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A Terceira Revolução Industrial

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Por:   •  4/4/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.181 Palavras (5 Páginas)  •  210 Visualizações

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A Terceira Revolução Industrial

Para o economista Jeremy Rifkin, o telefone e o petróleo abriram caminho para a Segunda Revolução Industrial. Agora, as energias limpas e as redes inteligentes estão preparando a próxima grande onda

Roberta Paduan e Daniel Barros, de

 

 Getty Images

Painéis de energia solar

Rio de Janeiro - O economista americano Jeremy Rifkin é um dos pensadores mais influentes da atualidade. Professor da escola de negócios Wharton, da Universidade da Pensilvânia, Rifkin é conselheiro da União Europeia e interlocutor frequente da chanceler alemã Angela Merkel.

Há alguns anos, Rifkin se propôs a demonstrar que era viável colocar as diversas fontes de energia renovável no centro da matriz energética mundial. O assunto evoluiu e foi transformado em livro, A Terceira Revolução Industrial, que chega às livrarias brasileiras neste mês.

No livro, Rifkin prega que todos os prédios — residenciais ou comerciais — podem ser transformados em pequenas usinas de energia. “Se o Brasil adotar esse modelo, pode ser a Arábia Saudita das energias renováveis e um dos líderes do século 21”, diz Rifkin.

EXAME - O que o senhor chama de Terceira Revolução Industrial?

Jeremy Rifkin - Quando estudamos história, vemos que as grandes revoluções econômicas acontecem quando há convergência de transformações nas áreas de comunicações e de geração de energia. No século 19, saímos da prensa manual para a máquina a vapor e pudemos fazer impressões em massa a preços baixos.

Isso possibilitou a criação de escolas na Europa e nas Américas e a educação da força de trabalho, o que conduziu à Primeira Revolução Industrial. O telefone, o rádio, a TV e o petróleo abriram caminho para uma sociedade de consumo de massa, a Segunda Revolução Industrial.

Movida pelos veículos automotores, essa fase agora está chegando ao fim. Teremos de encontrar outras fontes de energia, porque alcançamos o pico mundial da produção de petróleo.

Toda vez que o preço do barril chegar a níveis como o de julho de 2008, quando atingiu 147 dólares, todos os preços vão subir, as pessoas vão deixar de consumir e o sistema vai parar.

Isso acontece porque quase tudo é feito de petróleo: celulares, fertilizantes, pesticidas, medicamentos, materiais de construção, energia elétrica e combustíveis. A produção de petróleo cresce, é verdade, mas a população também aumenta, principalmente com a expansão do número de consumidores de países emergentes, como é o caso do Brasil.

EXAME - E o que está substituindo o modelo da Se­gunda Revolução Industrial?

Jeremy Rifkin - As últimas décadas foram marcadas por uma profunda mudança na área de comunicações, fruto do computador pessoal e da internet. Hoje, há 2,3 bilhões de pessoas mandando os próprios vídeos, fotos e textos para a rede. E o mais incrível é que fizemos isso em 20 anos.

A internet é colaborativa e nela o poder não é mais hierárquico. Ao mesmo tempo, estamos evoluindo no sentido de ter uma geração de energia disseminada, feita no nível do indivíduo. Essa é a grande transformação no campo da energia.

EXAME - Como é possível que as pessoas produzam energia individualmente?  

Jeremy Rifkin - Primeiro, é importante lembrar que há energias renováveis espalhadas por todo o mundo: solar, eólica, geotérmica, de biomassa e das ondas. Se as fontes renováveis estão em todo lugar, por que somente colhê-las em alguns poucos pontos?

Por que não converter os 191 milhões de prédios espalhados pelos países da União Europeia em miniusinas verdes, com painéis fotovoltaicos no teto, aerogeradores na lateral e conversores de lixo em biomassa? Os prédios são os principais consumidores de energia elétrica e em emissões de gás carbônico.

EXAME - Isso já acontece em algum lugar?

Jeremy Rifkin - Alguns prédios novos na Europa geram mais eletricidade do que usam, como é o caso de um complexo de escritórios em Paris. Quando esse modelo se disseminar, movimentará a economia francesa gerando milhões de empregos. A Alemanha, que é o motor econômico da Europa, já converteu 1 milhão de prédios em usinas parciais.

Esse processo criou 370 000 empregos diretos. Hoje cerca de 20% de sua matriz energética é de fontes renováveis. O objetivo é chegar a 35% em 2020. O encaixe perfeito ocorrerá quando for criada uma rede de distribuição que permita o compartilhamento dessas energias por todos os usuários. Mas não resta dúvida: a Europa já começou a Terceira Revolução Industrial.

EXAME - Como funciona essa rede?

Jeremy Rifkin - É aí que a revolução nas comunicações converge com

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