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Vírus da Imunodeficiência Humana

Seminário: Vírus da Imunodeficiência Humana. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/10/2013  •  Seminário  •  3.727 Palavras (15 Páginas)  •  295 Visualizações

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A transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ocorre através da relação sexual – contato homo, hetero ou bissexual –, pela exposição parenteral ou de mucosas a sangue, hemoderivados ou instrumentos perfurocortantes contaminados pelo HIV; e através da transmissão vertical (TV) da mãe para o filho durante a gestação, parto ou

amamentação.1 A transmissão vertical tornou-se, no decorrer dos anos, a principal via de infecção do HIV em crianças.2 A primeira ocorrência de transmissão vertical registrada no Brasil se deu em 1985, no estado de São Paulo, onde foram diagnosticados

dois pacientes, que representavam 0,4% do total de casos do período. No ano de 2006, foi responsável por 85,2% dos casos em menores de 13 anos de idade, e em2007, por 91,4% do total de casos. Em outra pesquisa realizada em 2003, o grupo de pesquisadores do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HSE) mostrou taxa de transmissão vertical de 3,75% em 297 gestantes HIV-positivas.3 Em 2007, o mesmo grupo atualizou os dados de sua coorte, encontrando uma taxa global

de TV de 2,8% em um total de 642 grávidas, no período de 1996 a 2004. Fato interessante observou-se na análise por períodos de tempo, apontando o declínio na taxa de TV de 3,52% para 1,56% no período de 1996-1998 a 2002-2004,

demonstrando que o Brasil pode obter resultados tão bons como os países desenvolvidos. Anualmente três milhões de mulheres dão à luz no Brasil. Estudos realizados em 2004 com parturientes de 15 a 49 anos de idade, de todo o país, a taxa

de prevalência de mulheres soropositivas no momento do parto é de 0,42%, o que corresponde a cerca de 12.644 mil parturientes infectadas.4

O Estudo Sentinela-Parturiente, conduzido pelo então Programa Nacional de DST e AIDS (atual Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais) em 2004, que estimou a

prevalência da infecção pelo HIV nessa população em 0,41%, revelou que a realização de pré-natal alcançou 96% entre as participantes, porém a execução e o conhecimento do resultado do teste anti-HIV alcançou apenas 62,5%. Em 2006, realizouse

novo estudo, com base, porém, em dados secundários, em que se observou não ter havido modificação da estimativa de prevalência, assim como da frequência de realização do prénatal (96%).3 Estas mulheres soropositivas, ao descobrirem que serão

mães, procuram serviços de saúde onde irão receber assistência para que a gravidez ocorra de forma saudável, com o mínimo de risco tanto para ela como para seu filho, e principalmente onde possam ser bem acolhidas e tratadas com atenção

individual. Destaca-se a necessidade de considerar a condição peculiar do atendimento que deve ser oferecido a este grupo de mulheres. Cabe destacar que a adequada aplicação das ações de prevenção é prejudicada pela dificuldade de acesso e baixa qualidade da assistência pré-natal, falta de informação tanto da equipe de saúde quanto da população sobre o avanço da epidemia na população feminina, falta de informação sobre a disponibilidade de intervenções eficazes na redução desse tipo

de transmissão; disponibilidade insuficiente de exames na rede; e as dificuldades para obter os resultados após a solicitação do teste.4,5

Neste contexto assistencial a equipe de enfermagem tem grande importância no cuidado direto às puérperas. A enfermeira é a responsável por orientar a equipe de enfermagem

para que esta desempenhe com êxito tais cuidados. No alojamento conjunto, as puérperas possuem necessidades diferenciadas nem sempre compreendidas pela equipe de enfermagem, que por sua vez não está preparada para prestar

assistência de forma que essas mulheres possam se sentir acolhidas e tratadas de forma adequada. Trabalhar com estas puérperas se torna difícil não somente por tudo que envolve esta condição, ou seja, viver com HIV/AIDS, mas principalmente por elas encontrarem dificuldades que englobam questões emocionais, sociais e éticas. Com isso, podemos perceber que cada mulher que se encontra nesta situação deve ser tratada

de forma integral e individualizada para que suas expectativas e necessidades possam ser atendidas adequadamente. Logo, o fato de haver mulheres soropositivas no alojamento conjunto das maternidades nas diversas regiões do país é uma realidade. Diante desta constatação ficou evidente a necessidade da qualificação da equipe de enfermagem para atuar junto a esta clientela, desempenhando de forma

satisfatória os cuidados de enfermagem. Nesse cenário emergiram as seguintes questões que nortearam este estudo: Qual a visão que a equipe de enfermagem tem sobre o cuidado à puérpera soropositiva no alojamento conjunto? Como a equipe

de enfermagem faz a abordagem da puérpera portadora de HIV no alojamento conjunto?

Dado o exposto, e buscando responder a tais questões, desenvolveu-se o estudo em tela, cujo objetivo foi verificar a visão que a equipe de enfermagem tem sobre o cuidado no

alojamento conjunto da puérpera soropositiva e a implementação das ações de prevenção da transmissão vertical do HIV, e analisar como a equipe de enfermagem faz a abordagem da puérpera soropositivo no alojamento conjunto.

O presente estudo tratou-se de uma pesquisa qualitativa exploratória descritiva. O cenário foi uma maternidade no município de Nova Iguaçu, que é referência na Baixada

Fluminense no atendimento a gestante de alto risco e soropositivas para o HIV. A participação dos profissionais foi voluntária, cumprindo a resolução 196/96 do CNS. O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital

Geral de Nova Iguaçu nº016/2008. A técnica para a coleta de dados foi uma entrevista

semiestr uturada, constituída por dois momentos: 51 Puerpério e HIV: visão da equipe enfermagem Esc Anna Nery (impr.)2012 jan-mar; 16 (1):49- 56 Araújo CLF, Signes AF, Zampier VSB primeiramente, buscaram-se dados que viabilizaram a caracterização das entrevistadas, e, no segundo momento, os entrevistados tinham a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto, sem respostas ou condições prefixadas pelas pesquisadoras. Os sujeitos do estudo foram 11 profissionais da equipe de enfermagem que atuam no setor de alojamento conjunto: duas enfermeiras, oito técnicos de enfermagem e um auxiliar de enfermagem. As entrevistas foram realizadas

pelas pesquisadoras após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), gravadas em meio magnético e posteriormente armazenadas em Compact Disc CD; serão guardadas por cinco anos. Depois de realizadas, as entrevistas foram transcritas, utilizando critérios

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