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A efetividade do tratamento com a máscara de protração facial: uma meta-análise

Por:   •  29/4/2015  •  Artigo  •  5.473 Palavras (22 Páginas)  •  465 Visualizações

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A efetividade do tratamento com a máscara de protração facial: uma meta-análise

The effectiveness of protraction face mask therapy: a meta-analysis

Am J Orthod Dentofac Orthop 1999, v.115, p 675-85.

Jeong-Hwan Kim, Marlos A.G.Viana., Tom M.Gabber, Frank F.Omerza, Ellen A. BeGole.

Tradução: Cibelle Santos

Correção: Omar Gabriel da Silva FIlho

O presente estudo avaliou a efetividade da protração maxilar com aparelhos ortopédicos em pacientes Classe III. Foi realizada uma meta-análise da literatura relevante para determinar se existe um consenso em relação aos temas controversos tais como a época de tratamento e o uso de aparelhos intrabucais coadjuvantes . Uma revisão inicial identificou 440 artigos relacionados à má oclusão classe III. Entre esses artigos, 11 estudos em inglês e 3 estudos em língua estrangeira se enquadravam nos critérios de seleção previamente estabelecidos. Os dados destes estudos selecionados foram agrupados por idade e tipos de aparelhos para a meta-análise. O tamanho das amostras era comparável entre os grupos. A síntese estatística das mudanças antes e depois do tratamento em pontos de referência cefalométricos selecionados não mostrou nenhuma diferença entre o grupo com expansão palatina e o grupo sem expansão, exceto para uma variável, a angulação do incisivo superior, a qual foi maior no grupo sem expansão. Estes resultados sugerem que é produzido mais efeito esquelético e menos efeito dentário no grupo com aparelho expansor. A avaliação dos efeitos da idade revela maiores mudanças decorrentes do tratamento no grupo mais jovem. Os resultados indicam que a terapia com máscara facial e protração é efetiva em pacientes que estão em crescimento, mas num menor grau em pacientes com mais de 10 anos de idade, e que a protração em combinação com um período inicial de expansão pode promover efeitos esqueléticos mais significantes. Os valores médios e os desvios-padrão correspondentes para os estudos selecionados podem também ser usados como estimativa média dos efeitos esperados pelo tratamento com o uso da máscara facial de protração.

O tratamento da má oclusão classe III representa um desafio, devido principalmente à natureza imprevisível e potencialmente desfavorável do crescimento em pacientes com este padrão esquelético. A abordagem tradicional de tratamento para pacientes jovens com má oclusão classe III tem sido direcionado a modificação de crescimento. Esta estratégia com freqüência obriga os ortodontistas a recorrer à compensação dentária. Se esta abordagem falha em atingir resultados satisfatórios, resta ao clínico apenas uma chance para um bom tratamento: correção com cirurgia ortognática. Esta opção, porém exige descompensação e reversão do tratamento prévio. Por outro lado, alguns clínicos podem tentar manter a oclusão como está, adiando o tratamento definitivo até o crescimento ter cessado. Os pacientes podem então ser tratados com uma combinação das condutas ortodôntica e cirúrgica. Historicamente, as observações clínicas tem levado à afirmação de que a relação classe III esquelética resulta principalmente do crescimento excessivo da mandíbula. Mais recentemente, porém, vários autores 1,2 têm reportado a retrusão maxilar como um componente importante das características de classe III. Consequentemente, com a menor habilidade em influenciar o crescimento mandibular e a maior maleabilidade do crescimento maxilar, as modalidades de tratamentoque influenciam as discrepâncias esqueléticas com má oclusão classe III suaves e moderadas tem mudado para um paradigma de protração maxilar.

Devido à literatura abundante e conclusiva, o efeito ortopédico produzido pelas forças direcionadas posteriormente na maxila nas más oclusões classe II tem sido largamente usado e bem recebido entre os clínicos. Por outro lado, apesar da maioria dos estudos relevantes sustentar que a época de tratamento é significante para a terapia, a efetividade do tratamento ortopédico maxilar na correção da classe III tem recebido muito menos atenção e permanece equivocada. A revisão de literatura revela poucos estudos em longo prazo que lidam com os efeitos do tratamento produzidos pela protração ortopédica extrabucal. Além disso, a maioria dos estudos tem sido conduzida fora dos Estados Unidos. Também deve ser notado que os artigos freqüentemente citados na literatura são relatos de caso clínico, empíricos em sua maioria e baseados num número limitado de pacientes, apesar de alguns relatos experimentais prospectivos serem disponíveis. Além disso, a falta de estudos com acompanhamento em longo prazo põe em dúvida a estabilidade do tratamento com protração maxilar. Portanto, o fundamento para o protocolo de tratamento com a máscara facial baseia-se em impressão clínica empírica e não em evidência científica. Isto está fundamentado no fato de que não há consenso entre os clínicos em relação a como e quando tratar nem sobre quão efetivo e estável são os resultados do tratamento.

Tabela 1: Descrição dos estudos selecionados

É notado na literatura médica que os clínicos frequentemente repetem os experimentos dos mesmos protocolos de tratamento em pacientes similares para estabelecer um modelo de atendimento, mas conclusões definitivas a partir de qualquer uma tentativa são raras, especialmente quando os estudos são baseados em amostras com tamanhos inadequados. 3,4. A meta-análise consiste num método de equiparar e eventualmente comparar os resultados de vários estudos independentes sobre um tópico específico. È uma técnica que permite análise e comparação de dados de pesquisas de fontes distintas. 5-8. Portanto, para determinar se a literatura concede suporte para um consenso em relação à eficácia da terapia com a máscara de protração facial, foi realizada uma meta-análise da literatura relevante .

Os objetivos principais do presente estudo foram avaliar a eficácia da protração maxilar com aparelhos ortopédicos em pacientes Classe III e comparar e contrastar a variação da melhora em relação às várias modalidades de tratamento com a intenção de avaliar a relevância dos elementos chaves propostos para a terapia com protração. Devido ao número de pacientes em cada estudo individual ser relativamente pequeno, a meta-análise foi usada para ampliar o tamanho da amostra e prover suporte estatístico forte para tirar

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