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CLOROSE VARIEGADA DOS CITROS

Por:   •  1/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.754 Palavras (8 Páginas)  •  466 Visualizações

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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AGRONEGÓCIO

CLOROSE VARIEGADA DOS CITROS

3º SEMESTRE DE 2014

  1. INTRODUÇÃO

          Há 27 anos presente no Brasil, a clorose variegada dos Citros (CVC) é um dos mais relevantes problemas fitossanitários da citricultura brasileira. Esta doença já foi observada nas principais variedades de laranja doce e em algumas tangerinas e seus hídricos.

         Desde o primeiro relato da doença muito se fez para identificar e caracterizar a causa do problema. Assim, três anos após sua constatação, associou-se a expressão dos sintomas de CVC a presença constante de Xylella fastidiosa no xilema das plantas atacadas; e em seguida comprovou-se a patogenicidade da bactéria e as cigarrinhas como vetores do patógeno. Os trabalhos nessas áreas culminaram com o primeiro sequenciamento completo de uma bactéria fitopatogenica no mundo.

  1. HISTÓRICO

          A praga do "amarelinho", também conhecida como Clorose Variegada dos Citros (CVC), foi identificada pela primeira vez em 1987, em São Paulo e Minas Gerais pela pesquisadora Victoria Rossetti que, juntamente com outros pesquisadores do Instituto Biológico e colaboradores franceses, confirmou a bactéria Xylella fastidiosa como o agente causador da doença.

         É a Dra. Victoria quem nos conta: "A clorose variegada dos citros é hoje a mais severa doença dos citros na citricultura brasileira. Em 1987, fomos chamados para observar plantas anormais de citros O que vimos foram muitas plantas em decadência, com problemas nutricionais e de queda de folhas. Como o vetor do "greening", Diaphorina citri, está presente por todo o Brasil,sempre ficamos alarmados diante da ameaça desta doença. Por esta razão, começamos a enviar periodicamente material coletado em todas as regiões do país para o INRA (Institute National de Recherches Agronomiques, em Bordeaux, na França, onde a Dra. Monique Garnier e o Dr. J. Bové são especialistas mundiais também em "greening"). Enviamos material também para os laboratórios de Lake Alfred, na Flórida.

         No final de dezembro de 1989, um telefonema da França nos informou que não se tratava absolutamente de " greening", mas que uma quantidade enorme de bactérias havia sido encontrada no xilema das plantas doentes. Uma grande quantidade de microfotos foi enviada pela Dra. Monique Garnier, segundo a qual a bactéria era muito semelhante à Xylella fastidiosa. Em 4 de janeiro de 1990, estes resultados foram apresentados ao grupo de trabalho em CVC, durante uma reunião científica. Foi a primeira vez que bactérias semelhantes à Xylella fastidiosa foram encontradas em plantas doentes de citros. O nome apropriado foi dado à doença e foi aceito pelo grupo."

  1. VETOR PATOGÊNICO

      O vetor da CVC são as cigarrinhas, insetos sugadores, que se podem alimentar em vários tecidos vegetais, principalmente no sistema vascular do citrus. As cigarrinhas que transmitem a bactéria Xylella fastidiosa é da subfamília Cicadellinae,no qual elas se alimentam da seiva que passa no xilema das plantas e se a árvore estiver doente, a cigarrinha adquire a bactéria e a transmite às sadias.Mas estudos comprovaram que é necessário o vetor ficar uma hora e meia se alimentando das plantas doentes para ser contaminado.

      As cigarrinhas podem transmitir a bactéria em todas as fases de desenvolvimento e por toda o ciclo de vida, a partir do momento que adquirem a Xylella fastidiosa,pois esta possui suas colônias restritas á parte anterior do tudo digestivo das cigarrinhas.Mas a mais importante é a adulta.

      Sabe-se que ate o momento são 12 espécies que transmitem o agente causador da CVC ou amarelinho.Mas tem como principais pragas as cigarinhas Dilobopterus costalimai,Oncometopia facialis e a Acrogonia citrina.

  1. SINTOMAS DO CVC

      A doença inicia-se, de modo geral, pelas bordas de um talhão – especialmente se for vizinho de pomares, mas velhos ou matas – e as plantas doentes mostram padrão aleatório. A disseminação da bactéria não é influenciada pela passagem da maquinário nem pelo vento  predominante,sendo dependente do padrão de voo das cigarrinhas vetoras.

       Os sintomas da CVC fita nos ramos, em folhas e nos frutos. Os mais característicos são observados em folhas maduras e podem ser características como manchas cloroticas esparsas, de formato irregular, localizadas, majoritariamente, próximo as bordas foliares. Há também o desenvolvimento de bolsas de goma na face inferior da folha que, ao se romperem, produzem manchas de coloração bege. É comum a ocorrência de subdesenvolvimento, assim como desfolha e morte de ramos ponteiros. Os sintomas foliares demoram a aparecer. Estima-se que entre a transmissão pelo vetor e ao aparecimento dos primeiros sintomas decorram pelo menos 12 meses, sendo mais evidentes em plantas de ate sete anos de idade.

       Os ramos afetados têm, comumente, entrenós encurtados, resultando em aspecto “envassourado”. Alem do qual as gemas dos ramos afetados tendem a brotar com maior frequência.

     Os sintomas nos frutos surgem após o aparecimento dos sintomas foliares e apenas nos ramos afetados. Frutos doentes apresentam deficiência de potássio, tornando-se pequenos e endurecidos, características que chegam a causar danos as maquinas de moagem das fabricas de sucos concentrados. Inicialmente pode-se encontrar-se apenas um ou poucos ramos atacados na parte superior da planta, mas, com o passar do tempo, toda arvore pode mostrar os sintomas típicos da anomalia. Essa distribuição setorizada e o lento progresso dos sintomas são reflexos da colonização da arvore pela bactéria.

  1. CONTROLE FITOSSANITÁRIO

        Os danos econômicos da CVC certamente seriam maiores, não fossem as medidas conjuntas de controle adotadas pelos produtores, que envolvem o plantio de mudas sadias, a poda de ramos sintomáticos, a erradicação de plantas com sintomas generalizados e o controle químico dos vetores. É importante ressaltar que nenhuma dessas medidas,se adotada isoladamente,é capaz de reduzir de maneira significativa a incidência da doença,porque cada uma atua em um fase do cultivo,e de maneira especifica.Dessa forma,o plantio de mudas sadias colabora para diminuir a dispersão da doença a longas distancias,ao mesmo tempo que limita a infecção precoce.A poda ou eliminação  de plantas com sintomas severos diminui a quantidade de fontes de inoculo,onde as cigarrinhas vetores adquirem a bactéria.Por fim,o controle dos vetores atua diretamente na redução da taxa de progresso da doença.

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