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ANÁLISE DO NÍVEL DE SERVIÇO DO PASSEIO PÚBLICO NO ENTORNO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Por:   •  11/11/2018  •  Projeto de pesquisa  •  3.147 Palavras (13 Páginas)  •  241 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ[pic 1]

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ANÁLISE DO NÍVEL DE SERVIÇO DO PASSEIO PÚBLICO NO ENTORNO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Projeto de pesquisa apresentado como parte dos requisitos necessários para aprovação no componente curricular Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maringá.

Aluna: NATALIA JACON RODRIGUES

Orientador: Prof.  Me. Thiago Botion Neri

MARINGÁ

2018

1 INTRODUÇÃO 

        

A liberdade de movimento e o caminhar são características inerentes ao ser humano, que por sua vez é naturalmente pedestre. Pedestres são mulheres e homens; crianças, adultos e idosos, podendo ou não ter limitações de locomoção permanentes ou temporárias (LINKE e ANDRADE, 2017).

Caminhar é uma atividade rotineira para muitas pessoas. Segundo a ANTP – Associação Nacional de Transporte Público (1999), a movimentação de pedestres corresponde a grande parte dos deslocamentos urbanos. Em cidades pequenas, é sua maioria, e em cidades grandes corresponde a 1/3 dos deslocamentos. Sendo assim, é de grande importância que exista um meio seguro e acessível para que essas exerçam seu direito de ir e vir. No sistema viário, o local para a circulação de pedestres é a calçada.

De acordo com Linke e Andrade (2017), na sociedade atual está consolidado um modelo de urbanização focado nos meios de transporte motorizados, resultando em condições críticas de locomoção para os pedestres, como caminhar em calçadas estreitas, sobre calçamentos irregulares ou ainda precisando disputar espaço com os veículos motorizados. Essa visão é corroborada por Néspoli (2015, pág. 6) que diz que “pedestres e motoristas não são diferentes apenas no modo de se locomover, mas principalmente na maneira como o estado brasileiro investiu em infraestrutura para cada qual dos modos”.

 Buracos, pedras soltas, desníveis, uso de pisos escorregadios são alguns dos exemplos que diariamente vitimam pedestres menos atentos ou os mais vulneráveis a tropeços, quedas e até mesmo fraturas. A falta de padronização das calçadas também se torna um obstáculo para uma boa utilização do passeio público.

[pic 2]     [pic 3]

         Figura 1.1 – Calçada estreita                        Figura 1.2 – Calçada irregular

                     Fonte: Gazeta do povo                                                   Fonte: SAAP

Existem hoje algumas regras e normas de circulação e conduta para usuários do sistema viário, recomendadas pelo Código de Trânsito Brasileiro (1998), onde o pedestre é considerado figura prioritária dentro da rede de transporte. Essas regras servem para assegurar que as calçadas se encontrem dentro de um padrão de qualidade, que pode ser definida como a totalidade das características de um produto ou serviço que lhe conferem capacidade de satisfazer necessidades, de acordo com a ISO (1993).   No entanto, em sua maioria, na prática, essas vias não se encontram de acordo com as referidas normas.

Existem diversos métodos de análise quantitativa e qualitativa das características que tornam um ambiente agradável e seguro para o pedestre, como os métodos de Dixon (1996), Ferreira e Sanches (2001), entre outros.

O método de Dixon (1996) foi desenvolvido inicialmente, como um plano de sistema de gestão para a cidade de Gainesville, Florida, visando avaliar o nível de serviço para ciclistas e pedestres em corredores e vias arteriais, com o intuito de estimular a utilização de meios de transporte não motorizados. Para a avaliação do nível de serviço para pedestres, Dixon (1996) propôs seis grandes grupos de medidas de desempenho, sendo esses: infraestrutura disponível para pedestre, conflitos, amenidades, nível de serviço para veículos motorizados, manutenção e suporte multimodal.

O método de Ferreira e Sanches (2001) tem algumas características em comum com o método desenvolvido por Dixon (1996), como a avaliação da segurança (conflitos) e continuidade, porém é um método com medidas de avaliação mais subjetivas como conforto, seguridade e atratividade. Diferencia-se também por buscar ajuda da população através de pesquisa de opinião para definir o grau de importância de cada medida.

A maioria das medidas de desempenho que serão avaliadas nesse estudo são as medidas propostas por Linda B. Dixon. Entretanto faltam algumas medidas que se tornam relevantes nos dias atuais, como a acessibilidade e o conforto. A medida de desempenho de conforto será incorporada através do método sugerido por Ferreira e Sanches (2001), que diz respeito a calçadas com pisos sem buracos, depressões, rachaduras, desníveis, ondulações etc. Essa medida se faz importante, pois não está ligada apenas ao conforto, mas também a segurança dos pedestres, principalmente aqueles com maior dificuldade de locomoção, como crianças e idosos.

Apesar de serem métodos conceituados, os dois não contemplam a acessibilidade, que será incluída neste trabalho por se tratar de um parâmetro de extrema importância para que o passeio público consiga atender as necessidades de todos, tornando-se assim inclusivo e de boa qualidade. Vale ressaltar que existe uma grande parcela da população, cerca de 24,6 milhões de brasileiros, ou seja, 14,5%, que possui alguma deficiência, de acordo com o IBGE (2010). Essas pessoas sofrem com a exclusão social, pois ter acessibilidade não se resume somente à possibilidade de entrar em locais ou veículos, mas também na facilidade de se deslocar através dos modos de transporte e pelos espaços públicos, de forma independente (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004).

Acessibilidade, em termos gerais, pode ser definida como a possibilidade de acesso, utilização e manuseio de qualquer ambiente ou objeto. Indica a condição favorável de um indivíduo, de se movimentar, locomover e atingir o destino planejado, dentro de suas capacidades. Deve ser vista como uma política de mobilidade urbana que promova o respeito aos direitos fundamentais dos seres humanos (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004).

A NBR 9050/2015 é a norma que estabelece os critérios e parâmetros que devem ser seguidos em projetos, construções, edificações, instalações e adaptações para que as condições de acessibilidade sejam atendidas. Em conjunto com essa norma, outra ferramenta utilizada para que haja uma maior divulgação e um melhor entendimento dos critérios e de sua importância, é o Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana – Brasil Acessível, através de seus cadernos técnicos.  

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