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A Saúde Bucal

Por:   •  24/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.612 Palavras (7 Páginas)  •  347 Visualizações

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Saúde bucal

A saliva é um fluido aquoso, transparente, que é secretado pelas glândulas salivares. A composição da saliva é bastante diferenciada e secretada por mecanismos independentes (íons e proteínas). Os principais íons presentes na saliva são cálcio, fosfato, bicarbonato, fluoreto, sódio e potássio, mas sua composição também apresenta glicoproteínas, enzimas digestivas, glicose, ureia, micro-organismos, mucos da cavidade nasal e da faringe entre outros. A produção diária média de saliva é de 500 mL a cada 24h, cabe ressaltar, que o fluxo salivar varia consideravelmente nesse período, dependendo da demanda (estimulação) ou do estado psicológico do indivíduo.

Entre as funções da saliva, pode-se destacar sua capacidade de limpeza das substâncias cariogênicas da boca, diluição, neutralização e tamponamento dos ácidos orgânicos formados por micro-organismos, proteção e manutenção do pH bucal e também tem a capacidade de reduzir as taxas de desmineralização e melhorar a remineralização da superfície do dente.

Sendo assim, já se pode imaginar a importância de um fluxo salivar adequado e também do que alterações na composição da saliva podem causar para a saúde bucal.

Um grave problema causado pela alteração do fluxo salivar é a xerostomia de longa duração. A xerostomia ocorre quando há diminuição significativa do fluxo salivar, comumente conhecida como boca seca, que pode ser resultado de certas doenças (Aids, hepatite C, Síndrome de Sjogren, diabetes melito, entre outras) ou pode ser um efeito secundário de alguns tratamentos ou utilização de medicamentos (drogas, quimioterapia, radiação, entre outros).

Devido à importância deste grave problema se faz necessário conhecermos de forma mais detalhada os maiores causadores deste mal.

Utilização de drogas: a xerostomia é o efeito colateral mais comum relacionado com drogas e já foi relacionada com o uso de mais de 500 medicamentos, sendo mais comum nos pacientes em tratamentos de doenças mentais ou hipertensão.

Quimioterapia: dentre os pacientes que recebem o tratamento quimioterápico, a xerostomia é um dos sintomas mais perturbadores causando grande desconforto bucal. O grau de xerostomia nesses pacientes tem relação com a quantidade de drogas utilizadas. Os medicamentos utilizados para o tratamento do câncer podem tornar a saliva mais espessa, causando assim a sensação de boca seca.

Radiação: o tecido das glândulas salivares é bastante sensível aos danos causados pela radiação. Neste caso, da mesma forma que na quimioterapia, o grau de xerostomia vai depender da intensidade da exposição do tecido glandular a radiação e também da quantidade de glândulas afetadas. Já nas primeiras doses de radiação o fluxo salivar diminui consideravelmente chegando até a cessar nas glândulas atingidas, no entanto, as glândulas não irradiadas se adaptam e causando uma hipertrofia compensatória que com o tempo aliviará a sensação de boca seca.

Síndrome de Sjogren: é uma doença autoimune, crônica, multissistêmica, caracterizada pela inflamação das glândulas exócrinas, causando sintomas de secura na boca e nos olhos, os quais podem ser severos e debilitantes. Em alguns casos essa síndrome é acompanhada de artrite reumatoide ou lúpus.

A xerostomia apresenta sintomas bastante desagradáveis, diminuindo assim consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes. Embora estudos estejam sendo realizados para se encontrar uma solução para este problema, o manejo da xerostomia ainda vem sendo realizado de forma a evitar o agravamento da condição e ao uso de técnicas paliativas que melhorem a qualidade de vida destes pacientes. Dentre os tratamentos medicamentosos existentes para a xerostomia, o uso da pilocarpina tem apresentado bons resultados. A pilocarpina aumenta a secreção glandular exócrina em geral o que pode causar alguns efeitos colaterais indesejados como sudorese, cefaleia, náusea, calafrios, aumento da frequência urinária, palpitações, entre outros. No entanto, apesar destes efeitos serem frequentes e desagradáveis raramente comprometem a confiança dos pacientes na terapia.

Outro grave problema que causa alteração na saliva são as doenças periodontais. Estas são infecções de origem microbiana que além de destruir os tecidos periodontais, formam cálculos e a consequente perda dos dentes. Por se tratar de uma infecção produzem alterações significativas no ambiente bucal, como o aumento ou diminuição dos micro-organismos comumente presentes na saliva.

Na literatura se encontra vários estudos que avaliam como as doenças periodontais afetam a saliva. Dente estes, SCHÜTZEMBERGER e colaboradores (2007) avaliaram como as doenças periodontais podem alterar a concentração de ureia, proteínas totais, pH, capacidade de tamponamento, cálcio e fluxo salivar na saliva de indivíduos afetados pela doença.

Para este estudo, os autores avaliaram 40 indivíduos, entre estes, 20 indivíduos apresentavam doença periodontal e 20 foram utilizados como grupo controle para se avaliar as diferenças presentes na característica da saliva entre os pacientes doentes e sadios. Foi observado que a saliva dos portadores da doença apresentava quantidade de ureia e cálcio significativamente mais elevada que o grupo controle, no entanto, a taxa de proteínas totais na saliva diminuiu, sugerindo que a microbiota bucal foi alterada. Os valores de pH salivar obtidos para o grupo portador da doença foi ligeiramente maior que os encontrados para os indivíduos do grupo teste. Os autores também concluíram que o fluxo salivar e a capacidade de tamponamento não apresentaram diferenças significativas, tendo sido considerado normal em ambos os grupos.

Por apresentar diferentes substâncias orgânicas e inorgânicas, a saliva possui outra importante função que é proteger a cavidade oral e o tubo digestivo de agressões químicas e físicas mantendo assim a integridade da mucosa.

A doença do refluxo gastroesofágico é considerada a doença gastrointestinal mais prevalente da atualidade. Muitos pesquisadores indicam que há uma associação entre a doença do refluxo gastroesofágico e a laringite crônica, também chamada de refluxo laringofaríngeo. Essas doenças são causadas pela combinação entre o contato de fatores irritantes refluídos com a mucosa e uma deficiência nos mecanismos de proteção desta mucosa. Os mecanismos de proteção das mucosas gástrica e esofágica responsáveis por suportar as agressões físicas e químicas diárias são mediados pela saliva. Sendo assim, é importante avaliar quais alterações o refluxo

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