenção à saúde do paciente, com avaliação da história natural da doença, permitindo compreender a dinâmica da doença e estabelecer níveis de prevenção de agravos: atenção primária, secundária e terciária.

A medicina comunitária também surge nos EUA no contexto de luta da população negra por direitos civis, inclusive saúde. Esse movimento segue a mesma lógica da medicina preventiva, no entanto, o foco não é na clínica, mas sim na lógica de entender o paciente como ser social, considerando, portanto, a comunidade como objeto de conhecimento e intervenção. Esse modelo utiliza a sociologia, antropologia para entender e atender às necessidades de cada comunidade. A medicina comunitária traz consigo a importância da participação comunitária como maneira de prevenção de doenças. Atenção Primária à Saúde tem como base a medicina comunitária.

A medicina familiar surge como uma tentativa de manter a cultura hospitalocêntrica do atendimento médico, com foco na doença. Essa medicina tenta resgatar a formação do médico generalista, numa época em que já havia uma superespecialização médica, ao ter como foco de atendimento toda a família. Portanto, essa medicina tem como foco as consultas ambulatoriais e hospitalares.

  1. Promoção da saúde

O relatório de Lalond (1974) foi um dos primeiros a trazer propostas que visavam a modificação do modo de intervenção do Estado nas necessidades da saúde, tendo como foco principal a promoção à saúde. Traz a proposta de “campo da saúde”, na qual os fatores causais do processo saúde-doença passam a diferir do modelo ecológico (agente, hospedeiro, ambiente), sendo agora composto pela biologia (envelhecimento, genética), ambiente (físico, social e psicológico), estilo de vida (risco da atividade de lazer, padrões de consumo, riscos ocupacionais) e sistema de serviços de saúde (preventivo, recuperação e curativo). Esse modelo de promoção tira o foco do médico e da doença, dando luz a ações sociais e políticas em torno de criação e manutenção de condições de vida saudável.

  1. Descreva as principais propostas de mudanças no modelo de atenção da saúde.

Distritos sanitários: Constituíram uma estratégia de reorganização dos serviços que adotava a perspectiva sistêmica, enfatizando a base territorial como critério fundamental para a definição da população coberta e do perfil de oferta dos serviços, levando-se em conta a articulação dos diversos níveis de complexidade e, principalmente, o perfil da demanda e a identificação das necessidades de saúde da população. Nesse sentido, contemplava a delimitação dos territórios, o geoprocessamento de informações, a identificação e descrição de problemas e o desenho de estratégias de intervenção sobre doenças, agravos ou determinantes das condições de saúde.

Oferta Organizada / Ações Programáticas de Saúde: Propõe a articulação dos estabelecimentos de saúde, de modo a organizar os serviços e ações previstas e que poderiam ser feitas em cada unidade, tendo em vista a racionalização da oferta e integralidade da atenção à saúde da população. Oferta Organizada. Da mesma forma, pode ser entendida como possibilidade de identificação das necessidades sociais de saúde e redefinição do perfil de oferta dos serviços, segundo grupos populacionais específicos.

Vigilância da Saúde: integralidade da atenção como imagem-objetivo a nortear arranjos tecnológicos entre práticas articuladas voltadas a controlar determinantes, riscos e agravos à saúde. O ponto de partida para o desenvolvimento de ações de VISAU é a delimitação de um território-população sobre o qual, profissionais de saúde e representantes da população organizada irão discutir e deliberar sobre os problemas de saúde e propor intervenções que incidam sobre seus determinantes e condicionantes. O processo de deliberação sobre os problemas e respectivas intervenções apoia-se em abordagens participativas de planejamento, em especial, aquelas baseadas no enfoque estratégico-situacional do planejamento em saúde. As intervenções propostas para enfrentar os problemas de saúde prioritários incluem desde ações de controle dos determinantes até a redução de danos já instalados e de possíveis seqüelas, mediante ações de reabilitação. A VISAU busca articular o “enfoque populacional” (promoção) com o “enfoque de risco” (prevenção) e o enfoque clínico (assistência) constituindo-se em um referencial para a reorganização de um conjunto de políticas e práticas que podem assumir configurações específicas de acordo com a situação de saúde da população, em cada país, estado ou município. A operacionalização dessa proposta ao envolver a população organizada, inclusive, contempla o uso de tecnologias de comunicação social para a mobilização e organização dos diversos grupos para a promoção e defesa das suas condições de vida e saúde, transcendendo, portanto, o sistema de saúde e expandindo-se a outros setores e órgãos de ação governamental e não governamental.  

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