TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Anatomia do sistema porta renal e suas implicações no emprego de agentes anestésicos na contenção de avestruzes (Struthio camelus)

Pesquisas Acadêmicas: Anatomia do sistema porta renal e suas implicações no emprego de agentes anestésicos na contenção de avestruzes (Struthio camelus). Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  17/11/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  4.225 Palavras (17 Páginas)  •  619 Visualizações

Página 1 de 17

Anatomia do sistema porta renal e suas implicações no emprego de agentes anestésicos na contenção de avestruzes (Struthio camelus)

Anatomy of the renal portal system and its implications for the use of anesthetic agents in the restraint of ostriches (Struthio camelus)

Haley Silva de CarvalhoI; Rodrigo CibotoII; Camila Grinaboldi BaiteloIII; Ricardo Augusto DiasIV; Silvia Renata Gaido CortopassiI, 1

IDepartamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), Universidade de São Paulo (USP). Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87, Cidade Universitária, 05508-900, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: silcorto@usp.br

IIAutônomo, Osasco, SP, Brasil

IIIAutônoma, Espírito Santo do Pinhal, SP, Brasil

IVDepartamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, FMVZ, USP, São Paulo, SP, Brasil

RESUMO

Objetivou-se com este estudo caracterizar a anatomia do sistema porta renal e verificar sua influência sobre o protocolo anestésico xilazina, tiletamina e zolazepam na contenção de avestruzes, por comparação da administração dos fármacos nos músculos da perna ou da asa. Em cinco animais foi injetado látex nas veias femorais no sentido de drenagem e, posteriormente, as aves foram fixadas em formol a 10%, por 72 horas. Em uma ave, procedeu-se à localização, colheita e fixação das valvas portais renais em formol a 10%. O sistema porta renal apresentou-se constituído por duas veias portais renais craniais, duas veias portais renais caudais e seis valvas portais renais. Na contenção química, seis avestruzes foram pré-tratados com xilazina (1mg kg-1) e, decorridos 10 minutos, receberam tiletamina/zolazepam (6mg kg-1). Os animais foram manipulados em duas ocasiões diferentes, sendo que na primeira anestesia o protocolo foi administrado nos músculos da base das asas (GI) e, após 15 dias, os mesmos animais receberam o protocolo nos músculos das pernas (GII). Os períodos de latência, hábil e de recuperação não foram diferentes entre os grupos (P>0,05). A freqüência cardíaca permaneceu abaixo dos valores basais durante a anestesia (P<0,05) nos dois grupos. A temperatura cloacal aumentou nos grupos, principalmente no GII, levando ao incremento da freqüência respiratória para facilitar a perda de calor. Como a contenção química foi adequada para a realização de procedimentos de curta duração a campo nos avestruzes dos dois grupos, não foi possível evidenciar a influência do sistema porta renal.

Palavras-chave: anatomia, sistema porta renal, anestesia, avestruzes.

ABSTRACT

This study was aimed at characterizing the anatomy of the renal portal system, and determining its influence on the anesthetic protocol xylazine, tiletamine and zolazepam, in the restraint of ostriches, compared with the administration of drugs into the leg or wing muscles. Latex was injected into the femoral veins of five animals, for drainage purposes, and the birds were then fixed in 10% formaldehyde, for 72 hours. In one bird, the renal portal valves were located, collected and fixed in 10% formaldehyde. The renal portal system consisted of two cranial renal portal veins, two caudal renal portal veins, and six renal portal valves. In the chemical restraint, six ostriches were anesthetized with xylazine (1mg kg-1) and after 10 minutes, tiletamine/zolazepam (6mg kg-1). The animals were handled on two different occasions: in the first anesthesia, the protocol was administered into the muscles at the base of the wings (GI) and after 15 days, the same animals received the protocol in the leg muscles (GII). The periods for the onset and duration of the anesthesia, and recovery, showed no difference between the groups (P>0.05). The heart rate remained below the basal values during the anesthesia (P<0.05), in both groups. The cloacal temperature increased in both groups, particularly in GII, leading to an increased respiratory rate to facilitate heat loss. Since the chemical restraint was adapted for procedures of short duration in the field in the ostriches of both groups, it was not possible to demonstrate the influence of the renal portal system.

Key words: anatomy, renal portal system, anesthesia, ostriches.

INTRODUÇÃO

Em 2004, o rebanho nacional de avestruzes era de 170.000 animais e, em 2005, o número aumentou para 335.425, representando uma taxa de crescimento de 97% (MUNIZ, 2006). Este avanço na estrutiocultura brasileira requer do profissional médico veterinário maiores conhecimentos nesta área, mas a escassez de literatura ainda é um agravante para a solução dos problemas na criação, fato este relacionado ao rápido desenvolvimento dessa cultura em um curto período de tempo. Na rotina dos criatórios, são realizados diversos procedimentos para a manutenção da sanidade das aves, assim o uso de agentes anestésicos injetáveis possibilita a imobilização e manipulação dos animais, diminuindo a ocorrência de estresse e o risco de acidentes. Entretanto, ainda há poucos relatos de protocolos anestésicos para a contenção desta espécie e particularidades que possam interferir na administração dos fármacos.

Um aspecto da morfologia das aves muito discutido, porém com grandes divergências de sua importância, é a presença do sistema porta renal. As aves domésticas apresentam este sistema, constituído pelas veias portais renais craniais e caudais, que conduzem sangue para a divisão cranial e para as divisões média e caudal dos rins, respectivamente (KING, 1986). Na veia ilíaca comum, formada pela confluência das veias ilíaca externa e porta renal caudal, encontra-se, medialmente, na sua primeira porção, a valva porta renal (BAUMEL, 1986). Esta valva pode estar aberta ou fechada e este mecanismo parece depender, respectivamente, da atividade das fibras adrenérgicas ou colinérgicas presentes na mesma (AKESTER & MANN, 1969; BENNETT & MALMFORS, 1975; BURROWS et al., 1983). Portanto, quando a valva fecha uma maior parte do fluxo sanguíneo venoso dos membros pélvicos, este pode ser direcionado para o parênquima renal

...

Baixar como (para membros premium)  txt (27.3 Kb)  
Continuar por mais 16 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com