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Bioquímica da Cárie Dental

Por:   •  4/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.799 Palavras (8 Páginas)  •  1.713 Visualizações

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Bioquímica do tártaro

Assim que é feita a escovação se forma sobre a superfície do dente a chamada película adiquirida, a qual é formada por água, proteínas, glicoproteínas, lipídeos e minerais. Sobre essa película se depositam restos alimentares, bactérias, produtos de atividade microbiana, glicoproteínas, várias espécies de MOs, formando a chamada placa bacteriana ou biofilme, que consiste em uma camada espessa formada sobre a película adiquirida. O tártaro se forma com a precipitação de sais causando seu endurecimento. Os principais lugares de formação, são nos espaços interdentários e sub gengivais, sendo assim:

Tártaro extragengival:  é exposto acima da margem gengival, normalmente não tao mineralizado, sendo mais mole e friável, de cor mais esbranquiçada ou amarelada.

Tártaro subgengival: se forma abaixo da margem gengival, normalmente enegrecido, por ser bastante mineralizado, sendo muito duro e resistente.

O tártaro se não removido pode invadir o sulco gengival. Sabe-se que nessa massa mineralizada tem- se bactérias, as quais agridem a mucosa gengival, gerando um processo inflamatório, conhecido como gengivite. Esta caracteriza-se por vermelhidão, inchaço, sangramentos. Pois se não tratada, o tártaro continua ganhando espaço e causando a retração da gengiva, formando as bolsas periodontais, onde são formados ambientes propícios para as bactérias se desenvolverem, devido aos restos alimentares, restos de células. Com isso os MOs vão em direção aos ligamentos periodontais, causando a sua destruição irreversível (Periodontite), porém, se não tratada a periodontite se agrava para uma maior destruição e reabsorção de osso alveolar, assim movimentos dentários podem ocorrer.

Fatores para a formação de tártaro

Salivares: Na saliva se encontram: glicoproteínas, anidrase carbônica, carbonato, fostato, cálcio, magnésio, CO2. As glicoproteínas são a matriz orgânica pra formação de tártaro, é nela se se depositam os minerais e a anidrase carbônica é importante para a formação do carbonato.

Bacterianos: Os MOs produzem enzimas responsáveis pela formação de tártaro, são elas:

- Fosfatases ácidas; responsáveis pela formação de H+ e fosfatos, da seguinte forma: hidrólise de fosfolipídeos, gerando ortofosfato de cálcio, onde é dissociado em fosfato.

- Fosfatases alcalinas: Importantes na precipitação dos sais, na mineralização da placa bacterina.

OBS: Só se depositam sais se o PH estiver alcalino.

- Proteases: São produzidas pelos MOs. Essas enzimas hidrolisam as proteínas gerando aminoácidos, estes por sua vez sofrem várias reações gerando produtos tóxicos, dentre eles a amônia, a qual além de irritar o periodonto, alteram o PH do meio favorecendo a formação do tártaro.

Dentários: Superfícies mais ásperas e rugosas favorecem a formação, higiene e restaurações

Paradentários: resíduos celulares, PH, e saúde do periodonto.

Se o periodonto estiver saudável, a formação de tártaro será dificultada, e se houver muito CO2 na saliva também não se forma tártaro, pelo fato de causar um ambiente ácido.

BIOQÍMICA DA CÁRIE DENTAL

Cárie dependendo do estágio é a desmineralização irreversível do dente provocada pelo frequente desequilíbrio entre remineralização e desmineralização durante um período de tempo, produzida pela ação dos ácidos provenientes da metabolização dos carboidratos na placa bacteriana.

Causa direta da cárie é aquele fator essencial para a formação da cárie, ou seja, cárie é um fenômeno de superfície, e nele sempre terá a ação de bactérias. A cárie possui propagação lenta, pelo fato de normalmente se iniciar no esmalte, o qual possui uma dureza grande, onde o indivíduo não apresenta dor. Porém, se não tratada pode atingir a dentina, sendo assim já é apresentado dor, pois lá se encontram túbulos dentinários que se conectam a polpa, e a propagação da cárie em dentina é mais rápida devido á menor quantidade de minerais, sendo assim se atingir a polpa ela percorre pelos condutos radiculares chegando ao ápice radicular, onde pode acontecer uma reação periapical( reação inflamatória decorrente da necrose pulpar e contaminação bacteriana dos canais radiculares, podendo formar o abcesso.

Fatores locais: são fatores essenciais para a formação da cárie, representam a causa direta da cárie e são mais importantes que os fatores gerais.

Fatores gerais: são aqueles que apresentam papel coadjuvante, ou seja, secundário na formação da cárie.

Obs: se tiver somente fatores gerais não forma a cárie.

Fatores locais: Dente- microorganismo- glicídeos, são fatores importantes para a formação da cárie. Kegse afirma que que os MOs tem que interagir com carboidratos na superfície do dente, onde são produzidos ácidos que começam a desmineralizar o dente iniciando assim a cárie.

Existem trocas iônicas entre a saliva e o esmalte dental, onde depende da situação do PH do meio bucal. Sendo assim:

Se o PH estiver ácido, abaixo de 5,5 os esmalte doa cálcio e fosfato para a saliva, este processo se chama desmineralização, acontece simplesmente após uma alimentação.

Se o PH estiver acima de 5,5 próximo do neutro, a saliva doa cálcio e fosfato para o esmalte, processo chamado de remineralização.

Porém se o PH persistir ácido, ocorrerá uma grande desmineralização, portanto inicia-se o processo carioso.

[pic 1]

As bactérias criogênicas são ácidofílicas, ou seja, produzem ácidos. O estreptococos mutans é a bactéria principal para a formação de cárie, pois produz o ácido lático (ácido forte com grande poder de desmineralização) através da sacarose. Como para a formação de cárie tem que ter carboidratos, a sacarose é metabolizada, pois é o açúcar mais cariogênico, sendo que, a partir da sacarose o Mutans consegue sintetizar um polissacarídeo chamado mutano e o ácido lático. As funções do mutano são: adesão da bactéria na superfície do dente e reserva energética.

A teoria mais aceita para a etiologia da cárie dentária é a teoria acidogênica: Muller e fosdick, sendo;

As bactérias acidogênicas produzem ácidos, através da fermentação dos carboidratos, e esses ácidos atacam as matérias. Após este processo vem as bactérias proteolíticas hidrolisando as proteínas da matriz proteica do dente, gerando aminoácidos e produtos microbianos. Ou seja:

Após o ácido lático ser formado, ele ataca a hidroxiapatita (principal mineral do dente, resistente e insolúvel), transformando-a em ortofosfato de cálcio que é um mineral insolúvel, porém na presença de ácidos esse ortofosfato de cálcio se transforma em ortofosfato monoácido de cálcio, sendo este na forma solúvel, portanto ocorre ai uma desmineralização, onde esse mineral solúvel vai para a saliva. Com a lesão formada na estrutura do dente pela desmineralização, as bactérias proteolíticas entram nessa lesão e vão atacar a matriz proteica. Ao sofrer ação das enzimas proteases, geram aminoácidos que também sofrem ação de mais enzimas, passando por diversas reações gerando vários ácidos que fazem a desmineralização ocorrer intensamente.

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