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Radioatividade

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Por:   •  26/1/2013  •  2.058 Palavras (9 Páginas)  •  837 Visualizações

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Radiologia Industrial

A História da Radiologia Industrial

A introdução dos Ensaios não Destrutivos (END) na indústria

Wilhelm Conrad Roentgen fez a sua significativa descoberta dos Raios-X em uma sexta-feira, 8 de novembro de 1895, em seu laboratório na Universidade de Wurzburg, na Alemanha. Ampla matéria publicada na Evaluation, revista da ASNT, a associação americana de END, em 1995, diz ainda que no ano seguinte os jornais de todo o mundo publicaram notícias desses novos raios e sua habilidade de passar através da carne e outros materiais. As notícias foram motivadoras e causaram grande repercussão da tecnologia no meio médico, embora Roentgen e outros pesquisadores anteriores tenham mostrado imagens de “coisas” nos Raios-X, como espingarda e bússola. Isso aconteceu muito tempo antes do uso não-médico dos Raio-X tornar-se importante.

Radiografia tirada por Roentgen de seu rifle de caça. Observe que há um pequeno defeito no cano. Com essa foto, Roentgen antecipou o uso industrial dos raios-x como controle de qualidade de peças.

Documentos históricos mostram que o uso dos Raios-X na indústria iniciou-se na Primeira Guerra Mundial, relacionado os armamentos. Existem registros de inspeções realizadas na Alemanha na década de 1920. Apesar desses esforços iniciais, o uso dos Raios-X em END não se tornou importante comercialmente até o período da Segunda Guerra Mundial. Isso é verdadeiro, apesar de muitas investigações bem realizadas para demonstrar a sua utilização para o exame de materiais.

Nos EUA, técnicos em END citam o trabalho inicial de Horace Lester, no Arsenal Watertown, como o precursor do nosso uso atual dos Raios-X em END (Lester, 1922, 1923). O trabalho de Lester foi significativo porque demonstrou claramente que os Raios-X podiam ser usados para localizar falhas internas em fundidos, soldas e outras formas metálicas e que estas falhas poderiam conduzir a uma quebra prematura. As contribuições de Lester foram também importantes por causa da sua posição preeminente no campo metalúrgico (Wenk, 1969).

A História dos END no Brasil

Segundo o professor Paulo Gomes de Paula Leite, no artigo “A Origem dos END no Brasil”, publicado na Revista dos END, em 1989, os Ensaios Não Destrutivos foram introduzidos pela Marinha Brasileira na década de 1940, para construção naval, com a utilização dos Raios-X.

Duas décadas depois, em 1963, o jornal Diário do Comércio, publicado em São Paulo, destacava em meia página o trabalho realizado na área de END pela Metaltest Cia. Brasileira de Ensaios e Industrial, empresa fundada em abril de 1959 e que foi a primeira de END no país.

Raimar Schmidt, que iniciou na área de END em 1969, conta que na época o maior problema era a falta de conhecimento generalizado sobre os END, tanto por parte de gerentes quanto de compradores e, principalmente, dos usuários.

Na primeira metade da década de 70, o físico Oswaldo Rossi Jr., ex-presidente da ABENDE, hoje membro de seu conselho deliberativo e sócio-diretor da Inter-metro, fundou a segunda empresa de END no Brasil, a NDT – Sociedade Civil de Engenharia e Inspeções, atualmente NDT do Brasil. “A NDT iniciou na área de ultra-som e também, logo em seguida, começou a fazer inspeções radiográficas. Foi uma época muito interessante, com demanda elevada de serviços, motivada pelo início da boa expansão industrial”, comenta.

De acordo com Alcides Taveira, a implantação dos END no país deu-se por uma imposição da indústria, que tinha que buscar a melhoria da qualidade tanto física como técnica de seus produtos. “Com essa implantação toda a indústria brasileira cresceu em termos de qualidade.”

Renato dos Santos Pereira diz que a época foi muito promissora para os END. “Tínhamos que vencer as barreiras tecnológicas da construção de equipamentos para a indústria química, petroquímica, nuclear, ferroviária e siderúrgica, entre outras”. Nos anos de 1970 o Brasil teve que se enquadrar dentro do panorama tecnológico mundial, pois equipamentos de grande responsabilidade estavam sendo construídos pelas nossas indústrias para a implementação de novas refinarias, novas usinas hidroelétricas, novas usinas siderúrgicas, plataformas marítimas. Além disso, o programa nuclear Brasil-Alemanha estava sendo iniciado. Dessa maneira, começou-se a exigir no país requisitos de confiabilidade na execução dos Ensaios Não Destrutivos equivalentes aos que eram exigidos no exterior, pois isso passou a representar, no final, um aumento da segurança de operação desses equipamentos”,

No final da década de 1970, começo da de 1980, conta Waldir Algarte Fernandes, a PETROBRAS começava a contratar a construção das primeiras plataformas de produção de petróleo da Bacia de Campos e passou a exigir que os operadores de END fossem certificados. “A PETROBRAS, através do Serviço de Engenharia, criou um centro de certificação de processos e pessoal de Ensaios Não Destrutivos em São José dos Campos, o SL/SEQUI (Setor de Certificação, Qualificação e Inspeção dos Serviços de Logística de Engenharia). Para a certificação era exigido que o candidato tivesse um treinamento teórico e prático sobre aquele ensaio.” Ele diz que as empresas fornecedoras de produtos e serviços para a PETROBRAS não tinham que pagar nada pela qualificação dos seus inspetores de Ensaios Não Destrutivos. “Eu acredito que a criação do SEQUI, sob a direção firme de Wilson do Amaral Zaitune, foi um marco decisivo para a implementação dos Ensaios Não Destrutivos no Brasil. Não devemos nos esquecer de que os Ensaios Não Destrutivos foram decisivos e contribuíram para a auto-suficiência de petróleo no Brasil”, completa.

Surgimento da ABENDE

A existência da associação está intimamente ligada à história dos END no Brasil. Oswaldo Rossi Jr., um de seus fundadores, com mais de 25 anos de participação ativa, diz que nos idos de 1978 havia empresas nacionais e outras vindas do exterior e, com o crescimento dos trabalhos em END, surgiu a necessidade de aglutinação dos técnicos. “Em 1978 a PETROBRAS já estava em pleno desenvolvimento de seus planos de expansão e houve a necessidade de organizar e aglutinar o setor de END. Aí houve um fato muito interessante. A tentativa da ASNT de instalar-se no Brasil.

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