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A Saúde em Quilombos

Por:   •  25/12/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.770 Palavras (8 Páginas)  •  690 Visualizações

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Universidade de Brasília

Campus de Ceilândia

Danilo Fernandes, Luís Henrique, Thiago Couto

Saúde em Quilombos

Brasília

2016

Introdução

A partir artigo Condições sanitárias e de saúde em Caiana dos Crioulos, uma comunidade Quilombola do Estado da Paraíba (Novaes,2007 v. 16, n.2, p.111-124) o grupo aborda a temática de saúde em quilombolas baseados em, além do artigo, outras pesquisas, notícias e entrevista.

Para uma melhor abordagem do assunto o trabalho está divido em quatro pontos: Domicílios e condições sanitárias; Escolarização e frequência à escola; Nível de conhecimento de agravos e doenças prevalentes na população negra e Étnico-Racial. 

Domicílios e condições sanitárias

Grande parte das casas em quilombos, incluindo Caiana dos Crioulos, são feitas em taipa. O grande problema desse tipo de estrutura é que facilita a proliferações de insetos, principalmente o barbeiro e, devido a isso, atualmente existem projetos que visam diminuir a incidência da doença de chagas ao trocar as casas de taipa por casas de alvenaria.

Apesar de o acesso à energia elétrica ter chegado em uma grande parte das casas a água encanada é um grande problema. Em Caiana dos Crioulos, por exemplo, nenhuma casa tem água encanada, eles a acessam através de barragens, poços, cisternas, cacimbas e nascentes.

Além da questão da encanação outro grande problema é o tratamento da água, onde apenas 1,56% dos moradores de Caiana dos Crioulos fazem filtração e 82,81% usam da cloração e os outros domicílios não utilizam qualquer tratamento.

Também há um problema no destino dos dejetos, que em sua maioria tem destino fossas secas, e a falta do serviço de coleta de resíduos sólidos domiciliares que tem como destino, na maioria das vezes, as proximidades de casa.

Várias casas estão distantes umas das outras, causando uma ausência de ruas, e praticam uma agricultura de subsistência. O grande problema nesse caso é que a população cresce, porém não o espaço, já que muitos quilombos estão cercados por propriedades privadas, geralmente agrícolas e algumas cidades.

Assim a demanda cresce, mas não há alimento para todos e, atualmente, estimula-se que 55,6% dos adultos e 41,1% das crianças quilombolas vivem com fome. Para auxiliar esses povos o governo dispõe de programas sócias, como o bolsa família, que auxilia cerca de 61% das famílias quilombolas, além dos 30% das famílias recebiam auxílios de diversas entidades.

Com toda essa dificuldade e exposição, eles dispõem, em Caiana dos Crioulos, de apenas um posto de saúde que funciona de forma precária, com poucos funcionários e em horários bem limitados, fazendo com que eles precisem se deslocar até o hospital no município próximo.

Todo esse cenário faz com que jovens migrem dos seus quilombos em busca de uma melhor condição de vida  

Escolarização e frequência à escola.

Na escola local foi analisado o número de indivíduos matriculados na escola de 0 a 18 anos que revelam um quadro preocupante.  No total de 223 crianças e jovens do sexo masculino e feminino apenas 80 frequenta a escola, o restante que são 152 estavam fora de aula. Em ambos sexos, foi observado que entre as crianças é notável a ausência destas no ensino pré-escolar, no período em que geralmente se cursa a primeira fase do ensino médio o número de meninas em sala de aula é inferior em relação a de meninos. Os jovens se encontram totalmente ausente da escola no período do ensino médio. Em Caiana esses jovens de acordo com a ficha do SIAB não são estudante e sim agricultores. Logo é evidente que este quadro é de manutenção da pobreza e comprometimento das futuras gerações. O programa saberes da terra tem intuito de formar professores para um currículo integrado, vinculando a pratica social dos estudantes no campo para melhoria das condições de vida e promovendo a retomada aos estudos. Com isso surgem questões voltadas à identidade, cultura e etnia, em alguns momentos, mexeu com a história das suas origens, culturas e identidades, levando-os a se reconhecerem como descendentes de quilombos. Para essa identificação retoma-se a memória da Comunidade Quilombola.

Nível de conhecimento de agravos e doenças prevalentes na população negra.

A hipertensão arterial acomete tanto homens e mulheres, e estudos mostram desconhecimento a respeito de riscos como sobrepeso, obesidade, diabetes, pobreza, baixa escolaridade e histórico familiar, idade, dieta rica em sal que são fatores para o surgimento da hipertensão. A população pesquisada cita o sal como surgimento e controle da doença, o que mostra o baixo nível de conhecimento a respeitos dos fatores de riscos. Existe a prevalência da hipertensão arterial em pessoas negras comparadas as brancas determinado pela existência de um alelo que são suscetíveis a doença e a pigmentação de pele de acordo com Klag e Murray respectivamente.  Quanto mais escura a pele for mais existe a presença desses alelos. As causas dessas doenças não devem ser apenas vistas do ponto de vista racial, e sim de um contexto geral levando em consideração outros fatores como fatores ambientais, socioeconômicas, gênero e psicossociais. Os genes não são autônomos, fazem parte de um sistema que é ajustado por fatores externos desde exposições a discriminação racial a desigualdade social. Doença falciforme também é uma doença desconhecida dentre essa população, além de ignorada pelos profissionais em geral da saúde e a população. Na comunidade apenas crianças foram afetadas. As mães das crianças relatam descaso e desprezo dos serviços médicos. A falta de conhecimento sobre a doença falciforme, o modo de transmissão e cura novamente deixa a comunidade em Caiana leiga diante patologias. A doença está ligada a hemoglobina S, que não é um marcador genético especifico de raça da negra e sim fruto e miscigenações que teria um vínculo com a etnia pois predomina em afro-descentes. O programa de Anemia Falciforme do Ministério da Saúde pretende promover ações educativas a fim de conscientizar a população sobre a doença com intuito de ajudar os doentes. A doença falciforme e a hipertensão arterial têm sido registradas com frequência nos dados coletados junto às comunidades quilombolas. A ausência de água tratada e a falta de condições sanitárias ideais, tem provocado o relato substancial de surtos de diarreia e doenças dermatológicas entre as populações remanescentes de quilombos. A grande problemática está em oferecer saúde de qualidade combinada com a manutenção das crenças e tradições destes grupos. Muitos povos quilombolas, ainda utilizam práticas alternativas e do uso de plantas consideradas por eles como medicinais.

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