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Pré Tratamento Ortodontico

Por:   •  21/5/2015  •  Artigo  •  5.593 Palavras (23 Páginas)  •  228 Visualizações

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PRÉ-TRATAMENTO ORTODÔNTICO AO TRANSPLANTE AUTÓGENO DE CANINOS SUPERIORES IMPACTADOS NO PALATO: RELATOS CLÍNICOS SOBRE UMA NOVA ABORDAGEM.

LENA BERGLUND*, JÜRI KUROL* AND SVEN KVINT**

DEPARTMENTS OF *ORTHODONTICS AND **ORAL SURGERY, INSTITUTE FOR POSTGRADUATE DENTAL EDUCATION, JÖNKÖPING, SWEDEN

(European Journal of Orthodontics,18:449-456,1996.)

Tradução :        Carlos Alberto Aiello

Omar Gabriel da Silva Filho

SUMÁRIO

Caninos superiores em posição ectópica, podem tornar o tratamento ortodôntico difícil ou impossível. O transplante autógeno deve ser considerado, porém a remoção do canino geralmente é difícil e uma vez que a remoção não traumática do dente a ser transplantado é essencial, o transplante torna-se  impossível. Uma nova possibilidade é o pré-tratamento ortodôntico com tracionamento  distal e vertical do canino superior impactado, para movimentá-lo à uma posição favorável facilitando sua remoção cirúrgica e o transplante. Oito caninos foram expostos cirurgicamente e movimentados previamente ao transplante.

Dos 21  caninos superiores transplantados 20 foram bem sucedidos, entre eles, todos os 8 casos pré-tratados. A técnica ortodôntica e cirúrgica é descrita e ilustrada em dois casos apresentados.

INTRODUÇÃO

A impacção do canino superior tem sido relatada em 0.8% a 2.4% da população européia adulta ( Andreasen, 1987), sendo que as impacções palatinas ocorrem 2 a 3 vezes mais do que as impacções vestibulares.

A exposição cirúrgica de caninos impactados seguida de traçiona-mento ortodôntico tem sido amplamente defendida ( von der Heydt, 1975; Andreasen, 1971 ). Uma outra possibilidade de tratamento consiste no transplante dos caninos superiores,  descrito pela primeira vez por Widman em 1915. Durante os últimos 25 anos, alguns autores têm citado variados índices de sucesso de caninos superiores transplantados ( Moss, 1975; Oksala e Kallioniemi, 1977; Azaz et al., 1978; Gardiner, 1979; Hardy, 1982; Ahlberg et al., 1983; Rud, 1985; Schultz e Halle, 1989; Lownie et al., 1986; Andreasen, 1992; Shatz et al., 1992 ). Algumas vezes os resultados negativos se devem ao conceito do tratamento endodôntico, que realizado fora da cavidade bucal durante o ato operatório, expõe o dente à um longo período extrabucal ocasionando trauma ao ligamento periodontal. O tratamento endodôntico tardio e realizado somente após os sinais radiográficos de lesões periapicais, também prejudicam o índice de sucesso. Inicialmente a contenção era  rígida e mantida por um período de 6 a 10 semanas. Recentemente, estudos longitudinais mostraram que a utilização de fixação não rígida por um período curto de 1 a 2 semanas e com o tratamento endodôntico sendo iniciado dentro de 4 semanas após o transplante nos casos com ápices fechados, o índice de sucesso dos caninos transplantados não difere dos pré-molares e excedem os 90% ( Oksala, 1974; Gardiner, 1979; Kristerson and Kvint, 1981, 1982; Hardy, 1982; Chambers et al., 1988; Forssel and Oksala 1986, 1988; Sagne and Thilander, 1990; Andreasen, et al., 1990b, c; Shatz and Joho, 1992, 1993).      

De vital importância é que o dente seja removido sem dano ao periodonto ( Andreasen, 1992 ). Entretanto, a posição horizontal dos caninos impactados no palato com a coroa próximo ao ápice dos incisivos, algumas vezes tornam  sua remoção não traumática impossível. Para tal situação, um pré-tratamento ortodôntico poderia movimentá-lo à uma posição mais favorável e facilitar sua remoção cirúrgica e o transplante.

OBJETIVOS

Este artigo descreve e avalia um método para o pré-tratamento ortodôntico de caninos superiores impactados no palato em posição ectópica, onde  uma remoção cirúrgica sem traumas é considerada difícil ou impossível.

 

MATERIAIS :

De 1984 a 1993, um total de 21 caninos superiores de 19 pacientes    ( 7 mulheres e 12 homens ) foram transplantados no departamento de Cirurgia Oral, Institute for Postgraduate Dental Education, Jönköping, Sweden, por um cirurgião. A idade dos 19 pacientes variou entre 10 e 55 anos, com  idade média de 19,5 anos. Dos 19 pacientes, 16 tinham mais do que 20 anos.  

Dos 21 caninos impactados, 15 encontravam-se no palato, 3 encontravam-se localizados vestibularmente e os três casos restantes encontravam-se no rebordo alveolar. Em oito casos ( sete indivíduos ),os caninos impactados no palato foram considerados desfavoráveis para o transplante devido a posição que ocupavam. Após a exposição cirúrgica eles foram movimentados ortodônticamente em direção distal, verticalizados e transplantados. Neste  grupo pré tratado a idade variou de 14 a 20 anos, com idade média de 16,9 anos. O tempo médio de pré tratamento foi de 7 meses e meio ( variando de 6 a  10 meses ).

Dos 21 caninos, 13 necessitavam de abertura de espaço, entre eles todos os casos do grupo pré tratado. O tempo de tratamento para a abertura de espaço variou de 4 a 19 meses, estando a média acima dos 9 meses. Em dois casos o espaço foi obtido pela extração de pré-molares. O tratamento ortodôntico corretivo após o transplante, foi realizado em três casos. Este tratamento iniciou 6 meses, 2 anos e 5 anos após o transplante. Seis pacientes receberam aparelhos de contenção. Um gráfico do tratamento dos 21 caninos transplantados é mostrado na figura 1.

MÉTODOS :

Plano de tratamento no grupo pré-tratado

Além do exame clínico e radiográfico,  incluiu-se a tomografia computadorizada ( CT ) para o planejamento ortodôntico. Se o tratamento ortodôntico convencional, nos casos com caninos impactados em posição ectópica não é possível e o canino  considerado importante para a oclusão, o transplante deve ser considerado. Juntamente com um cirurgião é decidido se o canino pode ser transplantado sem traumas ou não.

Aparelho ortodôntico

Se o canino está numa posição difícil ou arriscada para uma remoção cirúrgica não traumática, o pré-tratamento ortodôntico inicia-se com a colocação de uma barra transpalatina soldada às bandas dos primeiros molares permanentes superiores. O canino é exposto cirúrgicamente. Um botão é colado e uma corrente de elastic cinza ou um fio de aço inoxidável é estendido através da mucosa palatina para sua tração. Deste modo, a corrente de elastic é presa na barra transpalatina a partir do canino, para movê-lo de sua posicão angulada, geralmente pelo tracionamento distal. Nos casos que necessitam de abertura de espaço para o canino superior permanente, esse tratamento inicia-se cerca de um mês após com aparelho fixo, no momento em que a coroa do canino foi distânciada do íntimo contato com os incisivos, evitando dessa forma o risco de reabsorção radicular. Quando o espaço é obtido e  o canino apresenta uma posição favorável para uma remoção sem traumas, o transplante é executado.  

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