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DOENÇAS BACTERIANAS EM CITROS, SOJA E FEIJÃO

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Por:   •  5/6/2014  •  3.021 Palavras (13 Páginas)  •  477 Visualizações

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INTRODUÇÃO

De origem asiática, as plantas cítricas foram introduzidas no Brasil pelas primeiras expedições colonizadoras, provavelmente na Bahia. Entretanto aqui, com melhores condições para vegetar e produzir do que nas próprias regiões de origem, as citrinas se expandiram para todo o país. A citricultura brasileira, que detém a liderança mundial, têm se destacado pela promoção do crescimento sócio-econômico, contribuindo com a balança comercial nacional e principalmente, como geradora direta e indireta de empregos na área rural.

O estado de Minas Gerais ocupa o quarto lugar no cenário nacional entre os maiores Estados produtores de citros do país e, pelo seu tamanho e variedade agroclimática, possibilita uma citricultura diversificada e, de certo modo, regionalizada, com a produção de ótimas frutas frescas.

2 DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS EM CITROS

2.1Cancro cítrico

Cancro cítrico é uma doença causada pela bactéria Xhantomonas axonopodis pv. citri que provoca lesões nas folhas, frutos e ramos e, consequentemente queda de folhas frutos e de produção.

Os sintomas nas folhas iniciam pelo surgimento de manchas amarelas, pequenas que aos poucos crescem transformam-se em lesões corticosas, salientes, localizadas, na mesma região da folha, nos dois lados. Com o envelhecimento da lesão aparece um bem delineado halo amarelo em sua volta. Nos ramos as lesões são crostas salientes de cor parda, semelhantes à das folhas, porem agrupadas, recobrindo extensas áreas. Nos frutos os sintomas são inicialmente superficiais, com lesões necróticas salientes que provocam o rompimento da casca, possibilitando a entrada de outros microorganismos que irão acelerar a podridão.

A prevenção é a melhor arma contra o cancro cítrico e deve ser feita já na implantação ou renovação do pomar, com mudas sadias, e plantio de quebra ventos. Os cuidados devem ser redobrados durante a colheita. Essa época é a mais favorável para a disseminação da doença por causa do intenso trânsito de pessoas e materiais dentro da propriedade.

O cancro cítrico causa lesões locais em folhas, frutos e ramos, as quais são levemente salientes, corticosas, da cor de palha ou pardacentas. Nas folhas, as lesões são salientes e correspondentes nas duas faces, circundadas por um halo amarelo que desaparece, quando as lesões ficam mais velhas. Nos frutos, elas podem atingir de 2 a 10mm. Os frutos atacados geralmente caem antes de atingir a maturação final. Nos frutos verdes, observa-se o anel claro que rodeia as lesões, o qual desaparece com o seu amadurecimento. As lesões podem-se juntar tomando grandes áreas e provocar o rompimento da casca, o que torna os frutos imprestáveis para o comércio. Nos ramos, as lesões podem-se unir formando crostas, que provocam a morte deles quando atingem grandes áreas. Ataques severos da doença podem provocar desfolha com conseqüente depauperamento de plantas, e queda prematura de frutos. Alguns sintomas causados por outros patógenos podem ser confundidos com os sintomas do cancro cítrico, sendo importante uma diferenciação segura desses sintomas.

A bactéria pode sobreviver na madeira, plástico, metal e tecido. As medidas preventivas devem começar com uma rigorosa inspeção dos pomares. A muda deve ser adquirida de viveiros conduzidos em telados com proteção contra insetos; o controle da larva minadora deve ser feito de modo eficiente sempre que no talhão, 50% das plantas apresentem brotações novas; as escadas e sacolas e caixas devem ser devem ser desinfestadas. A disseminação a curtas distancias se dá, principalmente, por chuvas e ventos, mas o principal agente disseminador é o próprio homem, por meio do transito indiscriminado de pessoas pelos pomares, materiais de colheita e de veículos. A longas distancias, a disseminação ocorre por meio de material de propagação doente.

2.2 Amarelinho ou clorose variegada dos citros – CVC

Desde a sua constatação em 1987, a clorose variegada dos citros - CVC ou amarelinho, passou a ser a doença mais importante da cultura dos citros, causando um prejuízo anual de 100 milhões de dólares.

A doença é mais severa em plantas jovens, que passam a produzir frutos pequenos, duros, com acidez excessiva e pouco suco, imprestáveis para a comercialização. Caracteriza-se pela presença de manchas cloróticas nas folhas, que evoluem para uma clorose variegada. Inicialmente, os sintomas manifestam-se em um ramo da planta, mas posteriormente toda a planta é afetada. As plantas produzem frutos pequenos e endurecidos, e tornam-se praticamente improdutivas.

São afetadas plantas de laranja doce das cultivares Natal, Pêra, Hamlin, Seleta e Valência enxertadas sobre limão ‘Cravo’, tangerina ‘Cleópatra’ e limão ‘Volkameriano’. Aparentemente, plantas de lima ácida Tahiti e tangerinas não apresentam sintomas

O agente causal é a bactéria, Xilella fastidiosa, que vive no lenho da planta. A planta afetada apresenta nas regiões mediana e superior da copa uma clorose foliar semelhante a deficiência de zinco, porém quando as folhas amadurecem, surgem pequenas pontuações de cor marrom claro na sua face inferior em correspondência as áreas amareladas da face superior. Com a continuação estas lesões tornam-se necróticas, de coloração marrom escuro e ligeiramente salientes.

A doença causa redução no tamanho dos frutos que se tornam endurecidos e amadurecidos precocemente. O desenvolvimento anormal dos frutos favorece a incidência de rachaduras na casca, queimaduras de sol tornando-os imprestáveis para a comercialização.

Esta doença afeta todas as variedades de laranja doce, Pera, Natal, Hamlin, Bahia, Baianinha, Valencia, Folha Murcha, Barão, independente do porta-enxerto utilizado. Não tem sido visualizados sintomas em tangerineira Poncam Mexerica, em limões verdadeiros, tangor Murcotte e lima ácida Galego que apesar de assintomáticas podem ter a bactéria em seus tecidos.

A disseminação da doença se dá por meio de insetos como as cigarrinhas específicas da planta cítrica. A dispersão da bactéria para médias e longas distâncias de um foco inicial é feita através da comercialização de mudas contaminadas.

Como medidas de controle recomenda-se: plantio de mudas sadias adquiridas em viveiros registrados, evitando a comercialização de mudas provenientes de regiões contaminadas; manter o pomar

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