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A Vitamina D nos Ciclos de Vida Humana

Por:   •  14/11/2015  •  Monografia  •  12.229 Palavras (49 Páginas)  •  410 Visualizações

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  1. VITAMINAS

        A palavra vitamina deriva de “vital amine”, do latim “vita”(vida) e do termo químico amines. As aminas são compostos derivados do grupo NH3 (amônia) por meio da substituição de um, dois ou três hidrogênios por grupos alquila ou arila que são radicais orgânicos alifáticos e aromáticos.  As aminas aparecem nos seres vivos principalmente na forma de aminoácidos, um dos mais importantes grupos de moléculas para a vida. Os aminoácidos possuem o grupo amino e um grupo carboxila ligados à cadeia. São a partir deles que as proteínas são formadas. Além disso, elas estão presentes em diversos produtos e substâncias utilizadas no cotidiano dos seres vivos (MARTINS e SILVA, 2007 on line; VALÉRIO et al, 2015 on line)..

        De acordo com Braga, (2010 on line), o termo “vitamina” foi usado pela primeira vez em 1912 pelo bioquímico Casimir Funk para descrever alguns compostos alimentares essenciais à saúde, tais compostos seriam as aminas.

        Vitaminas são compostos orgânicos ou nutrientes essenciais utilizados em pequenas doses pelo metabolismo celular. Quase sempre atuam como coenzimas de importantes sistemas enzimáticos do metabolismo. Um determinado composto químico orgânico é denominado vitamina quando o organismo não consegue sintetizá-lo dessa forma, tal composto deve ser obtido através da dieta (MARIEB e HOEHN, 2009).

        A maior parte das vitaminas é obtida através da alimentação. No entanto, algumas são obtidas de outras formas; por exemplo, a flora intestinal é capaz de sintetizar a vitamina K e biotina, enquanto que a vitamina D é sintetizada pela pele através da radiação ultravioleta da luz do sol (GANONG, 2006).

        As vitaminas são classificadas em dois grupos, de acordo com a solubilidade: vitaminas hidrossolúveis: quando solúveis em água, como as vitaminas C e do Complexo B. Essas vitaminas não se acumulam no organismo e precisam de ingestão diária para reposição contínua. As vitaminas lipossolúveis são aquelas que são solúveis em lipídios, sendo acumuladas e absorvidas em conjunto com as gorduras. São exemplos de vitaminas lipossolúveis: A, D, E, e K. (TORTORA e GRABOWSKI, 2008).

1.1 A história da vitamina D

        Inicialmente, a vitamina D foi identificada pelos cientistas como uma vitamina, isto é, uma substância essencial que o corpo não produz, podendo somente ser obtida através da dieta, no entanto, a vitamina D pode ser produzida no organismo, quando a pele é exposta à luz solar (BRAGA, 2010 on line).

         De acordo com Valério et al. (2015 on line), os estudos sobre a vitamina D se fortaleceram com o aumento dos casos de raquitismo em toda a Europa, fato que ocorreu após a revolução industrial, onde as famílias deixaram de trabalhar no campo, se mudaram para as cidades e passaram a trabalhar em fábricas. Através do século XIX, apareceram somente alguns relatórios observacionais sobre a cura do raquitismo, geralmente associando a exposição solar à cura do raquitismo. Mais tarde um pesquisador da França relatou curas de raquitismo com o uso de óleo de fígado de bacalhau.

        Entre os anos de 1880 e 1900, alguns pesquisadores desenvolveram o conceito de “substâncias diferentes das proteínas e sais” e que também são essenciais para a manutenção da saúde, esta descoberta recebeu o Premio Nobel da Fisiologia e Medicina em 1929. Em 1922, ao isolarem a vitamina A, descobriu se que certos alimentos podem conter mais do que uma substância essencial, pois, ao aquecer o óleo de fígado de bacalhau observou que ele não curava mais a cegueira noturna, mas ainda era eficaz no tratamento do raquitismo, assim, em 1922, esta nova substância foi denominada de vitamina D (MARTINS e SILVA, 2007 on line).

        No início dos anos 1920, duas equipas de investigadores realizaram uma série de experiências sobre o efeito da luz ultravioleta nos alimentos administrados a ratos. Nos alimentos irradiados, era produzida uma substância que parecia atuar no raquitismo da mesma forma que a vitamina D presente no óleo de fígado de bacalhau. Em 1924, foi patenteado o processo de irradiação dos alimentos usando luz ultravioleta (DE OLIVEIRA et al., 2014 on line).

        Posteriormente, vários estudos confirmaram que a vitamina D contém moléculas de esterol sendo encontrada na fração das gorduras de origem animal e vegetal. Tais pesquisas descobriram que o colesterol purificado (esterol animal) e o fitoesterol (esterol vegetal) possuíam propriedades antiraquíticas pela irradiação ultravioleta (NORMAN 2012).

        Em 1928, Adolf Windaus, um químico orgânico alemão, isolou três formas de vitamina D: duas derivadas dos esteróis de plantas irradiadas, que chamou D1 e D2, e uma derivada da pele irradiada, que chamou D3. Em 1931, foi definida a origem química da D2, a forma da vitamina D encontrada na comida irradiada, atualmente chamada ergocalciferol, que era derivada da molécula de ergosterol. Em 1936, foi sintetizada a molécula 7-diidrocolesterol e converteu-a por radiação em vitamina D3, atualmente chamada de colecalciferol. Tal descoberta tornou possível sintetizar a vitamina D em grandes quantidades. Tal pesquisa sobre a constituição dos esteróis e a sua ligação às vitaminas, Adolf Windaus ganhou o Prêmio Nobel da Química em 1928 (NORMAN 2012; BRAGA, 2014 on line).

        Em 1968, foi isolado um metabólito ativo da vitamina D, identificando-o como 25-hidroxivitamina D, que é produzido no fígado. Nos anos 70, os investigadores descobriram a relação da vitamina D com o sistema endócrino e a regulação do cálcio. Foi identificada a estrutura molecular da forma ativa final da vitamina D, a 1,25-dihidroxivitamina D3, que depois reclassificada como um hormônio que controla o metabolismo do cálcio. Esta reclassificação surgiu devido à evidência de que é produzida no rim e que a sua secreção é seguida da sua captação por núcleos celulares do intestino, onde regula o metabolismo do cálcio (MENEZES FILHO, SETIAN e DAMIANI, 2008 on line).

        Em 1975, foi descoberto um receptor proteico que liga o metabolito ativo da vitamina D ao núcleo das células do intestino. Nos anos 70, vários pesquisadores encontraram o hormônio vitamina D no núcleo de células que não fazem parte do sistema de regulação do cálcio, incluindo o cérebro, os linfócitos, a pele e tecidos malignos (VALÉRIO et al., 2015 on line).

        Estudos mais recentes apontam que a vitamina D possui diversas ações biológicas que vão além da homeostase óssea, tais como a inibição do crescimento celular, a indução da diferenciação celular, a imuno modulação e o controle de outros sistemas hormonais, estando a deficiência de vitamina D associada a câncer, doenças autoimunes, hipertensão e diabetes (BARRAL, BARROS e ARAÚJO, 2007 on line; LICHTENSTEIN et al., 2013 on line; WAYHS, 2011 on line).

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